Erros de conexão Internet de aplicativos resolvidos com DNS público do Google

Recentemente, os aplicativos do Netflix e do Amazon Prime na minha smartv começaram a dar erro de conexão Internet, apesar da rede estar corretamente configurada na TV, tanto via cabo quanto Wi-Fi, e o aplicativo do YouTube, por exemplo, continuar funcionando.

Um vídeo de suporte da LG no YouTube, “NETFLIX | Erro na conexão de internet” ensina a resolver a situação editando a configuração avançada de rede (cabo ou Wi-Fi) da TV de modo a desativar a configuração automática (desmarcar a opção “Definir Automaticamente”) da conexão da rede e em seguida alterar o Servidor DNS para 8.8.8.8.

Editar configurações avançadas de rede na SmarTV LG

Essa solução efetivamente funcionou para mim.

A explicação técnica é que essa solução basicamente ensina a não utilizarmos o servidor de DNS padrão do roteador, que em geral é definido automaticamente pelo provedor de acesso Internet utilizado, e passar a utilizar o Servidor Público de DNS do Google. Sim, 8.8.8.8 e 8.8.4.4 são os endereços IPv4 dos servidores principal e secundário Google Public DNS. Ou para quem estiver utilizando IPv6, os endereços IPv6 são 2001:4860:4860::8888 e 2001:4860:4860::8844.

Para quem “não é do ramo”, Servidor de DNS – Domain Name System (Sistema de Nome de Domínio) é o serviço que traduz nomes de domínio, como mhavila.com.br, feitos para serem compreendidos por humanos, para endereços numéricos Internet, efetivamente utilizados pelos equipamentos em rede. No protocolo Internet IPv4 (IP – Internet Protocol, em português Protocolo Internet, versão 4), endereços são representados pelo formato de 4 números (entre 0 e 255) separados por ponto, como 1.2.3.4.

De fato, os servidores DNS públicos do Google, se valendo da infraestrutura dessa gigante da Internet, são muito rápidos e estáveis e às vezes mais eficazes que os servidores de DNS de provedores de internet pagos!

É comum ver também a recomendação de uso de Google Public DNS como solução para instabilidade de conexão Internet em jogos online que precisam de respostas rápidas em tempo real, em computadores e dispositivos móveis.

Dica extra 1: Pode ocorrer de, depois de vários dias ou de uma manutenção, o provedor de internet alterar ou atualizar as configurações da sua rede. Se isso ocorrer e a conexão de rede da TV ficar indisponível, altere a configuração avançada de rede da TV para ativar de volta a opção Definir Automaticamente e salve as configurações. Isso vai atualizar outras configurações importantes como Endereço IP e Gateway. Se isso normalizar o acesso, depois você pode repetir o procedimento indicado no vídeo da LG para voltar a utilizar o Servidor DNS do Google.

Dica extra 2: Outro servidor DNS muito rápido que também pode ser utilizado é o 1.1.1.1 da CloudFlare (o DNS secundário é 1.0.0.1); ele tem a vantagem de garantir privacidade: A CoudFlare garante que não registra ou rastreia seu IP, confirmado por auditoria independente da KPGM. Veja também Google DNS vs. Cloudflare DNS: What’s the Fastest DNS?, por Rishabh Chauhan, 10/03/2022; DNS Performance Analytics and Comparison: América do Sul; e Qual o melhor DNS [e por que?], por Ricardo Fraga, 2020.

Controle parental na vida digital dos filhos

Certa dia entrei em minha conta de uma rede social e recebi o aviso de que um colega, avesso a redes sociais, havia se cadastrado naquela. Ao encontrá-lo no trabalho, falei: “Mudou de opinião sobre as redes sociais? Vi que se inscreveu.” Ele me respondeu: “Continuo não gostando. Mas minha filha se cadastrou, tive logo que entrar e me tornar amigo dela para poder acompanhar de perto.”

A atitude do meu colega é exemplar. Creio ser fundamental o acompanhamento próximo dos pais na educação, orientação e controle de crianças e jovens, tanto no “mundo físico” quanto no ciberespaço, no universo digital.

As crianças da atualidade são nato-digitais, desde pequenas já são íntimas dos computadores, dispositivos móveis e TVs inteligentes com muita naturalidade. A pandemia de COVID-19 intensificou essa imersão digital em uma escala ainda mais avassaladora. Mesmo crianças pequenas foram obrigadas a ter aulas online, e de forma geral as medidas de isolamento social acabaram por ampliar o tempo de exposição a telas.

Embora o zelo dos pais continue fundamental, e também seja importante gradativamente dar autonomia e confiar nos filhos, os pais não acompanham tudo que os filhos fazem o tempo todo em meio digital, mas os riscos e tentações estão por toda parte. É aí que entra a ajuda muito bem vinda das tecnologias de controle parental. Com recursos que combinam segurança digital, monitoramento e relatórios, controle de conteúdo específico para cada faixa etária e limites de tempo de uso dos dispositivos, estes softwares podem facilitar o trabalho.

Observo três origens ou categorias de ferramentas de controle parental:

Gerenciamento de famílias por fabricantes de sistemas operacionais:
Microsoft (Family), Google (Families e Family Link) e Apple (Families) oferecem recursos de gerenciamento de famílias. Os responsáveis (pai, mãe) podem cadastrar membros da família e indicar a idade de seus filhos para ativar recursos de controle (monitoramento e restrições) específicos para eles. Outro foco comum é o compartilhamento familiar de recursos (aplicativos e conteúdo), bem como a gestão centralizada de meios de pagamento e gastos com recursos.
Controle parental em suítes de segurança cibernética:
Os principais fabricantes de soluções de segurança cibernética (antimalware, segurança na internet etc.) para usuários pessoais, como Kasperky (Safe Kids ou [1]), Symantec (Norton Family ou [2]), McAfee (Safe Family ou [3]) etc. expandiram seus pacotes para incluir recursos de controle parental.
Softares especializados de controle parental:
Em geral com foco em controle de tempo de tela e restrições de conteúdo (aplicativos e sites), existem fabricantes especializados em soluções de controle parental. O mais bem sucedido destes provavelmente é Qustodio, mas existem vários outros, cada um com sua proposta. Cito também o utilitário Kidslox que há anos vem evoluindo em oferecer recursos muito interessantes com foco em tempo de tela e interface fácil.

De forma geral, o que é mais difícil é o ajuste fino de configurações, como faixas de horário, endereços web, aplicativos etc. porque é muito dinâmico ao longo do tempo. Configurações mais simples e genéricas terão menor efetividade, configurações mais precisas serão mais trabalhosas e terão que ser calibradas com certa frequência. Mesmo com ajuda, não há milagres!…

Outra ressalva é que as ferramentas evoluem constantemente, mas não são perfeitas. E as crianças, principalmente as maiores, vez por outra encontram meios para driblar controles parentais.

Vou abordar a seguir algumas ferramentas que já experimentei.

Microsoft

Microsoft Family

O gerenciamento familiar da Microsoft é um recurso gratuito, bastando que os membros (responsáveis e filhos) da família criem conta na Microsoft (também grátis). O gerenciamento da conta Microsoft permite também compartilhar apps e licenças de software, como a do Microsoft 365 Family que já abordei em outro artigo.

O responsável pode gerenciar os membros da família, que inclui ver o histórico de atividades, definir limites de tempo de tela em Windows 10 (e superior) e Xbox, bloquear ou definir limites para aplicativos e jogos, definir restrições de conteúdo — faixa etária, bloqueios e permissões de sites web (mas apenas no Microsoft Edge, em Windows, Xbox e Android, o que é uma grande limitação), saldo e limite de gastos na Microsoft Store, e localizar no mapa.

Google

Configurações de pai/mãe disponíveis no FamilyLink.
Configurações adicionais disponíveis no FamilyLink.

Considerando que grande parte dos celulares e tablets usa o sistema operacional Android da Google, os recursos nativos (e sem custo) do Google Family Link para controle familiar e parental neste sistema vem a calhar.

