Líderes 2008 servidores de aplicação

Por falar em quadrantes mágicos, hoje o Marco Aurélio Mendes publicou o artigo “O avanço do JBOSS AS no mercado de Servidores de Aplicação“, que destaca a presença do JBoss no quadrante de líderes em abril 2008 (2Q08) do Gartner para Enterprise Application Servers.

O relatório completo do Gartner, “Magic Quadrant for Enterprise Application Servers, 2Q08”, 24 de abril de 2008, está disponível em reprints oferecidos por Oracle e Microsoft.

O tema é uma atualização do meu artigo Líderes em infra-estrutura de aplicações, de 10 de agosto de 2007.

No fundo, a situação dos líderes IBM (WebSphere), Oracle (Fusion Middleware), BEA (WebLogic), Microsoft (.NET MSAP) e Red Hat (JBoss) — e até dos demais participantes — se mantém bastante estável de 2006 para cá.

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Fonte: Magic Quadrant for Enterprise Application Servers, 2Q08, Gartner, 2008-04-24. Reproduzido por SalesForce (PDF).

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Fonte: Magic Quadrant for Enterprise Application Servers, 2Q06, Gartner, 2006.

Vale a pena um pequeno resumo do relatório do Gartner de 2008. Primeiro, a definição. O Gartner define que é um fornecedor de Enterprise Application Server (EAS) aquele que oferece um sistema de software com, no mínimo:

  • Implementação de um container de execução de módulos de software (SM) de aplicação (incluindo um modelo de programação — API — para uso pelos SM, gerenciamento da alocação/liberação de recursos — memória, threads) do S.O., pool de recursos compartilhados pelos SM como conexões de banco de dados e serviços de rede);
  • Suporte a computação distribuída, com balanceamento de carga e failover clustering entre instâncias do container;
  • API ou outros meios para: autenticação e autorização, monitoramento de estado e gerenciamento das instâncias do container, acesso ao sistema de arquivos e a SGBD relacionais pelos SM, formas de interação entre SM (na mesma instância de container ou em instâncias distintas), demarcar transações ACID (atomicidade, consistência, isolamento e durabilidade) em um SM.

Além disso, essas características devem ser fornecidas e suportadas diretamente pelo fornecedor (e não com complementos de parceiros/terceiros) e um lançamento do produto de EAS do fornecedor deve ter ocorrido nos últimos 12 meses, ou estar publicamente previsto para até 3 meses da data de publicação do relatório.

O relatório de 2008 inclui a Salesforce.com, cuja plataforma de aplicação-como-serviço (APaaS) é implementada usando SaaS-enabled EAS interno; e SpringSource, que em janeiro adquiriu a Covalent Technologies para iniciar a oferta de uma combinação de Spring Framework com Tomcat. Ambos figuram no quadrante de visionários.

Em 2008 saíram vários fornecedores, que deixaram o mercado ou o foco de EAS: Adobe (aposentou o JRun), Mobicents (adquirida pela Red Hat), Recursion Software (passou a focar em computação móvel), Aumega Networks (faltaram informações), Zend (foco principal em tecnologias voltadas ao usuário), Borland (deixou o mercado de EAS, focada agora em gerenciamento do ciclo de vida de aplicações) e Cordys (novo foco em plataformas de aplicações compostas).

Duas organizações de software livre participam do relatório: Apache Software Foundation, com o servidor Geronimo, e OW2 Consortium (antiga ObjectWeb), com JOnAS. Embora não sejam tecnicamente fornecedores/fabricantes de produtos, são provedores de tecnologia e centralizam o desenvolvimento e distribuição de produtos de software livre com participação significativa no mercado de EAS.

Já Red Hat (JBoss) e SpringSource (Spring Framework + Tomcat) são fornecedores que oferecem seus produtos de código aberto de forma dual, com distribuição e suporte comercial, e como software livre (veja jboss.com e jboss.org).

Apesar do anúncio de aquisição da BEA pela Oracle em janeiro, a compra só foi completada em 29 de abril (após o lançamento do relatório do Gartner) e ainda não ocorreu efetiva fusão das respectivas linhas de produtos em servidores de aplicação. Assim, ambas constam como fornecedores distintos, BEA com a família WebLogic e Oracle com Fusion Middleware.

A Microsoft é avaliada por uma coleção de tecnologias suas que juntas preenchem os requisitos de um EAS, o que inclui o .NET Framework, .NET MSAP (Microsoft Application Platform), servidor web IIS e alguns outros componentes do próprio Windows Server.