O Family Link é obrigatório para contas no Google de menores de 13 anos de idade (essa idade pode variar de acordo com o país). Os pais podem usar o Family Link para criar uma Conta do Google para o filho menor de 13 anos. Depois que o processo é concluído, a criança pode fazer login no próprio dispositivo com a nova conta. Se a criança/adolescente já tiver uma conta, o Family Link mostrará instruções para vincular a conta dos pais à do filho. Quando um filho completa 13 anos, ele poderá optar por manter as configurações atuais, ativar a supervisão ou gerenciar sua própria conta.

Com o Family Link em Android ou iOS, os pais podem acompanhar as atividades e o tempo gasto por aplicativo, permitir ou impedir download de apps na Google Play Store, gerenciar as compras em apps e ocultar apps específicos no dispositivo da criança, definir limites de tempo de uso do dispositivo, bloquear o dispositivo remotamente e ver a localização do dispositivo da criança no mapa.

Ah, dica: Contas identificadas como de menores de 13 anos sem supervisão são desativadas e excluídas pelo Google, mas ele concede um prazo para você atualizar a conta para atender a restrição de idade, seja ativar a supervisão ou corrigir a data de nascimento — requer informar um cartão de crédito (não gera débito, só valida a autorização) ou digitalizar um documento de identidade. Fique atento.

Kaspersky

Kaspersky Safe Kids

A solução da Kaspersky tem uma versão gratuita limitada (veja os recursos gratuitos e pagos na tabela). A plenitude dos recursos, abrangentes e robustos, é paga de acordo com a quantidade de dispositivos e anos. Mas vale a pena, pela excelente avaliação em diversas análises (veja links no final do artigo). O pacote Kaspersky Total Security por exemplo, inclui todos os recursos de segurança contra malwares e ataques online, o Safe Kids Premium e ferramentas como VPN (rede privada virtual) e gerenciador de senhas.

O controle de crianças inclui relatórios e notificações de atividade, localizar no mapa, pesquisa segura em Bing, Google, Mail.ru, Yahoo!, Yandex e YouTube, monitoramento e controle/restrições (permissão/bloqueio) em: Internet (em qualquer navegador) por categorias e URLs avulsos, tempo de uso diário em dispositivos móveis e computadores, bem como de aplicativos individuais (em Windows, Android e, mais limitado, no iOS) — com configurações de tempo por dias da semana — e Facebook. A criança pode enviar aos responsáveis solicitações de liberação de sites e aplicativos proibidos e de tempo de uso extra.

Kidslox

Kidslox Premium

O Kidslox é focado em dispositivos móveis Android e Apple/iOS e oferece controle do tempo de tela, bloqueio de aplicativos por categoria e individual (maior granularidade no Android, o iOS impõe algumas limitações) e filtros de conteúdo na Internet, YouTube e pesquisas Google e Bing. Também tem o recurso de localização do dispositivo no mapa. Os dispositivos podem ficar em modos Bloqueio (só recursos essenciais do sistema liberados), Criança (controles configuráveis de tempo, aplicativos e conteúdo) ou Pais (irrestrito). No próprio dispositivo da criança (mediante senha), ou remotamente pelo seu próprio celular ou web, os responsáveis conseguem controlar os dispositivos, desde que eles estejam conectados à internet.

O controle de tempo é excelente, permite definir tempo total de tela diário e faixas de horários permitidas e bloqueadas, para cada dia da semana. O tempo total em um dia ainda pode ser ajustado, adicionando de 5 a 120 minutos, ou liberando até o fim do dia. Ainda tem o recurso de prêmios de tempo, tempos extras que podem ser concedidos como recompensa (por dever de casa, tarefas domésticas etc.).

A versão gratuita permite controlar apenas um dispositivo e os três modos de operação. A versão Premium controla até 10 dispositivos com todos os recursos e é uma assinatura paga mensal, anual ou vitalícia. Por enquanto, só tem informações de suporte em inglês.

Veja também:

  • Controle Parental, por Ministério da Justiça e Segurança Pública.
  • Controle parental: como garantir um ambiente seguro para seus filhos na internet (com reportagem em vídeo), por Olhar Digital, 12/07/2019.
  • The Best Parental Control Software for 2021, por Kim Kay, PCMag, 02/04/2021, atualizado 15/12/2024. 2021: Melhor pelos excelentes recursos: Qustodio, Melhor para famílias grandes: Kaspersky Safe Kids, Melhor pelas configurações fáceis: Norton Family Premier, Melhor pré configuração: Circle Home Plus (hardware), Melhor substituto de roteador: Clean Router (hardware), Melhor suporte multi-plataforma: Mobicip, Melhor para usuários econômicos: OpenDNS Home Vip, Melhores filtros web personalizados: Net Nanny, Melhor filtro baseado em DNS: SafeDNS, Melhor para suporte ilimitado a dispositivos: McAfee Safe Family. 2024: Best for Establishing Online Rules: Norton Family, Best Apps: Qustodio, Best for Activity Scheduling: Mobicip, Best for Social Media Monitoring: Bark, Best for Android Device Monitoring: Boomerang, Best for Mobile Users: FamilyTime Premium, Best for Location Tracking: Locategy, Best for Online Monitoring: Net Nanny.
  • Best Parental Control Software, por Thomas Boldt, SoftwareHow, 21/03/2021, atualizado 18/12/2023. Melhor escolha: Qustodio, Também ótimo: Kaspersky Safe Kids, Menção honrosa: OpenDNS FamilyShield, Ourtros considerados: Net Nanny, uKnowKids Premier, Norton Security Premium, Microsoft Family, KidLogger.
  • Best parental control app of 2024, por Benedict Collins, Tech Radar Pro, 16/07/2024. Best Parental Control Overall: Aura, Best Package for a Parental Control App: Qustodio, Best Parental Control App for Content Filtering: Net Nanny, Best Parental Control App for School Work: Norton Family.

O impulso da pandemia às reuniões virtuais

O triste fenômeno mundial da pandemia de COVID-19 e as consequentes medidas de isolamento social impulsionam, de forma abrupta e inesperada, a necessidade e popularização das ferramentas de videoconferência e reuniões virtuais on-line.

Reuniões com vídeo em computadores e dispositivos móveis.
Crédito/Fonte: Reuniões Zoom.

Na medida do possível, empresas e governo estão adotando o trabalho remoto ou home-office em larga escala, tentando se valer, por um lado, de ferramentas de acesso remoto, redes privadas virtuais (VPN) e serviços em nuvem para que os funcionários, clientes, usuários e parceiros tenham acesso a recursos computacionais corporativos a partir de casa. Por outro, buscam ferramentas de videoconferência ou reunião on-line para as comunicações e interações entre pessoas e equipes.

Escolas, principalmente no ensino fundamental e médio, também estão tendo que adotar às pressas videoaulas para que os alunos possam efetivamente interagir com professores e continuarem de alguma forma o aprendizado, enquanto escolas físicas permanecerem fechadas. O ensino à distância (EAD) já é muito popular para cursos de nível superior, pós-graduação, cursos livres e especializados, voltados ao público adulto. A novidade tem sido o desafio do ensino à distância com crianças e adolescentes.

As principais redes sociais já oferecem recursos de conteúdo ao vivo, como “as lives” de YouTube, Facebook e Instagram por exemplo, mas é uma interação praticamente “unidirecional”. Um usuário veicula vídeo em tempo real e todo o público apenas assiste, tendo sua interação de retorno limitada a reações na forma de mensagens de chat e emoticons. Vi vários artistas musicais em lives comentando o quanto se sentiam estranhos, pois apesar de saberem que haviam milhares ou até milhões de usuários visualizando, parecia que estavam fazendo show para ninguém, sem sentir o calor e a vivacidade do público presente.

Até a interação entre grupos de familiares e amigos está ganhando a escala dos encontros por vídeo. Como fazer sem os tradicionais ambientes de encontro presencial como bares, casa de shows e outros espaços públicos, sem happy-hours, festas, aniversários, churrascos, passeios…? Como escapar da sensação entediante e deprimente da falta de interação e do isolamento?