Líderes em BI 2008

[Atualizado em 2008-11-16.]

Em meu artigo Líderes em inteligência de negócios (BI), de 23 de novembro passado, havia o quadrante mágico do Garner para plataformas de inteligência de negócios (business intelligence, BI) de janeiro de 2007, entre outras fontes de análise desse mercado.

Passado um ano, o Gartner divulgou em fevereiro de 2008 o seu relatório atualizado Magic Quadrant for Business Intelligence Platforms, 2008, por seus analistas James Richardson, Kurt Schlegel, Bill Hostmann, Neil McMurchy. Reprints estão disponíveis por Faktos (PDF), Microstrategy (PDF, requer registro gratuito), Microsoft/press, Oracle, Cognos/press/mídia (IBM), Business Objects/press (SAP), SAS/press.

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Fonte: Magic Quadrant for Business Intelligence Platforms, 2008, Gartner, 1º fevereiro 2008. Líderes: Microsoft, Cognos, BO, Oracle, SAS e MicroStrategy.

A Microsoft, que em minha resenha no final do ano passado demonstrava estar perdendo força no mercado do BI em relação a 2006, se recupera e aparece no quadrante 2008 como líder e no topo do eixo “habilidade de executar”.

A Oracle, que vêm se esforçando para integrar os produtos Hyperion na linha Oracle BI, aparece agora em um único ponto, pouco acima das posições individuais de Oracle e Hyperion em 2007 antes da fusão das empresas. A Cognos, agora uma empresa IBM mas mantendo sua identidade institucional original, também subiu um pouquinho.

Business Objects (BO) — agora uma empresa SAP, mas esta última ainda aparece com ponto de presença distinto no mercado em 2008 — e SAS permaneceram estáveis em seu posicionamento no quadrante da liderança.

E a MicroStrategy evoluiu um pouco o suficiente para cruzar a fronteira do quadrante de visionária e passar a líder, embora ainda atrás das demais cinco líderes.

Compare com os quadrantes mágicos em 2007:

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Fonte: Magic Quadrant for Business Intelligence Platforms, 1Q07 (divulgado por: Cognos, SAS (artigo 2) e Oracle), Gartner, 26 janeiro 2007. Líderes: BO, Cognos, SAS, Oracle e Hyperion.

O instituto Forrester, em 2008, também passou a oferecer o seu gráfico de avaliação Forrester Wave para plataformas corporativas de BI. Em seu relatório The Forrester Wave™: Enterprise Business Intelligence Platforms, Q3 2008, por Boris Evelson e outros, 2008-07-31, os três grandes fornecedores que realizaram aquisições já aparecem consolidados: IBM Cognos, SAP Business Objects e Oracle (que adquiriu a Hyperion). Reprints do relatório (PDF) foram disponibilizados por SAP Business Objects/press, IBM Cognos/Ciberia press [pt], Oracle/press e SAS institute/press.

Eis uma tradução livre (e grifos meus) que fiz da primeira parte do Resumo Executivo do relatório:

Na avaliação de 151 critérios para fornecedores de plataforma corporativa de inteligência de negócios (BI), concluímos que IBM Cognos e SAP Business Objects mantêm suas posições de liderança, enquanto Oracle e SAS Institute se moveram para posições de liderança em BI corporativo graças à riqueza de suas funcionalidades, habilidade para escala, e a completude de suas visão e estratégia corporativa e de produto. Actuate, Information Builders, Microsoft, MicroStrategy, SAP, e um novo participante, TIBCO Spotfire, surgem como Strong Performers seguindo de muito perto a trilha dos Líderes, oferecendo alternativas bastante respeitáveis e uma multitude de opções para profissionais de gerenciamento de informação e conhecimento (I&KM).

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Fonte: The Forrester Wave™: Enterprise Business Intelligence Platforms, Q3 2008, Forrester, 31 de julho 2008, por Boris Evelson e outros. Líderes: SAP Business Objects, IBM Cognos, SAS e Oracle. Fortes concorrentes: Information Builders, MicroStrategy e Microsoft bem perto, Actuate e TIBCO Spotfire um pouco depois.

Estes resultados do Forrester foram bem similares aos do Gartner, para 2008.

O relatório do Forrester ainda apresenta uma visão atual do conceito de BI. Forrester define BI como um conjunto de metodologias, processos, arquiteturas e tecnologias que transformam dados brutos em informação representativa e útil, usada para permitir insights e tomadas de decisão mais efetivas nos níveis estratégico, tático e operacional. E apresenta uma vasta pilha arquitetural de componentes de BI, que vai muito além do ultrapassado conceito de apenas “relatórios e análises”:

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Fonte: The Forrester Wave™: Enterprise Business Intelligence Platforms, Q3 2008, Forrester, 31 de julho 2008, por Boris Evelson e outros.