Esse cenário grave e inusitado é terreno fértil para as empresas fornecedoras de soluções de comunicação remota, videoconferência e reuniões virtuais. Estas tem buscado evoluir os recursos e capacidades de seus produtos, expandir a escala e limites de acessos simultâneos e tráfego, oferecer usos gratuitos principalmente a empresas e escolas. Também têm visto emergir as fraquezas e falhas de segurança, desempenho, recursos e usabilidade diante de um cenário de uso inimaginavelmente maior e mais intenso.

Logomarcas de diversos fornecedores

Quem saiu na frente em popularização foi a Zoom, com seu sistema de videoconferências Reuniões Zoom (Zoom Meetings), oferecendo versão gratuita com reuniões em grupo para até 100 participantes com limite de duração de 40 minutos, fácil configuração e acesso em navegadores web, aplicativos desktop Windows e móveis Android e iOS, e recursos poderosos como compartilhamento de tela, transferência de arquivos e gravação local de reuniões.

Porém, rapidamente surgiram notícias de diversas falhas de segurança e privacidade reveladas no Zoom, como relativa facilidade de se descobrir e invadir reuniões alheias, links e criptografia vulneráveis. Mesmo com o anúncio da empresa de um plano de 90 dias para melhorias de segurança, incluindo lançamento da nova versão 5.0, foi um banho de água fria na credibilidade da ferramenta, principalmente para usos mais críticos.

Foi a vez de gigantes como Microsoft e Google destacarem a robustez e evolução de seus produtos e oferecerem usos gratuitos principalmente para trabalho e educação, com as ferramentas Microsoft Teams e Google Meet. Ambos os fornecedores também tem produtos gratuitos mais simples voltados para usuários pessoais: Microsoft Skype e Google Duo.

Esse mercado ainda conta com outros fornecedores de peso. Citando o quadrante mágico do Gartner para Meeting Solutions em agosto de 2019, tínhamos no quadrante líder, junto com Microsoft e Zoom, Cisco (Webex) e — mais atrás — LogMeIn (GoToMeeting), como desafiantes Google e Adobe (Connect), e visionários BlueJeans by Verizon, StarLeaf, Pexip e Lifesize.

Nessa onda, até aplicativos como o popular WhatsApp aproveitaram para expandir seus recursos. WhatsApp passou a permitir chamadas de vídeo e de voz em grupo com até 8 participantes (28 de abril de 2020). E muitos não sabem que o Facebook Messenger, pouco usado no Brasil, permite vídeo chat em grupo desde dezembro de 2016.

A pandemia de COVID-19, ao mesmo tempo que é uma tragédia mundial, tem impulsionado considerável revolução tecnológica e rupturas de hábitos e culturas nas pessoas, grupos sociais e organizações, como neste caso das reuniões remotas. O tempo dirá o que restou de bom.

Para saber mais:

Também publicado no LinkedIn.

Arredondamento bancário

O arredondamento aritmético como em geral conhecemos, e que é utilizado na fórmula ARRED(Valor;CasaDecimal) de planilhas eletrônicas como Excel e Calc, funciona assim:

Para arredondar um número na N-ésima casa decimal, observamos a casa decimal seguinte. Se for um algarismo entre 0 e 4, apenas mantemos o número até a N-ésima casa decimal e descartamos as seguintes (arredondamento “para baixo”). Se for 5 em diante, aumentamos uma unidade na N-ésima casa decimal, além de descartar as casas decimais seguintes (arredondamento “para cima”).

Assim, para arredondamentos na segunda casa decimal, exemplos:

  • 12,3449 ⇒ 12,34 (4 < 5, para baixo)
  • 12,3472 ⇒ 12,35 (7 ≥ 5, para cima)
  • 12,3456 ⇒ 12,35 (5 ≥ 5, para cima)
  • 12,345 ⇒ 12,35 (5 ≥ 5, para cima)

Porém, conforme bem explicado no artigo “Um novo algoritmo para arredondamento de resultados” [PDF], por Daniel Homrich da Jornada, consultor na área de metrologia e Diretor Técnico da Certificar, o caso exato em que a casa decimal seguinte é 5, seguida apenas de zeros (ou seja, sem valores nas casas decimais após a N+1), arredondar sempre para cima gera um erro sistemático tendendo sempre ao acréscimo.

Esse desequilíbrio pode ser facilmente ilustrado: imagine as situações em que há apenas a casa decimal seguinte; são 10 possibilidades (0 a 9). Quando ela é zero, não há acréscimo nem decréscimo (estatisticamente, 10% das possibilidades); quando é 1, 2, 3 ou 4, são as 4 possibilidades em que há decréscimo (40%); e quando é 5, 6, 7, 8 ou 9, são 5 possibilidades em que há acréscimo (50%). Ou seja, há mais possibilidades de acréscimo do que de decréscimo.

Para equilibrar estatisticamente as possibilidades do arredondamento, há um método comumente denominado “arredondamento bancário” (em inglês, “banker’s rounding”), definido em normas como a ABNT NBR 5891:2014 – Regras de arredondamento na numeração decimal [PDF]; a ISO 80000-1:2009 – Quantidades e unidades — Parte 1: Geral (sucedeu a ISO 31-0:1992), Anexo B – Arredondamento de números, o NIST SP 811:2008 – Guia para o uso de unidades no sistema internacional, Apêndice B.7; a 754-2008 – Padrão IEEE para aritmética de ponto-flutuante, Seção 4.

O “arredondamento bancário” na N-ésima casa decimal pode ser definido em três regras:

  • Quando o algarismo a ser conservado for seguido de algarismo inferior a 5, permanece o número até o algarismo conservado e descartam-se os posteriores (arredonda “para baixo”).
  • Quando o algarismo a ser conservado for seguido de algarismo superior a 5, ou igual a 5 seguido de no mínimo um algarismo diferente de zero, soma-se uma unidade ao algarismo a ser conservado e descartam-se os posteriores (“para cima”).
  • Quando o algarismo a ser conservado for seguido apenas de 5, e todos os posteriores zerados, arredonda-se o algarismo conservado para o par mais próximo, ou seja, se o algarismo a ser conservado for par, apenas descarta-se o 5 posterior (“para baixo”), e se o algarismo a ser preservado for ímpar, soma-se uma unidade ao algarismo a ser conservado, descartando-se o 5 posterior (“para cima”).

Assim, a distinção entre o arredondamento aritmético e o arredondamento bancário ocorre apenas quando posteriormente ao algarismo a ser conservado há exatamente 5 (ou 500…). Enquanto no arredondamento aritmético arredonda-se sempre para cima neste caso, no arredondamento bancário arredonda-se para cima apenas quando o último algarismo a ser conservado é ímpar.

Exemplos deste caso no arredondamento bancário:

  • 12,345 ⇒ 12,34 (4 é par, para baixo)
  • 12,385 ⇒ 12,38 (8 é par, para baixo)
  • 12,315 ⇒ 12,32 (1 é ímpar, para cima)
  • 12,395 ⇒ 12,40 (9 é ímpar, para cima)

Não há até o momento função nativa do Microsoft Excel ou do LibreOffice Calc para esse tipo de arredondamento. O Portal Certificar disponibiliza para download gratuito um suplemento compatível com Excel 2003 e superiores, com a função ArredCertificar(Valor; CasaDecimal) implementada em linguagem VBA (Visual Basic for Applications).

Eu escrevi uma fórmula nativa do Excel/Calc com o mesmo efeito:

=SE(MOD(Valor*10^(Casas+1);20)=5;
TRUNCAR(Valor;Casas);
ARRED(Valor;Casas))

Vamos entendê-la em partes:

  1. Se a parte posterior à casa a ser conservada é exatamente 5 e o último algarismo a ser conservado é par (uma maneira engenhosa de testar as duas coisas ao mesmo tempo é comparar se o resto da divisão inteira desses algarismos por 20 é exatamente 5): SE(MOD(Valor*10^(Casas+1);20)=5);
    1. Arredonda-se para baixo (truncar): TRUNCAR(Valor;Casas)
  2. Caso contrário, segue-se o arredondamento aritmético normal: ARRED(Valor;Casas)

Vi postagens na internet sugerindo outras fórmulas com efeito equivalente. Por exemplo, esta postagem cita a fórmula:

=ARRED(Valor;Casas)-(MOD(Valor*10^(Casas+1);20)=5)/10^(Casas)

A fórmula acima tira proveito de que um teste lógico como MOD(...)=5 vale 1 se VERDADEIRO e 0 se FALSO; quando o algarismo a ser preservado é par, o teste retorna verdadeiro e isso faz subtrair 1 unidade desse algarismo quando o arredondamento aritmético seria para cima.

O “arredondamento bancário” costuma ser aplicado em cálculos financeiros e bancários, medições laboratoriais, aplicações de engenharia e científicas, dentre outras situações. Espero que o conceito e as fórmulas (VBA e nativa) sejam úteis para muitos.

Nota para desenvolvedores: Enquanto as planilhas de cálculo ainda não contemplam essa regra presente em tantas normas internacionais, felizmente há recursos nativos para isso nas principais linguagens de programação, como em Java a opção java.math.RoundingMode HALF_EVEN com números decimais precisos BigDecimal, o DecimalRound do .NET Framework, o decimal.ROUND_HALF_EVEN de Python etc.

Vida móvel na nuvem – arquivos e imagens

Na série Vida móvel na nuvem, introduzi três ferramentas que considero essenciais. Vamos falar agora da primeira, armazenamento e compartilhamento de arquivos e imagens.

Este tipo de serviço tem como essência a disponibilização de um espaço de armazenamento na internet, vinculada a uma conta protegida por usuário e senha. A partir daí, você pode usar para armazenamento, backup (cópia de segurança) e compartilhamento de arquivos e pastas, incluindo fotos (imagens) e vídeos.

Como falei na introdução, minhas escolhas são Google Drive (integrado ao Google Photos) ou Microsoft OneDrive. As características que descrevo a seguir se aplicam a ambos. Quando há alguma diferença relevante, isto é apontado no texto.

OneDrive, Google Drive, Dropbox
Crédito: Dazeinfo, Google Drive vs Microsoft OneDrive vs Dropbox: Which Cloud Storage Is The Best?, por John Porter, 2016-04-04.

Outros bons serviços similares existentes são Dropbox, Box e Syncplicity. Os dois últimos não são muito populares no Brasil. Todos tem versões individuais (pessoa física) e corporativas (oferecidas a empresas).

Arquivos e pastas

Vida de Suporte: Colocando arquivos na nuvem
Fonte: Vida de Suporte – “Colocando na Nuvem” (humor).

O recurso básico é o uso similar a um “disco virtual” na nuvem, onde se podem armazenar arquivos e pastas em geral.

Em dispositivos móveis (smartphones e tablets), instala-se o aplicativo que permite navegar pelo repositório na nuvem, baixar (download), visualizar arquivos ou abrir em um app específico, enviar arquivos (upload) para o repositório — integrando-se com outros apps em geral a partir do recurso Compartilhar — e configurar sincronização automática de fotos e outros arquivos locais do dispositivo com o repositório na nuvem.

Para integrar seu uso ao computador Windows ou Mac, um aplicativo cria um vínculo entre pastas (à sua escolha) nos discos locais do computador e o disco virtual, fazendo a sincronização bilateral automática e transparente (em segundo plano): arquivos e pastas novos ou atualizados no disco virtual são baixados para o computador e os do computador são enviados para a área de armazenamento. As aplicações do computador acessam as cópias locais dos arquivos e pastas, por isso, uma vez que o arquivo desejado esteja disponível localmente no dispositivo, não deve haver problema de desempenho (velocidade de acesso) ou compatibilidade.

O aplicativo de sincronização tem habilidade de identificar eventuais conflitos de atualização de arquivos ou pastas, isto é, objetos que tenham sido modificados tanto no repositório na nuvem quanto no dispositivo local, desde a última sincronização. Em geral, o aplicativo avisa sobre a existência do conflito, preserva as duas versões modificadas do arquivo e aguarda que o usuário resolva o conflito.

Se um arquivo é excluído no repositório ou no dispositivo local, ele também será excluído na sincronização em todos os dispositivos. Tanto Microsoft OneDrive quanto Google Drive mantêm arquivos excluídos na Lixeira por 30 dias, permitindo que possam ser restaurados dentro desse prazo.

Por manter sincronizadas cópias locais nos dispositivos e no repositório na nuvem, o serviço de disco virtual se presta como uma forma de backup (cópia de segurança). E você ainda tem a opção de desmarcar a sincronização com o dispositivo atual para uma ou mais pastas, contudo mantendo a(s) pasta(s) no repositório na nuvem.

E de qualquer dispositivo, sem a necessidade de instalar o aplicativo de sincronização, você pode acessar o repositório na nuvem por meio de um navegador web: Microsoft OneDrive (onedrive.live.com) ou Google Drive (drive.google.com), entrando com seu usuário e senha. A interface web permite gerenciar os arquivos e pastas do repositório, bem como fazer downloads e uploads.

Outros dois recursos fundamentais e poderosos do armazenamento em nuvem são:

  • A pesquisa textual, tanto no nome de arquivos e pastas quanto no conteúdo de documentos e imagens. Tanto Google Drive quanto OneDrive conseguem pesquisar texto em imagens (OCR) quanto identificar objetos em imagens (por exemplo, você pesquisa “cachorro” e ele traz como resultado imagens que exibem um cachorro.
  • O compartilhamento de arquivos ou pastas inteiras com outros usuários. Você pode compartilhar conteúdo seu e acessar conteúdo que outros compartilharam com você.

Até o momento desse artigo, um recurso muito útil só estava disponível no OneDrive: No Windows 10 em diante, ele tem a opção de Arquivos Sob Demanda, de modo que pastas e arquivos armazenados na nuvem podem aparecer listados localmente no Explorador de Arquivos do Windows, com suas propriedades (nome, data, atributos, compartilhamento), mas não ocupam espaço de armazenamento local, de forma que o conteúdo é baixado sob demanda apenas quando você abre o arquivo (para visualizar ou editar). Isso permite grande economia de espaço local, além de agilizar a sincronização. Você pode ainda definir para “Sempre manter neste dispositivo” arquivos que deseje que o conteúdo fique sempre disponível localmente.

Fotos e vídeos

Os serviços incluem opção de salvar automaticamente fotos, vídeos e capturas de tela do dispositivo no repositório na nuvem, suportando grande variedade de formatos de imagem e vídeo. Também imagens e vídeos em mídias/dispositivos removíveis inseridos (como cartões de memória e unidades flash USB / “pendrive”) Isso é excelente tanto como backup de dispositivos móveis e câmeras fotográficas como consolidação de todas suas fotos e vídeos em um repositório unificado.

Existem serviços na nuvem especialmente voltados a imagens, como o tradicional Flickr ou o profissional SmugMug. Mas os discos virtuais integram o gerenciamento de arquivos de fotos, vídeos e capturas, com a vantagem de organização e pesquisa unificadas. No caso do Google Drive, isso se integra com o serviço Google Photos.

O salvamento automático de imagens e vídeo tem um tratamento diferenciado quanto à sincronização, uma vez copiadas para o repositório. Em geral permitem que você posteriormente possa excluir imagens ou fotos em um dispositivo, mantendo o armazenamento no repositório. Isso faz sentido porque o espaço (tamanho) de armazenamento interno de dispositivos móveis e removíveis costuma ser muito mais limitado que o de um disco de computador, e é comum você necessitar apagar imagens e, principalmente, vídeos para liberar espaço.