Já na taxonomia do IDC, as ferramentas de BI são parte de um mercado ainda mais amplo, que tal instituto chama de Business Analytics, conforme o diagrama de Taxonomia do IDC para Software de Análise de Negócio:

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Fonte: Worldwide Business Intelligence Tools 2007 Vendor Shares, IDC, junho 2008, extrato divulgado por SAS Institute.

Grandes empresas produtoras/fornecedoras de soluções em BI mantêm seção em seu portal onde divulgam relatórios de empresas independentes especializadas em tendências e análises do mercado de TI, na maioria das vezes oferecendo acesso gratuito a uma cópia da íntegra dos relatórios em questão:

Antes que alguém questione: Creio que sim, as empresas de análise podem ser tendenciosas, apesar de independentes. Dependendo dos aspectos de enfoque, momento, critérios e condições da avaliação, resultados podem diferir quanto a quem e quanto estão entre as lideranças de mercado. Mas ainda assim, institutos de pesquisa como Gartner, Forrester, IDC e outros têm renome e suas análises servem de referência ou, pelo menos, de termômetro e tendência de mercado.

Para saber mais sobre análises de mercado produzidas por institutos de pesquisa:

Arquitetura de software, NetBeans, AJAX, padrões web

Eis uma coletânea de artigos interessantes relacionados a Arquitetura de Software, NetBeans, AJAX e padrões web, que visitei nos últimos dias e recomendo.

Arquitetura de software

Immutable Design Pattern, por Faisal Feroz, Paquistão, 2007-12-21. Comenta o Immutable, um dos muitos padrões de desenho/projeto, uma disciplina essencial da arquitetura de software.

Mais um bom tutorial no IBM developerWorks: Write REST services — Create REST services with Java technology and the Atom Publishing Protocol, por J. Jeffrey Hanson, CTO, Max International, 2007-10-30, atualizado em 2007-12-20. Como já citei em outros artigos, é necessário registrar-se gratuitamente no portal IBM developerWorks para acesso ao tutorial. A propósito, a IBM foi considerada a melhor empresa mundial em Pesquisa & Desenvolvimento, pela R&D Magazine.

Arquitetura Orientada a Serviços (SOA) tem sido tema constante nos blogs de alguns colegas “feras” em arquitetura de software, como destaco a seguir. Você sabe o que é SOA?, 2007-12-18; e outros artigos de Ricardo Ferreira sobre SOA e BPM. Papéis no Ciclo de Desenvolvimento SOA, 2007-12-01; duas apresentações em PDF que já citei; e outros artigos de Marco Aurélio Mendes sobre Arquitetura/SOA e BPM. Para se aprofundar no tema, recomendo os cursos de Ambientes Integrados (SOA, BPM, ESB, EAI) na Archware, Belo Horizonte, MG.

NetBeans IDE 6.0

Matthew Schmidt anunciou NetBeans 6: Matisse Updates, 2007-12-14, uma nova apresentação com demonstração e áudio (Flash), por Roman Strobl do Time NetBeans, demonstrando o novo construtor de interfaces gráficas de usuário (GUI) Swing Matisse do NetBeans IDE 6 e seu suporte a JSR-295 (bean binding).

Roman Strobl também divulgou em seu blog First version of NetBeans Scala plug-in available, 2007-12-21. Caoyuan Deng, o criador do ErlyBird, IDE para Erlang baseado no NetBeans, fala sobre sua nova iniciativa, Primeiro suporte experimental a Scala em NetBeans, 2007-12-21.

NetBeans 6.0 Cheat Sheet, por Jason, 2007-12-11. Resumo de atalhos de teclado do NetBeans IDE 6 para desenvolvimento Ruby on Rails, em PC Linux/Windows e Mac OS X, disponível para download em formatos PDF e ODT (OpenDocument).

Tim Boudreau citou em seu blog NetBeans Editor Demo video, 2007-12-21, um vídeo em YouTube que alguém gravou de sua apresentação em Florianópolis, SC, sobre os recursos do editor do NetBeans IDE 6.0.

Ajax e padrões web

Criando uma lista na sessão com DWR – Parte 3, por Handerson Brito Frota – WEB2.0, 2007-12-21, mostra que tipos de métodos criar no FacadeAjaxSession explicado na Parte 2, 2007-12-16. A Parte 1 desta série de artigos havia apresentado conceitos iniciais sobre uso de Sessão com o popular framework AJAX DWR. Veja mais sobre bibliotecas e frameworks Ajax e JavaScript em meu artigo Ajax em Java – coletânea de referências.