Coleções de imagens e fotos podem ser organizadas e compartilhadas em álbuns. Tanto Google Drive/Photos quanto Microsoft OneDrive ainda facilitam essa organização, sugerindo a criação automática de álbuns para sequências de imagens e vídeos que tenham data e horários próximos, o que sugere que representem um evento ou momento específico. O Google ainda vai além, sugerindo também colagens, animações, clipes e efeitos especiais.

O Google Photos tem pelo menos um recurso de destaque que até o momento desse artigo ainda não havia nos demais: o agrupamento e a pesquisa de fotos por pessoas, desde que ativado o reconhecimento facial. Embora exista esse recurso no Microsoft Fotos no Windows 10 e 11, ainda não está disponível para fotos na nuvem no OneDrive.

Espaço e custo

Ok, tudo parece interessante e maravilhoso, mas quanto espaço posso ter na nuvem? E quanto custa?

São serviços “freemium”, ou seja, oferecem opção gratuita (“free”) individual com um espaço de armazenamento limitado, com a opção de uma subscrição (assinatura, mensal ou anual) paga para mais espaço (e, eventualmente, recursos e suporte “Premium”). Como este serviço ainda está em plena expansão e é competitivo, tendo gigantes como Google e Microsoft, os espaços de armazenamento e os preços podem variar em razão da concorrência e da oferta-demanda. O espaço gratuito do OneDrive, por exemplo, já foi 5GB, 25GB, 7GB, 15GB e voltou para 5GB!

Veja um quadro comparativo, com espaços, preços e condições disponíveis à época deste artigo:

Serviço Plano Gratuito Plano 1+ TB Observações
OneDrive 5 GB R$359/ano ou R$36/mês Plano 1TB faz parte do pacote Microsoft 365 [1][3], para uso em desktop, smartphone e tablet, e inclui licença dos aplicativos do MS Office; permite limitar prazo de compartilhamento e manter pastas off-line em dispositivos móveis acessíveis sem internet.
Google Drive 15 GB 2TB por R$350/ano ou R$35/mês Integra o plano Google One [2]. O espaço de armazenamento é compartilhado com mensagens (e anexos) do Gmail e Google Photos com fotos e vídeos na qualidade/resolução original. Se você permitir que o Google compacte fotos e vídeos em alta qualidade para economizar espaço, o armazenamento do Google Photos é ilimitado.
Dropbox 2 a 16 GB US$10/mês Plano 1TB permite acesso a arquivos off-line e exclusão remota de dispositivos. O plano gratuito começa com 2GB, mais 500MB por amigos indicados, até o limite de 16 GB.
Box 10 GB Não tem Plano individual 100GB por US$11.5/mês.
Syncplicity 10 GB Não tem Plano individual 100GB por US$60/ano.

[1] Atualização: O pacote da Microsoft que inclui o aplicativos do Office e OneDrive se chamava Office 365, nas edições Personal (1 usuário) e Home (até 6 usuários). Em 21/04/2020, o pacote passou a se chamar Microsoft 365, e a edição Home passou a ser Family. Vide Microsoft 365 Press materials – FAQ: What is changing with Office 365 (em inglês), O Office 365 agora é o Microsoft 365 e Apresentamos as novas assinaturas do Microsoft 365 Personal e Family.

[2] Atualização: Em 28 de agosto de 2018, a Google lançou na América Latina o Google One, um plano de armazenamento com mais opções opções de espaço (de 100GB até 30TB) e possibilidade de compartilhar o plano com até 5 membros da família, similar ao plano familiar Home da Microsoft. As assinaturas do Google Drive foram migradas para o Google One e, pelos mesmos R$35 mensais que eram cobrados por 1TB no Google Drive, o Google One passou a oferecer o dobro de espaço, 2TB.

[3] Atualização 2021: Depois de anos mantendo os preços, a Microsoft reajustou duas vezes, em março e em julho de 2021, os preços dos pacotes Microsoft 365 no Brasil, passando a custar 50% mais. O Personal anual, por exemplo, passou de R$239 para R$279 e depois para R$359. O Family passou de R$299 para R$449 no Microsoft Store, sendo que em lojas de comércio eletrônico (Kalunga, Americanas, Magalu etc.) é possível encontrar assinaturas anuais muito mais baratas.

O melhor gratuito, sem dúvida, é o Google Drive. Se você permitir a compactação de fotos e vídeos no Google Photos, condição para o armazenamento ilimitado de imagens, 15 GB do Google One devem ser suficientes para muitos anos de documentos e e-mails do Gmail (desde que não exagere nos anexos). O Google ainda tem larga superioridade nos recursos de busca tanto do Drive quanto do Photos. Por exemplo, o Google Photos permite identificar nominalmente pessoas e depois buscar, por exemplo, todas as fotos onde o Márcio aparece.

Mas se você quer salvar fotos e vídeos na qualidade original (sem alteração/compactação), rapidamente pode consumir dezenas de Gigabytes. Neste caso, os mais vantajosos devem ser os planos Microsoft que incluem OneDrive e Office 365. Com o aumento da Microsoft em 2021 [3], os planos individuais de Google e Microsoft têm preço de tabela similar. Mas a Microsoft tem plano familiar para até 6 usuários, oferecendo para cada usuário 1TB e Office 365 Home em computador, tablet e smartphone, por R$449/ano ou R$45/mês (era R$299 e R$29 até mar/21 [3]), ou seja, apenas 25% mais caro que o plano individual. Melhor ainda, em lojas de comércio eletrônico você consegue comprar assinatura anual dos pacotes Microsoft 365 (Family ou Personal) por muito menos, já vi chaves de assinatura anual com mais de 50% de desconto em relação ao preço oficial do Microsoft Store!

Segurança

Por último mas não por menos, não poderia deixar de falar sobre segurança. Se pretende manter arquivos pessoais armazenados na internet, é essencial tomar precauções e utilizar recursos de segurança apropriados.

Para segurança e proteção geral do acesso à sua conta na nuvem, e por consequência à todo conteúdo armazenado, siga as duas dicas a seguir:

  • Utilize uma senha forte para sua conta, com tamanho adequado e uso de letras minúsculas, maiúsculas, algarismos e símbolos. E é recomendável trocar a senha no mínimo anualmente. Lembre-se que Microsoft e Google usam contas de usuário universais para os diversos recursos e serviços oferecidos pela respectiva empresa, como login no sistema operacional ou dispositivo móvel, e-mail etc. Protegendo sua senha você estará, de quebra, reforçando a segurança de todos os demais serviços da Microsoft/Google que você também utiliza.
  • Ative os recursos de segurança disponíveis, como verificação em duas etapas (ou autenticação de dois fatores) na conta de usuário (tanto Microsoft quanto Google), PIN (senha numérica) para o acesso ao app em dispositivos móveis (OneDrive), criptografia de arquivos em dispositivos móveis (Google Drive).

Para proteção de arquivos sensíveis armazenados na nuvem, como documentos pessoais digitalizados, arquivos financeiros e outros arquivos contendo informações pessoais ou sigilosas, é importante você adotar recursos de criptografia (basicamente, manter o conteúdo “embaralhado” por um algoritmo seguro com chave de acesso própria) que mantenham esses arquivos seguros, mesmo caso alguém tenha acesso à conta.

  • [Atualização] A partir de junho de 2019, a Microsoft saiu na frente e disponibilizou um novo recurso exatamente para isso, chamado Cofre Pessoal, uma área protegida do OneDrive, que você pode acessar apenas com um método de autenticação forte ou uma segunda etapa de verificação de identidade, como impressão digital, verificação facial, PIN ou um código enviado por e-mail ou SMS. Os arquivos bloqueados no Cofre Pessoal têm uma camada extra de segurança (criptografia) que aumenta a proteção, caso outras pessoas obtenham acesso à conta ou ao dispositivo. Este recurso fica facilmente acessível como uma “pasta especial” no OneDrive no computador (Windows 10) e dispositivos móveis compatíveis. Saiba mais nos artigos de divulgação do lançamento no blog da Microsoft e no suporte em Proteja seus arquivos do Onedrive no Cofre Pessoal.
  • Como alternativa, utilize um programa que criptografa conteúdo de arquivos. Alguns aplicativos, como Microsoft Office e LibreOffice, oferecem opção de proteger por senha seus documentos. Também pode-se utilizar um compactador de arquivos que tenha opção de criptografia (preferencialmente um padrão seguro, como AES) como 7-Zip (livre) ou PowerArchiver (pago), ou um software específico, como o Axcrypt. Criptografar arquivos um a um é mais trabalhoso, mas lembre-se que segurança é um equilíbrio entre conveniência e proteção.