Carol McDonald divulgou os Slides e exemplos da sua apresentação de Dojo 1.0, 2007-12-21, disponíveis para baixar em Sun Tech Days Code. Dojo Toolkit é uma biblioteca Ajax muito popular.

Prototype e Scriptaculous compactados, por Jota, 2007-12-21, divulga que John-David Dalton gerou versões bastante compactadas das duas populares bibliotecas JavaScript/Ajax, disponível para baixar em prototype-core, Google Groups. Segundo Jota, o trabalho de Dalton reduziu o tamanho ocupado pela biblioteca Prototype 1.6.0 de 122 para 20,4KB, e Script.aculo.us 1.8.0 de 124 para 19,7KB.

Outra dicas interessantes de Jota são Gifs, animações para o efeito loading em Ajax, 2007-12-20, e Dicas por Yahoo como criar aplicações Ajax com alto desempenho, 2007-12-22: Slides (Flash, em SlideShare), Vídeo e PPT (em YUI Blog) da apresentação “High Performance Ajax Applications”, por Julien Lecomte, autor do YUI Compressor e do YUI Browser History Manager.

Andres Almiray, engenheiro de software da Oracle, anunciou o Lançamento da biblioteca Json-lib 2.2 (2007-12-20) e destaca Json-lib examples (2007-12-21), uma nova página do projeto listando diversos exemplos rápidos (snippets) de situações de uso da biblioteca. Json-lib é uma biblioteca Java para transformar beans, mapas e XML para JSON e de volta para beans e DynaBeans. Json-lib é baseada no trabalho de Douglas Crockford em JSON in Java. JSON (JavaScript Object Notation) é um formato leve para intercâmbio de dados. Embora baseado em JavaScript (ECMA-262 3ª Ed.), JSON é independente de linguagem.

Henrique C. Pereira, designer de interfaces, comentou em seu site pessoal Revolução Etc: IE8 passa no teste do Acid2, 2007-12-20. O feito foi divulgado em Internet Explorer 8 and Acid2: A Milestone, por Dean Hachamovitch, Gerente Geral do Internet Explorer, Microsoft, 2007-12-19, em IEBlog. Ainda é sobre um build interno de desenvolvimento do IE8 e há controvérsia sobre o resultado. Mas a notícia parece tentar reaquecer a guerra de browsers, exatamente quando a Fundação Mozilla acaba de liberar o Beta 2 do novo Firefox 3, em 18 de dezembro. O Firefox 3 passa no teste Acid2 desde o Beta 1 (2007-11-20). Nos últimos dois anos, o bem-sucedido Firefox vem sendo cada vez mais usado, atualmente dominando 1/4 a 1/3 de um segmento que já teve perto de 95% de domínio do IE (~ 2004).

Acid2 é um teste criado pelo Web Standards Project para avaliar o suporte dos navegadores Internet a padrões web. A página testa quão próximo do ideal um navegador Internet exibe de uma carinha “smiley” criada com diversos recursos de layout/posicionamento de acordo com padrões de HTML, CSS, PNG e Data URLs. Veja também Acid2 na Wikipedia.

Cezar Taurion, Gerente de Novas Tecnologias da IBM Brasil, faz reflexões e previsões sobre Web 2.0 em 2008, 2007-12-19, em seu blog.

Fecho o tema de padrões web com a divulgação do Lançamento do Livro do Maujor, por Maurício Samy Silva (Maujor), “O dinossauro das CSS”, 2007-11-18. O livro é: Construindo Sites com CSS e (X)HTML — Sites controlados por folhas de estilo em cascata.

Líderes em inteligência de negócios (BI)

Em agosto, fiz uma compilação de relatórios divulgados por institutos de análise de tecnologia, como IDC, Gartner e Forrester, sobre Líderes em infra-estrutura de aplicações.

Agora, compilo aqui avaliações sobre fornecedores de tecnologia para inteligência de negócios, ou business intelligence (BI) em inglês. Business Intelligence pode ser entendida como tecnologias, aplicações e práticas para coleta, integração, análise, monitoração e apresentação de informações que oferecem suporte a gestão de negócios.

Aquisições

O mercado de BI está em plena ebulição, com os gigantes em soluções de infra-estrutura e aplicações de software adquirindo agressivamente empresas de nicho — cujo portfólio de soluções é focado e dependente de um nicho de mercado — que são líderes no segmento.

Esse incessável apetite dos gigantes engolindo os grandes (e médios e pequenos) tem sido praticamente uma constante nos últimos tempos, especialmente na indústria de tecnologia da informação (TI). Fusões e aquisições são um meio reconhecidamente rápido e eficaz de grandes corporações expandirem seus mercados e territórios.

Recentemente, em 12 de novembro, a IBM adquiriu a canadense Cognos. Com esta aquisição estratégica, a IBM, antes sem participação expressiva nesse segmento, assume a posição de liderança da Cognos e amplia a abrangência de suas soluções tecnológicas relacionadas. Em 5 de setembro, a Cognos havia adquirido a Applix, especializada em ferramentas para gerenciamento de desempenho de negócios (performance management).

Em 7 de outubro a SAP adquiriu a Business Objects. A SAP, que já tinha participação forte nesse segmento, agregou a liderança da BO. Em junho a própria BO já havia adquirido a Cartesis, especializada em performance management. E em 8 de maio a SAP adquirira também a OutlookSoft, incorporando suas ferramentas focadas para o gestor financeiro (CFO) nos aspectos de governança, risco e conformidade (GRC) e performance management.

Ainda este ano, em 1º de março, a Oracle adquiriu a Hyperion Solutions, incorporando sua bem-estabelecida ferramenta de performance management focada em finanças. Ambas já tinham forte participação no segmento de BI.

Dando uma de Nostradamus mercadológico, só falta a Microsoft comprar o SAS Institute para reinarem na liderança os quatro gigantes do setor: Oracle, IBM, SAP e Microsoft.

Relatórios e líderes

Partindo de relatórios mais recentes, começamos com o Forrester Wave para Business Performance Solutions (BPS) do 4º trimestre de 2007, por Paul D. Hamerman, Forrester, 10 de outubro de 2007. Este relatório foca especificamente as soluções de gerenciamento de desempenho dos negócios.

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Fonte: The Forrester Wave™: Business Performance Solutions, Q4 2007 (PDF disponibilizado por Oracle) para Profissionais de Processos de Negócio e Aplicações, por Paul D. Hamerman, 10 de outubro de 2007, Forrester Research, figura “Business Performance Solutions Footprint”.

O termo BPS preferido pelo Forrester é referenciado no mercado também como business/corporate/enterprise performance management (BPM, CPM, EPM). De acordo com o relatório do Forrester, a camada BPS se situa entre a base dos repositórios e integração de DW e ERP/CRM e a interface de usuário (dashboards, portais) e ferramentas de análise.

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The Forrester Wave™: Business Performance Solutions, Q4 2007 (PDF, disponibilizado por Oracle/press release/destaque). Líderes: Oracle, Cognos, SAS, Business Objects.

Prosseguindo, acho especialmente interessantes os gráficos do IDC — Mapa de Mercado Competitivo — porque concentram em uma única tacada Diversidade/Profundidade (eixo X), Momentum/Crescimento (eixo Y), Confiança/Dependência (cor) e Tamanho/Faturamento (diâmetro) da participação de cada fornecedor em determinado segmento de mercado.

No Worldwide Business Analytics Software 2007-2011 Forecast Update and 2006 Vendor Shares (PDF, divulgado por: SAS, Oracle/press release), IDC, setembro 2007, estão os dois mapas de mercado seguintes:

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IDC Business Analytics Software Competitive Market Map (apenas ferramentas analíticas/OLAP), 2006. Líder: Oracle. Destaques: SAS, Microsoft, SAP, IBM, Business Objects.

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IDC Performance Management Tools and Applications Competitive Market Map, 2006. Líderes: SAP, SAS. Destaques: Business Objects, Oracle, Cognos, Hyperion, Microsoft.

Síntese gráfica similar à do gráfico do IDC tem a Matriz de Decisão do Datamonitor, como na avaliação do relatório Selecting a Business Intelligence Vendor (Competitor Focus) (PDF, divulgado por: SAS), Datamonitor, abril 2007. Nela, porém, tamanho representa Impacto no Mercado e as Cores são a recomendação de relevância — Azul = Short-List, Laranja = Considere, Amarelo = Explore.

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Datamonitor Business Intelligence Decision Matrix, 2007. Líderes: SAS, Oracle.