Para saber mais

Vida móvel na nuvem – introdução

Atualmente está comum uma pessoa ter dois ou mais desses dispositivos móveis computacionais: laptop/notebook, smartphone e tablet. Mesmo com os — cada vez mais raros — computadores pessoais desktop, há frequente necessidade de mobilidade e compartilhamento entre o computador de casa e o do trabalho (muito além de um simples pendrive), ou entre o desktop e dispositivos móveis. É a era da vida conectada, móvel e em tempo real.

Os serviços e recursos que são nativos da internet, como o e-mail, redes sociais e streaming de áudio/vídeo, por exemplo, já tendem a estar naturalmente acessíveis de qualquer dispositivo.

Mas e quanto a fotos, filmagens, anotações, documentos e informações pessoais, produzidos aos montes e buscados a todo momento e em qualquer lugar? Como preservar, organizar e tornar disponível tudo de forma consolidada? O caminho tende a ser migrar para algumas soluções na nuvem, ou seja, centradas na internet.

O primeiro receio de qualquer um nesse sentido costuma ser do tipo: Mas é a segurança? Manter coisas na internet é seguro? Um hacker em qualquer parte do mundo não poderá invadir minhas informações? Claro que se deve ter cautela e utilizar recursos e práticas de segurança. Mas devolvo questionando outras facetas da situação: As informações no seu dispositivo móvel estão seguras? E se você esquecê-lo, perder ou for furtado/roubado, e se der defeito? Você faz e mantém backup (cópia) atualizado e seguro de tudo que é importante? Qual risco lhe parece mais provável, um extravio/furto/defeito do seu dispositivo móvel ou uma invasão on-line de sua conta?

Se neste ponto você está convencido que vale a pena adotar a nuvem para armazenar e compartilhar informações e conteúdo pessoal, vou sugerir três ferramentas que considero essenciais e complementares:

  • Google Drive + Photos (melhor gratuita) ou Microsoft OneDrive (mais vantajosa paga): armazenamento e backup de arquivos, incluindo fotos e vídeos.
  • Evernote: notas diversas, incluindo listas, digitalizações (capturas de imagem de documentos com a câmera), voz, mão-livre, capturas de páginas web.
  • LastPass: senhas de sites e notas seguras.

As três ferramentas oferecem modelo de serviço “freemium”, isto é, tem opções gratuitas e planos Premium pagos com recursos adicionais. Todas podem ser acessadas e sincronizadas em múltiplos dispositivos conectando em sua conta, seja instalando o aplicativo próprio ou via web em qualquer navegador.

Vou detalhar cada ferramenta em um artigo à parte:

O último plugin

Depois do fim anunciado do Microsoft Silverlight e do Java Plugin, chegou a vez do anúncio de adeus do último e mais popular plugin de navegadores web de todos os tempos: o Adobe Flash.

Segundo o anúncio oficial de 2017-07-25 no site da Adobe, padrões abertos como HTML5, WebGL e WebAssembly amadureceram nos últimos anos, e agora provêm a maioria dos recursos e funcionalidades de plugins pioneiros e são uma alternativa viável para conteúdo dinâmico, vídeo, animações e jogos na web. Atualmente os principais navegadores integram recursos nativos antes só possíveis através de plugins.

Nesse cenário, e em colaboração com parceiros tecnológicos incluindo Apple, Facebook, Google, Microsoft e Mozilla, a Adobe planeja o fim-de-vida do Flash até o fim de 2020, e encoraja os criadores de conteúdo a migrarem conteúdo existente em Flash para um destes novos padrões abertos. Até lá, a Adobe vai continuar prestando suporte e atualizações (de segurança e compatibilidade) ao Flash nos sistemas operacionais suportados.

Além disso, a Adobe cogita antecipar prazos de fim-de-vida do Flash em certas regiões do mundo onde versões não licenciadas e desatualizadas do Flash Player tem sido distribuídas.

O Flash surgiu em 1996 lançado pela FutureWave originalmente com o nome Shockwave. Naquele mesmo ano a pequena foi comprada pela Macromedia, por sua vez adquirida pela Adobe em 2005. Atingiu a marca de mais de 1 bilhão de instalações em computadores conectados, e foi por muito tempo padrão de fato da indústria para animações e jogos na web.

A era dos dispositivos móveis (tablets e celulares com Android e iOS) sem suporte a plugins e, como citou o anúncio da Adobe, os novos padrões abertos desde o HTML5 impulsionam a decadência e fim dos plugins, incluindo agora o ilustre Flash.

Plug-ins em navegadores: o fim de uma era

Sem Plug-insRemonta à época do velho navegador internet Netscape a ideia de se definir uma API aberta de plug-ins para integrar tratamento de conteúdos e mecanismos específicos ao navegador, como vídeos, animações, gráficos vetoriais, PDF, aplicações dinâmicas etc., de forma que o os mecanismos nativos do navegador se concentrassem em navegação e exibição de páginas da “World Wide Web”. Isso fazia muito sentido naqueles anos 90.

E até agora, praticamente todos os navegadores populares da atualidade, em sistemas operacionais desktop como Windows, Linux e MacOS, ainda implementavam a arquitetura de plug-ins multi-plataforma denominada Netscape Plugin Application Programming Interface (NPAPI).

Contudo, no longo caminho de mais de 20 anos de evolução desde os idos do Netscape até hoje, e mais intensamente nos últimos anos, a necessidade de plug-ins vem decrescendo. E a tendência iminente é chegar a zero!

Este artigo busca um retrospecto e referências dos principais aspectos, contextos e fatos envolvidos na decadência dos plug-ins de navegadores.

Recursos nativos

Os navegadores e os padrões da web vem evoluindo para incorporar cada vez mais recursos nativos para conteúdo dinâmico, rico e interativo. Citemos alguns marcos importantes:

Ajax e Rich Internet Applications (RIA)

Os padrões de JavaScript, CSS (estilos), DOM (modelo de objetos das páginas web para manipulação programática, especialmente via JavaScript) evoluíram muito para suportar cada vez mais interatividade e experiência rica (RIA) nas páginas web, com destaque par a popularização do Ajax e de frameworks de programação web poderosos como jQuery e AngularJS, só para citar alguns. Veja por exemplo meu artigo Ajax e RIA – Radar do mercado, de mai/2011.

HTML5

O padrão HTML5 (desenvolvimento iniciado em 2007/2008 e recomendação oficial do W3C concluída em 2014-10-28, especificação liderada por Ian Hickson da Google), suportado por todos os principais navegadores da atualidade, incluiu elementos nativos para incorporação de multimídia como vídeo, áudio e legendas, equações matemáticas (MathML), gráficos vetoriais (SVG), canvas gráficos 2D (bitmaps dinâmicos) e 3D (WebGL) etc. diretamente em páginas web. Isso dispensa o uso de plug-ins antigamente utilizados para integrar com visualizadores multimídia do sistema operacional como Apple Quicktime, Windows Media Player ou VNC.

Referências sobre HTML5 e seus recursos nativos:

PDF

Mozilla Firefox, Google Chrome e Microsoft Edge atualmente incluem visualizadores nativos de documentos PDF. Isso dispensa o plug-in integrando o Adobe Acrobat Reader. O Chrome oferece também recurso nativo para Salvar como PDF páginas web, ao invés de imprimir.