No início deste ano, o Gartner publicou o Magic Quadrant for Business Intelligence Platforms, 1Q07 (PDF, divulgado por: Business Objects), por Kurt Schlegel, Bill Hostmann e Andreas Bitterer, Gartner, 26 de janeiro de 2007. Ele traz o seguinte Quadrante Mágico:

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Magic Quadrant for Business Intelligence Platforms, 1Q07 (divulgado por: Cognos, SAS (artigo 2) e Oracle), Gartner, 26 de janeiro de 2007. Líderes: Business Objects, Cognos, SAS, Oracle e Hyperion.

A título de comparação, vejamos como estava o mercado de BI no início de 2006. The Forrester Wave: BI Reporting and Analysis Platforms, Q1 2006 (PDF, disponibilizado por: Cognos, Microsoft), por Keith Gile, Forrester, 8 de fevereiro de 2006.

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Forrester Wave™: BI Analytic Reporting, Q1 ’06. Líderes: Business Objects, Cognos.

Comparando o gráfico do Forrester com os demais, é possível inferir que a gigante Microsoft tem perdido mercado em BI, enquanto fornecedores como SAS, SAP e Oracle vêm crescendo nele.

Livros e informação sobre SOA

Na página de referências de Livros sobre Engenharia e Arquitetura de Software, acrescentei quatro indicações de livros sobre Arquitetura Orientada a Serviços (SOA):

  • Enterprise SOA: Service-Oriented Architecture Best Practices
    Dirk Krafzig; Karl Banke; Dirk Slama. Prentice Hall, novembro 2004, 408 p. ISBN-13: 978-0131465756.
  • Enterprise Service Bus
    David A. Chappell (vice presidente e CTO para SOA na Oracle). O’Reilly Media, junho 2004, 274 p. ISBN-13: 978-0596006754.
  • Understanding SOA with Web Services
    Eric Newcomer (CTO na IONA); Greg Lomow. Addison-Wesley Professional, dezembro 2004, 480 p. ISBN-13: 978-0-321-18086-5.
  • SOA: Principles of Service Design
    Thomas Erl. Prentice Hall, julho 2007, 608 p. ISBN-13: 978-0132344821.

Meu site de referências já possuía uma seção geral sobre Arquitetura Orientada a Serviços (SOA).

Se você, caro leitor, conhece estes ou outros livros sobre SOA, por favor deixe aqui seus comentários e opiniões. Obrigado!

Design limpo e direto na nova home-page Globo.com

Estreou hoje a nova home-page da Globo.com.

Nova home-page da Globo.com

Partindo do design e da arquitetura da informação pautados pela objetividade e pela simplicidade que já vinham sendo trabalhados no portal de notícias G1, a nova página inicial da Globo foi ainda além.

O novo design é extremamente limpo e direto. Uma organização em apenas três categorias principais, que também determinam as três cores e as três colunas principais de conteúdo: Notícias, em vermelho, Esportes, verde, e Entretenimento, laranja. Demais elementos gerais seguem a cor azul.

Pouquíssimos adereços. Fundo branco. Imagens, só em fotos e banners. E o HTML é totalmente “tableless”, sem uso de tabelas para layout. E CSS amplamente usado com maestria.

O estilo é tão objetivo que muita gente pode entrar e ter a primeira impressão: “nossa, parece que está faltando alguma coisa!” Mas é porque sobra conteúdo.

Destaque também para as listagens das matérias mais lidas e dos termos mais buscados, dando maior retorno interativo ao interesse dos usuários.

Veja também o vídeo Conheça a nova home da Globo.com! (1,5 min), onde a equipe de criação web da Globo.com apresenta a nova página e explica sua concepção.

A busca da objetividade da Globo.com me faz lembrar do vídeo Acessibilidade Web: Custo ou Benefício?, um excelente documentário (12 min) sobre acessibilidade na web, produzido por Acesso Digital (em Google Video, 2007-05-24).

No documentário, uma página da Globo era um dos primeiros contra-exemplos tomados quanto à acessibilidade. Ao buscar a objetividade, o novo design é também um grande avanço rumo à melhoria da acessibilidade. Para melhorar mais, poderia ter logo no início um link do tipo “Ir direto para conteúdo”, levando a uma âncora para o miolo do conteúdo; isso auxilia muito a navegação por deficientes visuais e motores.

Para fazer uma pequena medição da leveza em termos de tráfego de rede, utilizei o Net view do FireBug. Vi que a nova home da Globo.com necessita, para carregar tudo, de 48 requisições (arquivos) e 205KB. A título de comparação, a página inicial da Folha Online gasta 78 requisições para ser composta e totaliza 393KB. Já a do Estadão consumiu vultosos 123 requisições e 868KB.

Parabéns à Globo.com pela ousadia na busca da evolução!

Para saber mais:

Java domina no Brasil e outras notas

Pesquisa realizada pela MBI – Mayer & Bunge Informática, em colaboração com a Assespro SP e o Instituto de Tecnologia de Software (ITS), traçou um panorama das 50 maiores representantes do setor de software no Brasil. Sobre linguagens de programação utilizadas, predomina o uso de Java em quase metade das empresas, observando-se também um crescimento de linguagens Microsoft citadas.

Java 46%
 
Visual Basic 36%
 
Delphi 32%
 
C ou C++ 20%
 
Clipper 10%
 
Cobol 6%
 
PHP 4%
 

Banco de dados Oracle × Microsoft no Brasil, quesito também avaliado na pesquisa:

Oracle 10g 54%
 
Oracle 9i ou menos 68%
 
SQL Server 2000 62%
 
SQL Server 7 ou – 52%
 

Fontes: IT Web, por Ligia Sanchez; e Quase 50 % das empresas Brasileiras usam Java, por Ednei Manica.

Mudando de pesquisa, mas ainda nas estatísticas… Gnome é líder no desktop Linux:

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Fontes: Linux Desktop; e Nação Livre.

Curtas

Alexandre Simundi antecipa que está preparando uma série de aritigos Hibernate – da teoria à prática (2007-08-26) para breve.

Brunno Silva fala sobre Imutabilidade (2007-08-26), prática incentivada por Joshua Bloch em seu livro Effective Java.

Comentário Seja honesto, de verdade (2007-08-24) de Caio Cesar critica o plágio de texto em blogs e na Internet.

Edgar Silva fala sobre SOA em dois tópicos: Otimo post sobre SOA de Ricardo Ferreira (2007-08-25) cita o artigo Usando o SOMA e o JBoss ESB; e SOA Facts (2007-08-24) é uma crítica humorada estilo “Chuck Noris facts”.

Vitor Fernando Pamplona Deu pau no T.I. (2007-08-24) resume fatos da situação de TI nas empresas, com base na reportagem da Você S.A. (edição 110) por Gabriel Penna.

O mercado de TI é foco do comentário de Ednei Manica à matéria Existe futuro para aqueles que buscam uma carreira em TI? (2007-08-20), por Sergio Rubinato Filho, vice-presidente do itSMF Brasil e diretor de Servicos do itSMF International, na ComputerWorld Brasil.

Advanced “You think you know (JavaScript) but you have no idea” (2007-08-24) por Rafael Mueller, Quero ser Ágil, fala das apresentações em vídeo sobre JavaScript por Douglas Corckford.

Fechando de onde começamos: Java. Rodrigo Urubatan cita um artigo em C# 3.0 é uma linguagem dinâmica! e o Java correndo atrás da máquina! será mesmo? (2007-08-24) para lembrar que Java é muitíssimo mais que uma linguagem, é plataforma (na verdade, é uma tecnologia com várias plataforma: desktop, corporativa, móvel…). Para quem quer usar linguagem dinâmica em plataforma Java, pode usar Groovy, que compila em bytecode e serve até para fazer testes unitários de código Java de modo facilitado (artigo em inglês por Andrew Glover, Vanward Technologies, 2004-11-09, em IBM developerWorks).

Líderes em infra-estrutura de aplicações

Relatórios recentes do Gartner e outros institutos em 2007 têm avaliado o mercado de fornecedores de soluções para infraestrutura de aplicações, integração e SOA.

Em todos os segmentos, destacam-se os servidores de aplicações Java EE, em geral com a liderança disputada por três fornecedores: IBM (WebSphere), Oracle (Fusion Middleware) e BEA Systems (WebLogic).

A família de produtos IBM WebSphere, baseada no WebSphere Application Server, participa da liderança de todos os relatórios de avaliação citados, juntamente com a Oracle. BEA e Microsoft aparecem no grupo dos líderes em quatro dos seis relatórios. Fujitsu (Interstage) aparece em três; Red Hat (JBoss) e SAP (NetWeaver [br]), em dois.

Exceto a Microsoft com sua tecnologia .NET, todos os outros fornecedores líderes se baseiam na plataforma Java EE.

O Oracle Application Server integra a família de produtos Oracle Fusion Middleware, que tem se tornado cada vez mais ampla, impulsionada pela massiva aquisição de empresas pela Oracle nos últimos tempos.

Em 2005, a Oracle já destacava que o Oracle Application Server 10g estava posicionado no grupo líder em três Quadrantes Mágicos do Gartner — “Enterprise Application Servers”, “Integration Backbone Software Suppliers” e “Horizontal Portal Products” — e no Forrester Wave – Application Servers Platforms.

Em 2007, as páginas Oracle Application Server: Expert Opinions e Oracle Analyst Reports on Infrastructure – Fusion Middleware destacam a permanência da participação da Oracle na liderança do Forrester Wave para Application Servers e em quatro Quadrantes Mágicos do Gartner para Infraestrutura de Aplicações — Geral, Integração Back-End, Orientada a Serviços (SOA) e Aplicações Compostas.

A família de produtos BEA WebLogic, com o WebLogic Server, tornou altamente respeitado no mundo Java EE o nome da empresa BEA Systems. Em 2007, a BEA também destaca que está posicionada na liderança de três Quadrantes Mágicos do Gartner.

Eis a seguir uma listagem resumida dos relatórios de avaliação e líderes apontados.

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Gartner – Magic Quadrant for Application Infrastructure, 2Q07 (fonte: Oracle). Também disponibilizado por BEA (artigo 1). Líderes: IBM, Oracle e BEA Systems, seguidos por Microsoft, SAP, Red Hat e Fujitsu.

Gartner: Back-End Application Integration
Gartner – Magic Quadrant for Application Infrastructure for Back-End Application Integration Projects, 2Q07 (fonte: Sun) [pdf]. Também disponibilizado por Oracle, BEA (artigo 2) e Microsoft (artigo 1). Líderes: Tibco, IBM, Oracle, BEA e Microsoft, seguidos por Sun, Fujitsu e Sterling.

Gartner: Service-Oriented Business Applications
Gartner – Magic Quadrant for New Service-Oriented Business Application Projects, 2Q07 (fonte: Oracle). Também disponibilizado por BEA (artigo 3). Líderes: IBM, BEA e Oracle, seguidos por Fujitsu.

Gartner: Composite-Applications
Gartner – Magic Quadrant for Application Infrastructure for Composite-Application Projects, 2Q07 (fonte: Oracle). Também disponibilizado por Microsoft (artigo 2). Líderes: IBM, Oracle, SAP e InterSystems.

[photopress:forrester_wave_app_svr_2007.png,full,centered]

Forrester Wave™: Application Server Platforms, All Vendors, Q3 ’07 (fonte: Oracle) [pdf]. Também disponibilizado por Microsoft/sumário executivo Forrester. Líderes: Oracle, seguida por Microsoft e IBM.

[photopress:as_gartner_magicq_3q06.png,full,centered]

Gartner – Magic Quadrant for Enterprise Application Servers, 2Q06 (fonte: Aumega Networks) [pdf]. Também disponibilizado por Oracle/press. Líderes: IBM, BEA e Oracle, seguidos por Microsoft e Red Hat (JBoss).

Zachman Framework

Pesquisando temas relacionados a arquitetura de software e governança de TI na Internet, encontrei novas informações interessantes e fiz atualizações nas respectivas páginas de referências que mantenho:

Entre as informações, encontrei uma Associação Internacional de Arquitetos de Software – IASA cujo portal, entre outras informações, mantém uma publicação disponível on-line chamada IASA Perspectives Journal. A edição atual traz uma entrevista com John Zachman, criador do Framework Zachman para Arquitetura Corporativa.

Zachman Framework versão 3.0

Tão logo fui apresentado ao Zachman Framework, vi imediatamente que ele faz todo o sentido e provê uma ótima visão de alto nível muito abrangente dos aspectos arquiteturais de sistemas de informação. Seu esquema se resume a uma tabela fácil de compreender. Este framework foi originado do trabalho de Zachman na IBM. Veja em especial o artigo A framework for information systems architecture (PDF), IBM Systems Journal, Vol. 26, No. 3, 1987.

O esquema Zachman é uma tabela onde em uma dimensão estão as seis perguntas básicas da comunicação — O quê, Como, Onde, Quem, Quando, Como e Por quê — e na outra dimensão estão níveis de modelos relacionados aos grupos de interessados (stakeholders) — Visionário, Dono, Projetista, Construtor, Implementador e Trabalhador.

Para saber mais (em inglês):

Referências UML atualizadas

A minha página de referências relacionadas a Engenharia de Software teve uma boa revisão hoje na parte sobre UML, principalmente listando mais ferramentas para modelagem UML.

Destaque para o StarUML, ferramenta de modelagem UML e plataforma MDA para Windows bem poderosa e flexível, software livre e de código aberto. Agradeço ao colega Adolfo pela animadora demonstração das potencialidades do programa.