A Adobe alega que o Acrobat Reader garante melhor experiência do usuário e garante total compatibilidade com o formato PDF, evitando erros e problemas na utilização de recursos avançados. Vários navegadores, mesmo possuindo visualizador nativo, oferecem alternativa de configurar o Adobe Acrobat Reader para abrir documentos PDF. Veja também Change in support for Acrobat and Reader plug-ins in modern web browsers, na base de conhecimento de Ajuda da Adobe.

Extensões ou complementos nativos do navegador

O modelo de extensões ou complementos específicos para os principais navegadores, disponibilizadas para baixar em repositórios ou “lojas” (Mozilla Add-ons, Google Chrome Web Store etc.), permite incorporar novas funcionalidades e comportamentos específicos aos navegadores como componentes adicionais nativos.

A era dos dispositivos móveis

E veio a era dos dispositivos móveis (smartphones e tablets), memória RAM e telas menores que os desktops, interação fortemente baseada em toque direto na tela, e em sua maioria com sistemas operacionais Google Android ou Apple iOS.

Com as diferenças e limitações de hardware, sistema operacional e software dos dispositivos móveis, em geral os aplicativos para estes dispositivos são mais enxutos e especializados. A consequência é que os navegadores internet para smartphones e celulares em geral não suportam mecanismos de plugin.

Depois da versão 11.1 do Adobe Flash Player em set/2013, a Adobe deixou de publicar Flash Player para browser em dispositivos móveis Android. No iOS, em meio a alegações controversas desde uma declaração Thoughts on Flash de Steve Jobs em abr/2010, o Flash nunca foi suportado nos dispositivos móveis da Apple. No Android, o Flash Player deixou de ser disponibilizado no Google Play Store; em Android 4 e inferior, ele só pode ser instalado manualmente diretamente a partir do repositório arquivado da Adobe.

Referências:

A extinção do NPAPI

Microsoft

O Microsoft Internet Explorer 5.5 SP2, em ago/2001, já havia descontinuado o suporte ao protocolo NPAPI, deixando de suportar os plug-ins no estilo Netscape em favor da integração via tecnologia ActiveX, introduzida desde o Internet Explorer 3, conforme artigo #30341 da base de conhecimento de suporte Microsoft.

O novo navegador Microsoft Edge introduzido no Windows 10, por sua vez, descontinuou também o suporte à tecnologia ActiveX. Veja A break from the past, part 2: Saying goodbye to ActiveX, VBScript, attachEvent…, 2015-05-06, por Microsoft Edge Team, em Windows Blog.

Google

Em setembro de 2013, Justin Schuh, Engenheiro de Segurança e Planejador de Obsolescência de Plug-in da Google, publicou no Chromium Blog que a arquitetura anos-90 do NPAPI se tornara causa frequente de travamentos, falhas, incidentes de segurança e complexidade de código; por causa disso, Chrome iria gradualmente reduzir o suporte a NPAPI a partir do ano seguinte.

Como evidência de que a web estava pronta para essa transição, Schuh apresentou dados baseados nos dados anônimos de uso coletados pelo Chrome indicando que à época apenas seis plug-ins haviam sido usados por mais de 5% dos usuários no mês anterior: Silverlight (15%), Unity (9,1%), Google Earth (9,1%), Java (8,9%), Google Talk (8,7%) e Facebook Video (6%).

Em artigo de atualização de novembro de 2014, com os dados indicando que o uso de NPAPI continua em queda, a Google apresentou a contagem regressiva para o NPAPI, com todos os plugins passando a ser bloqueados por padrão em jan/2015, depois o suporte a NPAPI desabilitado por padrão em abr/2015 (o que efetivamente ocorreu no Chrome 42) e, por fim, o suporte a NPAPI sendo permanentemente removido do Chrome em set/2015 (Chrome versão 45). Assim ocorreu.

Mozilla

Em 8 de outubro de 2015, Benjamin Smedberg, gerente de engenharia de qualidade do Firefox na Mozilla, publicou um anúncio sobre plugins NPAPI no Firefox: a Mozilla pretende remover o suporte a plugins NPAPI no Firefox até o fim de 2016. Apenas o suporte a Adobe Flash deve ser mantido em caráter excepcional. Novas plataformas como o Firefox 64-bits para Windows já nascem sem suporte a plugins.

Similar à Google, Smedberg também justifica que com a evolução dos browsers e da Web, muitos recursos que antes requeriam plugins estão agora disponíveis nativamente. E que com a velha NPAPI, plug-ins são fonte de problemas, travamentos e incidentes de segurança para os usuários.

Firefox começou este processo vários atrás, com o mecanismo de ativação manual de plugins, permitindo que usuários ativem um plugin apenas quando necessário. Smedberg cita que a decisão da Mozilla espelha a de outros navegadores modernos, como Google Chrome e Microsoft Edge, que também removeram suporte a plugins legados.

Os remanescentes e os novos movimentos

Quatro plug-ins para incorporação de aplicações dinâmicas avançadas ainda merecem destaque: O Adobe Flash Player, o Java Plug-in, o Microsoft Silverlight e o Unity 3D. Vamos avaliar a situação e tendência para cada um deles.

Flash

O Adobe Flash é a única tecnologia complementar que ainda persiste, praticamente unânime, largamente utilizada para vídeos em fluxo (streaming), jogos e animações em sites web, com forte intenção de continuidade de suporte pelos principais navegadores.

A Google trabalhou em conjunto com a Adobe para integrar Flash Player built-in no Google Chrome, inclusive com atualizações automáticas, sem a necessidade do usuário baixar manualmente. O Flash Player embutido no Chrome utiliza Pepper Plugin API (PPAPI), um sistema mais novo e seguro de integração de plug-ins desenvolvido pela Google a partir de 2009.

O Internet Explorer 5.5 em diante passou a integrar o Flash Player via ActiveX (a instalação da Adobe fornecia um plug-in ActiveX especialmente para o IE) e, com o dessuporte do ActiveX no novo navegador Microsoft Edge, este passa a integrar o Flash Player nativamente, similar ao Chrome.

No artigo NPAPI Plugins in Firefox, de out/2015, a Mozilla informa que com a descontinuidade do NPAPI em 2016, o suporte a Flash será mantido como uma exceção, sem ainda revelar detalhes técnicos, mas anuncia que Mozilla e Adobe vão colaborar para melhorar a experiência do Flash no Firefox, incluindo estabilidade, desempenho e segurança.

Java

O uso de applets Java integradas ao navegador tem tido um universo mais especializado de aplicações. Tirando proveito do poder e abrangência de aplicações Java capazes de lidar com todo tipo de recurso no computador, no Brasil posso citar pelo menos dois grandes exemplos:

O plug-in Guardião de Segurança antifraudes durante as transações on-line (internet banking), desenvolvido pela GAS Tecnologia e utilizado por Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú e Santander, recorreu a applet Java para seus propósitos.

No Poder Judiciário, as aplicações web de processo eletrônico, como o Processo Judicial Eletrônico (PJe) instituído nacionalmente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tem usado intensamente applet Java para acessar o certificado digital de pessoa no computador do usuário, para assinar digitalmente documentos eletrônicos e/ou para autenticação segura.

Com o fim do suporte a NPAPI já ocorrido no Chrome 45 (set/2015) e iminente no Firefox (dez/2016), que era o mecanimo de integração do Java plug-in nestes navegadores, a Oracle recomenda, no curto prazo, os usuários migrarem para Internet Explorer (Windows, que integra o Java plug-in via ActiveX) ou Safari (MacOS X, que ainda suporta NPAPI) para acessar aplicações Java através do navegador. E de forma mais definitiva, orienta os desenvolvedores a migrar as applets Java para aplicações Java Web Start, que podem ser disparadas através do navegador via protocolo Java Network Launching Protocol (JNLP), mas executam como aplicações desktop independentes no Rumtime Java SE e não interagem com o navegador depois de iniciadas.

Microsoft Silverlight

O Silverlight é uma tecnologia da Microsoft baseada em .NET Framework, que nasceu em 2007 aparentemente para concorrer com o Flash da Adobe, e que já teve sua descontinuidade anunciada na versão 5 com o fim do suporte pela Microsoft em 2021. Nesse meio tempo, um grande adepto do Silverlight foi o serviço Netflix de filmes e séries pela internet, que tirou proveito do controle de conteúdo protegido por direitos autorais (DRM) do Silverlight para reproduzir os vídeos em desktop Windows e MacOS. O Silverlight plug-in se integra ao navegador via NPAPI ou, no Internet Explorer, ActiveX. Como o Edge não suporta nenhuma das duas tecnologias de plug-in, o Silverlight não é compatível com o novo navegador da Microsoft.

Com a descontinuidade do Silverlight em 2021, a Netflix anunciou desde 2013 que pretende migrar para vídeo HTML5 com Premium Video Extensions nos computadores desktop. Em dispositivos móveis, smart TVs e consoles de jogos, a Netflix já possui seu próprio aplicativo dedicado e não depende de navegador.

Unity 3D

NPAPI Plugins in Firefox

“As part of our plugin strategy, Mozilla and Unity are proud to jointly announce a close collaboration and an aligned roadmap that will enable Unity-based content to be experienced directly in the browser without plugins. As this technology continues to evolve, Unity has announced an updated roadmap for its Web Player technology.”

Conclusão

Com a popularização de marcos tecnológicos como Ajax, HTML5 e dispositivos móveis, o uso de plug-ins nos navegadores web perdeu fortemente o sentido. Acrescente-se a isso a extinção do suporte à velha arquitetura de plug-ins NPAPI por dois dos navegadores mais utilizados (Chrome e Firefox, além do IE e Edge) até 2016.

Somente o Adobe Flash, por sua grande popularidade em conteúdos web e experiência de usuários, tem sido tratado de forma excepcional pelos fornecedores de navegadores com estratégias para manter sua compatibilidade.

Desenvolvedores de aplicações internet e provedores de conteúdo devem repensar profundamente suas estratégias de integrar conteúdo e aplicações às páginas web mais adequadas aos tempos atuais, deixando para trás a era dos plug-ins.

Google atualiza logo

Em 1º de setembro de 2015, mesmo dia em que o lançamento da versão 45 do navegador Google Chrome encerrou a compatibilidade com plugiins NPAPI (em especial Oracle Java e Microsoft Silvelight), a Google lançou uma atualização da identidade visual de sua logomarca, incluindo novo ícone.

Logotipo Google

Google Logotype

Um logotipo em fonte sem serifa mantendo a sequência multi-cor característica da Google.

Google dots

Google Dots

Uma destilação dinâmica do logotipo para momentos interativos, assistivos e transicionais.

Ícone Google G

Google G

Uma versão compacta do logo Google que funciona em pequenos contextos, como ícone.

Para saber mais:

Ask Toolbar no Java é um absurdo

[Atualizado em 18 de dezembro de 2014.]

Desde a versão 6 do Java, a Oracle começou a oferecer a instalação do software Ask de buscas patrocinadas na internet (ou seja, um adware), durante a instalação do runtime Java. E essa “oferta” insistente e vergonhosa aparece não só na instalação inicial do Java, mas em toda atualização on-line.

A página de ajuda (FAQ) do Java na Internet apenas define vagamente o seguinte:

“A Ask Toolbar é um add-on de browser gratuito que permite fazer pesquisa na Web usando o mecanismo de pesquisa Ask.com diretamente do browser.”

As ferramentas oferecidas para instalação junto com o Java são a Ask Toolbar, uma barra de ferramentas instalada como extensão nos navegadores internet, e a alteração da configuração dos navegadores instalados para que o mecanismo de busca padrão seja da Ask.com. Obviamente são buscas patrocinadas, ou sejam, que levam a resultados muitíssimo piores que os da busca do Google ou mesmo do Bing, e infestados de resultados patrocinados, onde o que mais interessa é gerar rendimento para a Ask, e não apresentar ao usuário resultados relevantes. Ou seja, o tipo de software — em geral indesejado — que é conhecido como adware.

Será realmente que um dos principais mecanismos de runtime de aplicações ricas na Internet como o Java, e uma hiper-mega-corporação global como a Oracle precisem de dinheiro extra pela revenda de patrocínio através da Ask para sustentar a distribuição e disseminação do Java? Será que realmente vale a pena associar o nome de uma empresa sólida como a Oracle e uma plataforma séria e tradicional (desde 1995!) como o Java, a um questionável adware??? Sinceramente, acredito que não!

Existe até uma petição pública (abaixo-assinado) na Internet para que a Oracle pare de distribuir o Ask na instalação do Java: Oracle Corporation: Stop bundling Ask Toolbar with the Java installer.

É fácil evitar a instalação do Ask, bastando desmarcar a opção na tela própria do assistente de instalação do Java as opções que vem marcadas por padrão:

Oferta para instalar o complemento de navegador da Ask

Mas como a maioria dos usuários não presta atenção e às vezes até não entende bem as opções, e simplesmente vai clicando “Avançar” até a conclusão da instalação, muitos acabam tendo instalada a extensão da Ask. Depois podem se assustar quando tentam fazer uma pesquisa na Internet e veem a página de resultados da Ask, sem nem se lembrarem de como isso foi parar ali!

Mesmo depois de instaladas as extensões da Ask, há opção de desinstalar o software pelo Painel de Controle do Windows, mas mais uma vez muitos usuários mais leigos ou desavisados sequer sabem disso ou procuram essa opção.

Lendo uma atualização de 12/12/2014 no site do abaixo-assinado contra o Ask ToolBar, descobri que a partir do Java 7 Update 65 (7u65) e Java 8 Update 11 (8u11) a Oracle passou a disponibilizar, no Painel de Controle Java, guia Avançado, opção que pode ser marcada para Suprimir ofertas de patrocinadores ao atualizar o Java.

Painel de Controle Java, guia Avançado, opção Suprimir ofertas do patrocinador ao instalar ou atualizar o Java.

O FAQ (Respostas a Perguntas Frequentes) da Oracle sobre “Como eu instalo o Java sem ofertas de terceiro patrocinador” ainda apresenta outra alternativa, mais técnica, para evitar a instalação de software patrocinado na instalação é executar o instalador pela linha de comando (Prompt/Console, cmd, ou Iniciar > Executar) acrescentando o parâmetro SPONSORS=0. Segundo o artigo, esta opção já existia antes do Java 7u65 e 8u11, mas não deixa claro desde quando.

Uma entrada no fórum SuperUser, How can I prevent Ask.com Toolbar from being installed every time Java is updated?, ensina que há um jeito de se adicionar entradas no registro do Windows que desabilitam em definitivo as ofertas de patrocinadores durante a instalação de Java: desativa_patrocinio_java.reg

Também quando se baixa a versão off-line do instalador do Java Runtime (JRE), disponível em Java.com e em Oracle TechNet (encontrado a partir da página inicial Java SE Downloads), a oferta de instalação da ferramenta patrocinada Ask não aparece.

Mas, mais uma vez, a maior parte dos usuários comuns não sabe disso e nunca chegará a estas alterativas, infelizmente!

No artigo Soluto’s data raises questions about how Oracle manages Java do blog da empresa Soluto, de soluções para suporte remoto para PCs e iOS, o instalador do Java é responsável por cerca de 40% das instalações indesejadas da Ask Toolbar em seus clientes. Além disso, pelo menos 60% dos clientes da Soluto que tiveram o Ask instalado providenciaram a desinstalação, mostrando o quanto a ferramenta é indesejada. E a empresa acredita que a maior parte dos que ainda não desinstalaram a Ask Toolbar têm a intenção de fazê-lo.

Se você é usuário do Java, recomendo evitar a instalação da Ask Toolbar ou desinstalar se você também acha um software indesejado. Se você é um representante da Oracle, por favor leve nosso protesto a quem de direito para retirar esse maldito e vergonhoso patrocínio de uma vez por todas!

Para saber mais: