Aplicativos para gerenciar álbum de figurinhas

A Copa do Mundo da FIFA 2022 no Catar está chegando. Antes dela já chegou um tradicional passatempo que nesta edição está uma febre mundial: colecionar o álbum de figurinhas (ou, em português europeu, cromos). A editora Panini, com sede na Itália e subsidiária no Brasil, é quem produz o álbum e os cromos adesivos.

Para controlar o preenchimento das 678 figurinhas do álbum — sendo 640 das 32 seleções países, 20 por país incluindo equipe, escudo e 18 jogadores; 29 de símbolos, estádios, bola e museu de campeões anteriores; e mais 8 das figurinhas Team Believers Coca-Cola — é comum as pessoas imprimirem uma tabela para ir marcando as obtidas, como o modelo oferecido pelo site Mundo das Figurinhas.

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Mas na era do mundo interconectado pela Internet e os dispositivos móveis, existem muitas opções de aplicativos para smartphones para realizar essa tarefa. Os aplicativos oferecem recursos adicionais, como controlar também as figurinhas repetidas, gerar listagens das figurinhas faltantes e das repetidas e até facilitar as trocas entre pessoas.

Testei 5 destes aplicativos, todos gratuitos, e tem alternativas para vários gostos e necessidades.

Figurinhas Copa Qatar 2022 (Figuritas)

Desenvolvedor: Matias Jurfest

Disponível para Google Android (mais de 100 mil downloads) e para Apple iOS.

Uma interface compacta, limpa e prática, combinada com bons recursos. A versão de 19/09/22 trouxe a funcionalidade Trocar, em que você pode escanear um QR code de outra pessoa com o mesmo app para ver quais figurinhas vocês podem trocar.

Visualização: Todas, apenas Faltantes/Restantes, ou apenas Repetidas; não alterna entre as visualizações deslizando lateralmente a tela (tem que selecionar a opção desejada). Agrupadas por seção/time, sem opção de listagem contínua/compacta (o estilo sem a sigla da seção em cada cromo inviabiliza essa opção). Há opções rápidas de ordenação das seções padrão (ordem do álbum) ou alfabética pela sigla de 3 letras. Cada figurinha é representada por um círculo apenas com o número, dentro da respectiva seção (ou seja, ao invés do item ser identificado por “QAT 2”, o título da seção indica o QAT e o cromo está indicado apenas como “2”). Uma borda dourada/amarela indica as figuras brilhantes. 6 colunas por linha, cabem aproximadamente dois times inteiros por tela. O título de cada seção poderia ser em fonte um pouco menor. Na navegação, senti falta de filtro ou outra forma rápida de ir direto para uma seção, barra de rolagem ou opção rápida de ir para o fim ou para o início.

Marcação: Em qualquer visualização, um toque no número marca como obtida, ou, se já marcada, adiciona uma repetida. A quantidade de repetidas fica facilmente identificada em um pequeno círculo sobreposto, similar às notificações do Android. Para desmarcar ou diminuir 1 unidade, deve-se manter pressionado o ícone. É uma interface de marcação eficiente, mas não há opção ou configuração alternativa (por exemplo, um menu popup de confirmação), caso o usuário não se adapte bem a essa. Poderia ter também uma mensagem de notificação confirmando cada ação realizada. Uma ótima opção rápida de cadeado permite bloquear a edição quando se deseja apenas navegar nas visualizações, evitando a marcação acidental.

Compartilhar: Com opção de Faltantes e Repetidas, apenas Faltantes ou apenas Repetidas, gera uma listagem em texto bem compacta e fácil, com o código de 3 letras da seção no início de cada linha, seguida dos números das figurinhas separados por vírgula. Não inclui na listagem o total de figurinhas faltantes/repetidas. Ao final da listagem, inclui os links para baixar o aplicativo.

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Figura: Exemplo de listagem de repetidas compartilhada no WhatsApp.

Estatísticas: Em uma tela, exibe os totais de figurinhas do álbum, faltantes, obtidas e repetidas, percentual completado e dias colecionando (desde que o aplicativo foi instalado). Não tem dados segmentados por seção/time.

Configurações: Permite completar (marcar todas) ou reiniciar (desmarcar todas) o álbum. Tem opção de configurar o álbum com 19 ou 20 figurinhas por país (alterar essa opção após iniciado o preenchimento desmarca tudo, reiniciando o álbum); e também para exibir ou não a seção Team Believers Coca-Cola.

Álbum – Copa do Mundo 2022

Desenvolvedor: Eduardo Oliveira

Disponível para Google Android (mais de 10 mil downloads).

Muitos recursos inovadores e únicos, como permitir o cadastro de múltiplos álbuns, listar e pesquisar código e descrição (nome do jogador, estádio etc.) das figurinhas, mapear pontos e eventos de troca de figurinhas no mapa (geolocalização), compartilhar por texto, imagem ou QRCode, Backup na nuvem.

Visualização: Em Meus Álbuns, comece por criar um álbum e definir um nome. Há abas Todas, Faltantes e Repetidas, que podem ser alternadas deslizando a tela horizontalmente. No layout em tabela contínua com 3 figurinhas por linha, cabe pouco mais que um time inteiro na tela. O ícone exibe a sigla e número da figurinha e, quando marcada, aparece abaixo o controle de repetidas. No layout listagem uma figurinha por linha, cabem apenas 8 linhas na tela, mas é exibida a descrição de cada figurinha (nome do jogador etc.). A aba Faltantes é ligeiramente mais compacta, pois não exibe os controles de repetidas. Uma lupa dá fácil acesso à pesquisa por código ou descrição para navegar direto para uma figurinha específica. Além disso, exibe à esquerda da tela botões para ir direto para o fim ou o início da listagem. Embora acelerem a navegação, os botões sobrepostos atrapalham um pouco a visualização. Permite arrastar a barra de rolagem para navegação mais rápida. Há também opção para Ordenar alfabeticamente por sigla, ao invés da ordem padrão do álbum. Não inclui os cromos Team Believers Coca-Cola.

Marcação: Na aba Todas, um toque marca a figurinha e exibe o controle da quantidade de repetidas com botões (+) e (-); outro toque desmarca. No menu Configurações, há opções para Perguntar antes de marcar e Perguntar antes de alterar o número de repetidas.

Compartilhar: Nas opções de compartilhamento, esse app dá um show. Primeiro você escolhe compartilhar faltantes e/ou repetidas, em seguida escolhe o formato. Em texto, a listagem corrida por código e número, separada por vírgulas, exibe no início o total de faltantes ou repetidas e, no fim, um link para baixar o app. O formato em imagem gera uma tabela bem compacta. E as listagens em texto e tabela ainda seguem a ordenação atual selecionada. O formato QR Code gera uma imagem que pode ser lida por outro usuário do mesmo app, na opção Ler QR Code.

Estatísticas: O cabeçalho fixo da visualização do álbum mostra total de faltantes e de repetidas e o percentual de progresso. Não são exibidos os totais do álbum e de completadas.

Configuração: Existe uma opção de Configurações no menu da tela inicial do aplicativo, com opções de confirmação, notificações de eventos de troca, habilitação e intervalo do Backup automático. Na tela de visualização do álbum, um menu adicional oferece as opções de Ver em tabela, Ordenar alfabeticamente, Marcas todas, gerar e ler QR Code, renomear e apagar o álbum.

Figurinhas Copa do Mundo 2022

Desenvolvedor: Romario Campos

Disponível para Google Android (mais de 50 mil downloads).

Se você quer a visualização mais compacta possível, esse é o seu aplicativo, com layouts e controles distintos bem resolvidos para o preenchimento do álbum (todas as figurinhas ou só as faltantes) e para repetidas.

Visualização: Figurinhas ou Repetidas, podem ser alternadas deslizando a tela lateralmente. Na visualização Figurinhas, podem ser exibidas todas ou, ativando a configuração apropriada, apenas as Faltantes. A opção de visualização de Grid contínua é super compacta, 7 figurinhas por linha, chegando a caber mais de 70 cromos em uma tela. Mesmo no layout agrupado por seção, cabem três times inteiros de uma vez. Não há indicação visível de figurinhas brilhantes. Na aba Repetidas, um layout mais amplo de 4 figurinhas por linha exibe para cada uma controles para exibir, adicionar (+) e remover (-) a quantidade de repetidas rapidamente, com opção de mostrar todas as figurinhas (útil para marcar a primeira repetida) ou apenas as que já possuem repetidas.

Marcação: Na visualização de Figurinhas, um toque marca como obtida; um novo toque abre um menu pop-up confirmando se deseja desmarcar ou incluir repetida. Pelas Preferências, há opção de alterar as seções da ordem padrão do álbum para a ordem alfabética das siglas das seções. Não há opção/controle para evitar marcação acidental ao navegar. Não há navegação rápida por barra de rolagem nem recurso para ir direto para uma seção, o início ou o fim da listagem.

Compartilhar: Nas Preferências, opções de listar figurinhas faltantes ou repetidas. Disponível apenas no formato texto, a listagem é um pouco prolixa: Nome por extenso de cada seção no início de cada linha, seguida dos cromos com sigla e número. Uma linha em branco ainda separa cada seção. Na listagem de repetidas, a quantidade repetida de cada cromo é exibida entre parênteses. As listagens não incluem o total de faltantes ou repetidas. Inclui link para baixar o app.

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Figura: Exemplo de lista de repetidas compartilhada por WhatsApp.

Estatísticas: No início da visualização de Figurinhas, são exibidos os totais de figurinhas do álbum, preenchidas, faltantes e repetidas, bem como o percentual concluído. Ao avançar na navegação, essas informações não permanecem exibidas, para vê-las deve-se retornar ao topo.

Configuração: Estão nas Preferências as opções de Ordem alfabética, de Exibir somente figurinhas faltantes e do Tipo de visualização (grid contínuo ou agrupado por seção); Compartilhar figurinhas faltantes ou repetidas; compartilhar e avaliar o app. Poderia haver opção para formas alternativas de desmarcar uma figurinha

Álbum Cheio – Copa 2022

Desenvolvedor: Placar de Futebol

Disponível para Google Android (mais de 10 mil downloads).

As estatísticas mais detalhadas estão aqui.

Visualização: Em uma listagem unificada de 5 ícones por linha, agrupada por seções/times, é possível ativar filtro para exibir apenas Preenchidas, Faltantes ou Repetidas. Cada ícone quadrado de figurinha exibe sua sigla de 3 letras, bandeira e número e, muito pequeno no canto inferior direito, a quantidade de repetidas. Bordas amarelas indicam cromos brilhantes. Os totais de preenchidas, faltantes e e repetidas e percentual completado do álbum ficam fixos no topo. À direita no título de cada seção, são exibidas também as quantidades preenchida e total (X de Y). Com isso, não cabem nem dois times inteiros por tela. Não há opção de listagem contínua sem agrupar por seção. A opção de ordenação alfabética disponível é pela descrição da seção/time em português; ficou pouco prática, diferente dos demais apps que é pela sigla de três letras (em inglês) efetivamente usada para identificar as figurinhas; assim, Alemanha vem primeiro, ao invés de estar em G de GER.

Compartilhar: A listagem de Faltantes ou Repetidas está disponível apenas em texto e é extensa, organizada por seções iniciada com descrição por extenso e sigla, mas tem uma característica interessante: sua ordenação segue a opção atualmente selecionada na visualização, padrão ou alfabética. Um asterisco na frente do número sinaliza uma figurinha brilhante.

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Figura: Exemplo de listagem de faltantes compartilhada pelo WhatsApp.

Estatísticas: Além das ricas informações de quantitativos na visualização, uma tela específica de estatísticas mostra os quantitativos e percentuais de cada seção com gráfico de barras horizontais.

Figurinhas Copa Qatar 2022

Desenvolvedor: Aon Sistemas

Disponível para Google Android (mais de 500 mil downloads).

Sinceramente, não sei como esse app tem mais de 500 mil downloads no Google Play. Achei o mais fraco dentre os avaliados em interface e recursos.

Visualização: Na visualização por Todas, Faltando ou Repetidas, a listagem em tabela (grid) contínua exibe 5 figurinhas por linha e cabe pouco mais que um time na tela. A coloração ficou estranha, o contrário de todos os outros apps: a cor mais viva/forte é para as figurinhas faltantes e a cor mais fraca/esmaecida para as completadas. Há um filtro para navegar direto para uma seção/time e outro para ordenação Padrão do álbum ou alfabética.

Marcação: O primeiro toque marca a figurinha como completada, o próximo abre um menu para escolher Adicionar repetida ou Remover. Não tem cadeado ou opção para evitar a marcação acidental, mas há uma opção de configuração, “escondida” na aba Compartilhar que desativa o “Adicionar figurinha com 1 clique”, de forma que mesmo para marcar abra o menu para confirmar Adicionar.

Compartilhar: Permite compartilhar as figurinhas completadas, faltantes e repetidas, apenas como texto em uma listagem de formato extenso incluindo descrições das seções e figurinhas com código e número.

Acabou?

Essa análise detalhada de usabilidade e recursos procurou facilitar a escolha de um app que mais se adeque às necessidades e preferências de cada colecionador. Mas se nenhum dos cinco satisfez, pesquisando na loja de aplicativos você encontrará vários outros, como Álbum Figurinhas Copa Qatar 2022, da Futurs Games, Figurinhas Copa QATAR 2022, da Aon Sistemas, e outros na Google Play, Sticker Collector Qatar List, da theSpotMobile, e outros na Apple App Store.

Ah, a própria editora Panini tem um app oficial Panini Collectors que permite gerenciar todos os álbuns lançados pela empresa, disponível para Google Android e para Apple iOS, mas nem testei porque é muito mal avaliado pelos usuários.

Erros de conexão Internet de aplicativos resolvidos com DNS público do Google

Recentemente, os aplicativos do Netflix e do Amazon Prime na minha smartv começaram a dar erro de conexão Internet, apesar da rede estar corretamente configurada na TV, tanto via cabo quanto Wi-Fi, e o aplicativo do YouTube, por exemplo, continuar funcionando.

Um vídeo de suporte da LG no YouTube, “NETFLIX | Erro na conexão de internet” ensina a resolver a situação editando a configuração avançada de rede (cabo ou Wi-Fi) da TV de modo a desativar a configuração automática (desmarcar a opção “Definir Automaticamente”) da conexão da rede e em seguida alterar o Servidor DNS para 8.8.8.8.

Editar configurações avançadas de rede na SmarTV LG

Essa solução efetivamente funcionou para mim.

A explicação técnica é que essa solução basicamente ensina a não utilizarmos o servidor de DNS padrão do roteador, que em geral é definido automaticamente pelo provedor de acesso Internet utilizado, e passar a utilizar o Servidor Público de DNS do Google. Sim, 8.8.8.8 e 8.8.4.4 são os endereços IPv4 dos servidores principal e secundário Google Public DNS. Ou para quem estiver utilizando IPv6, os endereços IPv6 são 2001:4860:4860::8888 e 2001:4860:4860::8844.

Para quem “não é do ramo”, Servidor de DNS – Domain Name System (Sistema de Nome de Domínio) é o serviço que traduz nomes de domínio, como mhavila.com.br, feitos para serem compreendidos por humanos, para endereços numéricos Internet, efetivamente utilizados pelos equipamentos em rede. No protocolo Internet IPv4 (IP – Internet Protocol, em português Protocolo Internet, versão 4), endereços são representados pelo formato de 4 números (entre 0 e 255) separados por ponto, como 1.2.3.4.

De fato, os servidores DNS públicos do Google, se valendo da infraestrutura dessa gigante da Internet, são muito rápidos e estáveis e às vezes mais eficazes que os servidores de DNS de provedores de internet pagos!

É comum ver também a recomendação de uso de Google Public DNS como solução para instabilidade de conexão Internet em jogos online que precisam de respostas rápidas em tempo real, em computadores e dispositivos móveis.

Dica extra 1: Pode ocorrer de, depois de vários dias ou de uma manutenção, o provedor de internet alterar ou atualizar as configurações da sua rede. Se isso ocorrer e a conexão de rede da TV ficar indisponível, altere a configuração avançada de rede da TV para ativar de volta a opção Definir Automaticamente e salve as configurações. Isso vai atualizar outras configurações importantes como Endereço IP e Gateway. Se isso normalizar o acesso, depois você pode repetir o procedimento indicado no vídeo da LG para voltar a utilizar o Servidor DNS do Google.

Dica extra 2: Outro servidor DNS muito rápido que também pode ser utilizado é o 1.1.1.1 da CloudFlare (o DNS secundário é 1.0.0.1); ele tem a vantagem de garantir privacidade: A CoudFlare garante que não registra ou rastreia seu IP, confirmado por auditoria independente da KPGM. Veja também Google DNS vs. Cloudflare DNS: What’s the Fastest DNS?, por Rishabh Chauhan, 10/03/2022; DNS Performance Analytics and Comparison: América do Sul; e Qual o melhor DNS [e por que?], por Ricardo Fraga, 2020.

Controle parental na vida digital dos filhos

Certa dia entrei em minha conta de uma rede social e recebi o aviso de que um colega, avesso a redes sociais, havia se cadastrado naquela. Ao encontrá-lo no trabalho, falei: “Mudou de opinião sobre as redes sociais? Vi que se inscreveu.” Ele me respondeu: “Continuo não gostando. Mas minha filha se cadastrou, tive logo que entrar e me tornar amigo dela para poder acompanhar de perto.”

A atitude do meu colega é exemplar. Creio ser fundamental o acompanhamento próximo dos pais na educação, orientação e controle de crianças e jovens, tanto no “mundo físico” quanto no ciberespaço, no universo digital.

As crianças da atualidade são nato-digitais, desde pequenas já são íntimas dos computadores, dispositivos móveis e TVs inteligentes com muita naturalidade. A pandemia de COVID-19 intensificou essa imersão digital em uma escala ainda mais avassaladora. Mesmo crianças pequenas foram obrigadas a ter aulas online, e de forma geral as medidas de isolamento social acabaram por ampliar o tempo de exposição a telas.

Embora o zelo dos pais continue fundamental, e também seja importante gradativamente dar autonomia e confiar nos filhos, os pais não acompanham tudo que os filhos fazem o tempo todo em meio digital, mas os riscos e tentações estão por toda parte. É aí que entra a ajuda muito bem vinda das tecnologias de controle parental. Com recursos que combinam segurança digital, monitoramento e relatórios, controle de conteúdo específico para cada faixa etária e limites de tempo de uso dos dispositivos, estes softwares podem facilitar o trabalho.

Observo três origens ou categorias de ferramentas de controle parental:

Gerenciamento de famílias por fabricantes de sistemas operacionais:
Microsoft (Family), Google (Families e Family Link) e Apple (Families) oferecem recursos de gerenciamento de famílias. Os responsáveis (pai, mãe) podem cadastrar membros da família e indicar a idade de seus filhos para ativar recursos de controle (monitoramento e restrições) específicos para eles. Outro foco comum é o compartilhamento familiar de recursos (aplicativos e conteúdo), bem como a gestão centralizada de meios de pagamento e gastos com recursos.
Controle parental em suítes de segurança cibernética:
Os principais fabricantes de soluções de segurança cibernética (antimalware, segurança na internet etc.) para usuários pessoais, como Kasperky (Safe Kids ou [1]), Symantec (Norton Family ou [2]), McAfee (Safe Family ou [3]) etc. expandiram seus pacotes para incluir recursos de controle parental.
Softares especializados de controle parental:
Em geral com foco em controle de tempo de tela e restrições de conteúdo (aplicativos e sites), existem fabricantes especializados em soluções de controle parental. O mais bem sucedido destes provavelmente é Qustodio, mas existem vários outros, cada um com sua proposta. Cito também o utilitário Kidslox que há anos vem evoluindo em oferecer recursos muito interessantes com foco em tempo de tela e interface fácil.

De forma geral, o que é mais difícil é o ajuste fino de configurações, como faixas de horário, endereços web, aplicativos etc. porque é muito dinâmico ao longo do tempo. Configurações mais simples e genéricas terão menor efetividade, configurações mais precisas serão mais trabalhosas e terão que ser calibradas com certa frequência. Mesmo com ajuda, não há milagres!…

Outra ressalva é que as ferramentas evoluem constantemente, mas não são perfeitas. E as crianças, principalmente as maiores, vez por outra encontram meios para driblar controles parentais.

Vou abordar a seguir algumas ferramentas que já experimentei.

Microsoft

Microsoft Family

O gerenciamento familiar da Microsoft é um recurso gratuito, bastando que os membros (responsáveis e filhos) da família criem conta na Microsoft (também grátis). O gerenciamento da conta Microsoft permite também compartilhar apps e licenças de software, como a do Microsoft 365 Family que já abordei em outro artigo.

O responsável pode gerenciar os membros da família, que inclui ver o histórico de atividades, definir limites de tempo de tela em Windows 10 (e superior) e Xbox, bloquear ou definir limites para aplicativos e jogos, definir restrições de conteúdo — faixa etária, bloqueios e permissões de sites web (mas apenas no Microsoft Edge, em Windows, Xbox e Android, o que é uma grande limitação), saldo e limite de gastos na Microsoft Store, e localizar no mapa.

Google

Configurações de pai/mãe disponíveis no FamilyLink.Configurações adicionais disponíveis no FamilyLink.

Considerando que grande parte dos celulares e tablets usa o sistema operacional Android da Google, os recursos nativos (e sem custo) do Google Family Link para controle familiar e parental neste sistema vem a calhar.

O Family Link é obrigatório para contas no Google de menores de 13 anos de idade (essa idade pode variar de acordo com o país). Os pais podem usar o Family Link para criar uma Conta do Google para o filho menor de 13 anos. Depois que o processo é concluído, a criança pode fazer login no próprio dispositivo com a nova conta. Se a criança/adolescente já tiver uma conta, o Family Link mostrará instruções para vincular a conta dos pais à do filho. Quando um filho completa 13 anos, ele poderá optar por manter as configurações atuais, ativar a supervisão ou gerenciar sua própria conta.

Com o Family Link em Android ou iOS, os pais podem acompanhar as atividades e o tempo gasto por aplicativo, permitir ou impedir download de apps na Google Play Store, gerenciar as compras em apps e ocultar apps específicos no dispositivo da criança, definir limites de tempo de uso do dispositivo, bloquear o dispositivo remotamente e ver a localização do dispositivo da criança no mapa.

Ah, dica: Contas identificadas como de menores de 13 anos sem supervisão são desativadas e excluídas pelo Google, mas ele concede um prazo para você atualizar a conta para atender a restrição de idade, seja ativar a supervisão ou corrigir a data de nascimento — requer informar um cartão de crédito (não gera débito, só valida a autorização) ou digitalizar um documento de identidade. Fique atento.

Kaspersky

Kaspersky Safe Kids

A solução da Kaspersky tem uma versão gratuita limitada (veja os recursos gratuitos e pagos na tabela). A plenitude dos recursos, abrangentes e robustos, é paga de acordo com a quantidade de dispositivos e anos. Mas vale a pena, pela excelente avaliação em diversas análises (veja links no final do artigo). O pacote Kaspersky Total Security por exemplo, inclui todos os recursos de segurança contra malwares e ataques online, o Safe Kids Premium e ferramentas como VPN (rede privada virtual) e gerenciador de senhas.

O controle de crianças inclui relatórios e notificações de atividade, localizar no mapa, pesquisa segura em Bing, Google, Mail.ru, Yahoo!, Yandex e YouTube, monitoramento e controle/restrições (permissão/bloqueio) em: Internet (em qualquer navegador) por categorias e URLs avulsos, tempo de uso diário em dispositivos móveis e computadores, bem como de aplicativos individuais (em Windows, Android e, mais limitado, no iOS) — com configurações de tempo por dias da semana — e Facebook. A criança pode enviar aos responsáveis solicitações de liberação de sites e aplicativos proibidos e de tempo de uso extra.

Kidslox

Kidslox Premium

O Kidslox é focado em dispositivos móveis Android e Apple/iOS e oferece controle do tempo de tela, bloqueio de aplicativos por categoria e individual (maior granularidade no Android, o iOS impõe algumas limitações) e filtros de conteúdo na Internet, YouTube e pesquisas Google e Bing. Também tem o recurso de localização do dispositivo no mapa. Os dispositivos podem ficar em modos Bloqueio (só recursos essenciais do sistema liberados), Criança (controles configuráveis de tempo, aplicativos e conteúdo) ou Pais (irrestrito). No próprio dispositivo da criança (mediante senha), ou remotamente pelo seu próprio celular ou web, os responsáveis conseguem controlar os dispositivos, desde que eles estejam conectados à internet.

O controle de tempo é excelente, permite definir tempo total de tela diário e faixas de horários permitidas e bloqueadas, para cada dia da semana. O tempo total em um dia ainda pode ser ajustado, adicionando de 5 a 120 minutos, ou liberando até o fim do dia. Ainda tem o recurso de prêmios de tempo, tempos extras que podem ser concedidos como recompensa (por dever de casa, tarefas domésticas etc.).

A versão gratuita permite controlar apenas um dispositivo e os três modos de operação. A versão Premium controla até 10 dispositivos com todos os recursos e é uma assinatura paga mensal, anual ou vitalícia. Por enquanto, só tem informações de suporte em inglês.

Veja também:

  • Controle Parental, por Ministério da Justiça e Segurança Pública.
  • Controle parental: como garantir um ambiente seguro para seus filhos na internet (com reportagem em vídeo), por Olhar Digital, 12/07/2019.
  • The Best Parental Control Software for 2021, por PCMag, 02/04/2021. Melhor pelos excelentes recursos: Qustodio, Melhor para famílias grandes: Kaspersky Safe Kids, Melhor pelas configurações fáceis: Norton Family Premier, Melhor pré configuração: Circle Home Plus (hardware), Melhor substituto de roteador: Clean Router (hardware), Melhor suporte multi-plataforma: Mobicip, Melhor para usuários econômicos: OpenDNS Home Vip, Melhores filtros web personalizados: Net Nanny, Melhor filtro baseado em DNS: SafeDNS, Melhor para suporte ilimitado a dispositivos: McAfee Safe Family.
  • Best Parental Control Software, por Thomas Boldt, SoftwareHow, 21/03/2021. Melhor escolha: Qustodio, Também ótimo: Kaspersky Safe Kids, Menção honrosa: OpenDNS FamilyShield, Ourtros considerados: Net Nanny, uKnowKids Premier, Norton Security Premium, Microsoft Family, KidLogger.

O impulso da pandemia às reuniões virtuais

O triste fenômeno mundial da pandemia de COVID-19 e as consequentes medidas de isolamento social impulsionam, de forma abrupta e inesperada, a necessidade e popularização das ferramentas de videoconferência e reuniões virtuais on-line.

Reuniões com vídeo em computadores e dispositivos móveis.
Crédito/Fonte: Reuniões Zoom.

Na medida do possível, empresas e governo estão adotando o trabalho remoto ou home-office em larga escala, tentando se valer, por um lado, de ferramentas de acesso remoto, redes privadas virtuais (VPN) e serviços em nuvem para que os funcionários, clientes, usuários e parceiros tenham acesso a recursos computacionais corporativos a partir de casa. Por outro, buscam ferramentas de videoconferência ou reunião on-line para as comunicações e interações entre pessoas e equipes.

Escolas, principalmente no ensino fundamental e médio, também estão tendo que adotar às pressas videoaulas para que os alunos possam efetivamente interagir com professores e continuarem de alguma forma o aprendizado, enquanto escolas físicas permanecerem fechadas. O ensino à distância (EAD) já é muito popular para cursos de nível superior, pós-graduação, cursos livres e especializados, voltados ao público adulto. A novidade tem sido o desafio do ensino à distância com crianças e adolescentes.

As principais redes sociais já oferecem recursos de conteúdo ao vivo, como “as lives” de YouTube, Facebook e Instagram por exemplo, mas é uma interação praticamente “unidirecional”. Um usuário veicula vídeo em tempo real e todo o público apenas assiste, tendo sua interação de retorno limitada a reações na forma de mensagens de chat e emoticons. Vi vários artistas musicais em lives comentando o quanto se sentiam estranhos, pois apesar de saberem que haviam milhares ou até milhões de usuários visualizando, parecia que estavam fazendo show para ninguém, sem sentir o calor e a vivacidade do público presente.

Até a interação entre grupos de familiares e amigos está ganhando a escala dos encontros por vídeo. Como fazer sem os tradicionais ambientes de encontro presencial como bares, casa de shows e outros espaços públicos, sem happy-hours, festas, aniversários, churrascos, passeios…? Como escapar da sensação entediante e deprimente da falta de interação e do isolamento?

Esse cenário grave e inusitado é terreno fértil para as empresas fornecedoras de soluções de comunicação remota, videoconferência e reuniões virtuais. Estas tem buscado evoluir os recursos e capacidades de seus produtos, expandir a escala e limites de acessos simultâneos e tráfego, oferecer usos gratuitos principalmente a empresas e escolas. Também têm visto emergir as fraquezas e falhas de segurança, desempenho, recursos e usabilidade diante de um cenário de uso inimaginavelmente maior e mais intenso.

Logomarcas de diversos fornecedores

Quem saiu na frente em popularização foi a Zoom, com seu sistema de videoconferências Reuniões Zoom (Zoom Meetings), oferecendo versão gratuita com reuniões em grupo para até 100 participantes com limite de duração de 40 minutos, fácil configuração e acesso em navegadores web, aplicativos desktop Windows e móveis Android e iOS, e recursos poderosos como compartilhamento de tela, transferência de arquivos e gravação local de reuniões.

Porém, rapidamente surgiram notícias de diversas falhas de segurança e privacidade reveladas no Zoom, como relativa facilidade de se descobrir e invadir reuniões alheias, links e criptografia vulneráveis. Mesmo com o anúncio da empresa de um plano de 90 dias para melhorias de segurança, incluindo lançamento da nova versão 5.0, foi um banho de água fria na credibilidade da ferramenta, principalmente para usos mais críticos.

Foi a vez de gigantes como Microsoft e Google destacarem a robustez e evolução de seus produtos e oferecerem usos gratuitos principalmente para trabalho e educação, com as ferramentas Microsoft Teams e Google Meet. Ambos os fornecedores também tem produtos gratuitos mais simples voltados para usuários pessoais: Microsoft Skype e Google Duo.

Esse mercado ainda conta com outros fornecedores de peso. Citando o quadrante mágico do Gartner para Meeting Solutions em agosto de 2019, tínhamos no quadrante líder, junto com Microsoft e Zoom, Cisco (Webex) e — mais atrás — LogMeIn (GoToMeeting), como desafiantes Google e Adobe (Connect), e visionários BlueJeans by Verizon, StarLeaf, Pexip e Lifesize.

Nessa onda, até aplicativos como o popular WhatsApp aproveitaram para expandir seus recursos. WhatsApp passou a permitir chamadas de vídeo e de voz em grupo com até 8 participantes (28 de abril de 2020). E muitos não sabem que o Facebook Messenger, pouco usado no Brasil, permite vídeo chat em grupo desde dezembro de 2016.

A pandemia de COVID-19, ao mesmo tempo que é uma tragédia mundial, tem impulsionado considerável revolução tecnológica e rupturas de hábitos e culturas nas pessoas, grupos sociais e organizações, como neste caso das reuniões remotas. O tempo dirá o que restou de bom.

Para saber mais:

Também publicado no LinkedIn.

Arredondamento bancário

O arredondamento aritmético como em geral conhecemos, e que é utilizado na fórmula ARRED(Valor;CasaDecimal) de planilhas eletrônicas como Excel e Calc, funciona assim:

Para arredondar um número na N-ésima casa decimal, observamos a casa decimal seguinte. Se for um algarismo entre 0 e 4, apenas mantemos o número até a N-ésima casa decimal e descartamos as seguintes (arredondamento “para baixo”). Se for 5 em diante, aumentamos uma unidade na N-ésima casa decimal, além de descartar as casas decimais seguintes (arredondamento “para cima”).

Assim, para arredondamentos na segunda casa decimal, exemplos:

  • 12,3449 ⇒ 12,34 (4 < 5, para baixo)
  • 12,3472 ⇒ 12,35 (7 ≥ 5, para cima)
  • 12,3456 ⇒ 12,35 (5 ≥ 5, para cima)
  • 12,345 ⇒ 12,35 (5 ≥ 5, para cima)

Porém, conforme bem explicado no artigo “Um novo algoritmo para arredondamento de resultados” [PDF], por Daniel Homrich da Jornada, consultor na área de metrologia e Diretor Técnico da Certificar, o caso exato em que a casa decimal seguinte é 5, seguida apenas de zeros (ou seja, sem valores nas casas decimais após a N+1), arredondar sempre para cima gera um erro sistemático tendendo sempre ao acréscimo.

Esse desequilíbrio pode ser facilmente ilustrado: imagine as situações em que há apenas a casa decimal seguinte; são 10 possibilidades (0 a 9). Quando ela é zero, não há acréscimo nem decréscimo (estatisticamente, 10% das possibilidades); quando é 1, 2, 3 ou 4, são as 4 possibilidades em que há decréscimo (40%); e quando é 5, 6, 7, 8 ou 9, são 5 possibilidades em que há acréscimo (50%). Ou seja, há mais possibilidades de acréscimo do que de decréscimo.

Para equilibrar estatisticamente as possibilidades do arredondamento, há um método comumente denominado “arredondamento bancário” (em inglês, “banker’s rounding”), definido em normas como a ABNT NBR 5891:2014 – Regras de arredondamento na numeração decimal [PDF]; a ISO 80000-1:2009 – Quantidades e unidades — Parte 1: Geral (sucedeu a ISO 31-0:1992), Anexo B – Arredondamento de números, o NIST SP 811:2008 – Guia para o uso de unidades no sistema internacional, Apêndice B.7; a 754-2008 – Padrão IEEE para aritmética de ponto-flutuante, Seção 4.

O “arredondamento bancário” na N-ésima casa decimal pode ser definido em três regras:

  • Quando o algarismo a ser conservado for seguido de algarismo inferior a 5, permanece o número até o algarismo conservado e descartam-se os posteriores (arredonda “para baixo”).
  • Quando o algarismo a ser conservado for seguido de algarismo superior a 5, ou igual a 5 seguido de no mínimo um algarismo diferente de zero, soma-se uma unidade ao algarismo a ser conservado e descartam-se os posteriores (“para cima”).
  • Quando o algarismo a ser conservado for seguido apenas de 5, e todos os posteriores zerados, arredonda-se o algarismo conservado para o par mais próximo, ou seja, se o algarismo a ser conservado for par, apenas descarta-se o 5 posterior (“para baixo”), e se o algarismo a ser preservado for ímpar, soma-se uma unidade ao algarismo a ser conservado, descartando-se o 5 posterior (“para cima”).

Assim, a distinção entre o arredondamento aritmético e o arredondamento bancário ocorre apenas quando posteriormente ao algarismo a ser conservado há exatamente 5 (ou 500…). Enquanto no arredondamento aritmético arredonda-se sempre para cima neste caso, no arredondamento bancário arredonda-se para cima apenas quando o último algarismo a ser conservado é ímpar.

Exemplos deste caso no arredondamento bancário:

  • 12,345 ⇒ 12,34 (4 é par, para baixo)
  • 12,385 ⇒ 12,38 (8 é par, para baixo)
  • 12,315 ⇒ 12,32 (1 é ímpar, para cima)
  • 12,395 ⇒ 12,40 (9 é ímpar, para cima)

Não há até o momento função nativa do Microsoft Excel ou do LibreOffice Calc para esse tipo de arredondamento. O Portal Certificar disponibiliza para download gratuito um suplemento compatível com Excel 2003 e superiores, com a função ArredCertificar(Valor; CasaDecimal) implementada em linguagem VBA (Visual Basic for Applications).

Eu escrevi uma fórmula nativa do Excel/Calc com o mesmo efeito:

=SE(MOD(Valor*10^(Casas+1);20)=5;
TRUNCAR(Valor;Casas);
ARRED(Valor;Casas))

Vamos entendê-la em partes:

  1. Se a parte posterior à casa a ser conservada é exatamente 5 e o último algarismo a ser conservado é par (uma maneira engenhosa de testar as duas coisas ao mesmo tempo é comparar se o resto da divisão inteira desses algarismos por 20 é exatamente 5): SE(MOD(Valor*10^(Casas+1);20)=5);
    1. Arredonda-se para baixo (truncar): TRUNCAR(Valor;Casas)
  2. Caso contrário, segue-se o arredondamento aritmético normal: ARRED(Valor;Casas)

Vi postagens na internet sugerindo outras fórmulas com efeito equivalente. Por exemplo, esta postagem cita a fórmula:

=ARRED(Valor;Casas)-(MOD(Valor*10^(Casas+1);20)=5)/10^(Casas)

A fórmula acima tira proveito de que um teste lógico como MOD(...)=5 vale 1 se VERDADEIRO e 0 se FALSO; quando o algarismo a ser preservado é par, o teste retorna verdadeiro e isso faz subtrair 1 unidade desse algarismo quando o arredondamento aritmético seria para cima.

O “arredondamento bancário” costuma ser aplicado em cálculos financeiros e bancários, medições laboratoriais, aplicações de engenharia e científicas, dentre outras situações. Espero que o conceito e as fórmulas (VBA e nativa) sejam úteis para muitos.

Nota para desenvolvedores: Enquanto as planilhas de cálculo ainda não contemplam essa regra presente em tantas normas internacionais, felizmente há recursos nativos para isso nas principais linguagens de programação, como em Java a opção java.math.RoundingMode HALF_EVEN com números decimais precisos BigDecimal, o DecimalRound do .NET Framework, o decimal.ROUND_HALF_EVEN de Python etc.

Manipulando datas no Excel

O Excel tem uma vasta gama de recursos e funções para cálculos e manipulações com data e hora. Vou citar apenas alguns exemplos relativos a meses, só para ilustrar rapidamente:

  • Quer adicionar uma quantidade de meses a uma data? Tem a função DATAM(cel).
  • Precisa da diferença em meses entre duas datas? DATADIF(cel1; cel2; "m").
  • Quer extrair o número do mês de uma data? MÊS(cel).
  • Qual o último dia do mês correspondente a um data? FIMMÊS(cel; 0) (por exemplo, para 15/2/2020 — ou qualquer outro dia de fevereiro de 2020 — retorna 29/2/2020)

Veja na documentação de suporte da Microsoft a referência completa das 25 funções de data e hora disponíveis no Excel.

O Microsoft Excel armazena datas como números de série sequenciais, para facilitar o uso em cálculos. Um inteiro corresponde a um dia, sendo os horários representados pela parte fracionária. Para ver o número de série de uma data, basta formatar a célula como “Geral”, ao invés de um formato de data.

  • Quer somar 10 dias a uma data? A fórmula simples de adição =cel+10 obtém o resultado.
  • Precisa da diferença em dias entre duas datas? Basta a subtração =cel2-cel1 (a função DATADIF(cel1; cel2; "d") daria o mesmo resultado).

Curiosidade: Por padrão, 1º de janeiro de 1900 é o número de série 1. Isso significa que o Excel tem a limitação de não conseguir representar nativamente datas anteriores ao ano de 1900. Se precisar superar essa limitação, terá que recorrer a programação Visual Basic for Applications (VBA). Ou então, migrar para o software livre LibreOffice Calc, que não tem essa limitação.

O LibreOffice Calc também tem um conjunto de funções para data e hora similar ao Excel.

Referências:

Atualização no plano de releases e suporte do Java

A Oracle está, desde setembro de 2017, realinhando a cadência de lançamentos (releases) e versões do Java SE JDK e das condições de suporte ao produto, em uma transição do Java SE versão 8 até a versão 11.

Na prática, quanto à cadência, os lançamentos de novas funcionalidades (feature releases) serão previstos a cada 6 meses (abril e outubro), com mudança da numeração principal. Essa cadência mais ágil de lançamentos e numeração se alinha a filosofias como DevOps e já é adotada por muitos produtos, como os navegadores Chrome e Mozilla Firefox por exemplo.

E o suporte ao produto terá uma distinção maior entre clientes comerciais (em geral, em ambiente empresarial) — centrados no produto Oracle JDK — e usuários gratuitos (inclusive desenvolvedores individuais) — direcionados ao software livre OpenJDK ou através da distribuição de Java licenciado em produtos de terceiros. Clientes comerciais terão um suporte mais sólido, incluindo lançamentos LTS (long term support) a partir da versão 11, com suporte comercial de longo prazo (pelo menos 8 anos) para aqueles que precisam de versões mais estáveis e duradouras.

Para saber mais:

Vida móvel na nuvem – Anotações diversas

Na série Vida móvel na nuvem, introduzi três ferramentas que considero essenciais. Já falei da primeira, sobre arquivos e imagens. Esta segunda é sobre anotações diversas.

Dados que alguém lhe forneceu em um telefonema. Destaques de um seminário assistido. Uma pesquisa de preços. Indicações de filmes ou livros. Uma receita gostosa e fácil que viu. Histórico do andamento de um requerimento. As dimensões daquele cômodo que você está querendo redecorar. Um rótulo de vinho que apreciou. Prescrição de remédios e dosagens. Dicas sobre fotografar… As possibilidades são infinitas! Nas mais diferentes situações, frequentemente temos informações que queremos ou precisamos anotar, para não esquecer.

Talvez você possa se dar por satisfeito apenas com arquivos na nuvem, pensando: tudo que eu precisar anotar, posso registrar em arquivo. Um texto simples (txt) no Bloco de Notas, um conteúdo formatado em documento Word (docx), registros visuais como foto (arquivo de imagem), até uma listagem mais estruturada em planilha, por exemplo.

Pode até ser. Mas acredito que o ideal é poder criar, organizar e acessar todas as suas anotações de forma integrada e prática, a qualquer momento, utilizando uma única ferramenta. O serviço que escolhi para atender a um amplo conjunto de necessidades e usos é o Evernote.

Criar e editar

Existem diversas formas possíveis de se produzir anotações, bem como facilidades desejáveis e objetivos específicos. Notas podem combinar texto, imagem e áudio. Você pode querer escrever rapidamente um texto, salvar imagens que contém informação útil — e na era da mobilidade, é muito comum utilizar a câmera do celular para isso. Você pode também querer escrever/desenhar diretamente na tela. Pode querer salvar conteúdo de páginas web.

O Evernote permite criar notas em texto, com formatação — estilos de letra (negrito, itálico, sublinhado, tachado, realce colorido, cor, tamanho, fonte) e parágrafo (marcadores, numeração, alinhamento, recuo) –, e incluir recursos como caixas de seleção, tabelas, linhas (separação horizontal), hiperlinks (ligações ou referências a endereços na internet), bem como qualquer arquivo anexo.

O controle caixa de seleção (marcar-desmarcar) pode ser inserido em qualquer lugar da nota, próprio para se criar listas de tarefas/afazeres (to-do). Existem apps especializados para isso, como Any.do, Toodledo ou Wunderlist. Se você tiver forte necessidade de organizar muitos afazeres, pode recorrer a um aplicativo especializado. Mas se precisar inserir em anotações listas de afazeres, pendências ou checklist, em que você possa ir marcando os itens concluídos, o Evernote tem essa facilidade.

Você pode inserir imagens (capturadas ou arquivos previamente existentes) ao longo de uma nota: fotos, capturas de tela e captura de páginas de documentos, funcionando como um scanner de documentos, ou desenhando diretamente em uma tela sensível ao toque (touch-screen). A captura de documentos do Evernote usando a câmera do dispositivo é bastante automática e uma das mais “espertas” que já experimentei, reconhece bordas, planifica perspectivas e corrige iluminação e cor (sombras, brilhos e tons) de forma automática e, na grande maioria dos casos, bem precisa.

Existem apps especializados em digitalização de documentos, até mais avançados: ajuste manual de bordas, perspectiva e cor; digitalizar para PDF e outros formatos. Alguns que gosto muito: Adobe Scan, Microsoft Office Lens, CS CamScanner. Mais uma vez, a vantagem do Evernote é ter recursos de captura muito bons integrados, para quando precisar tomar nota de páginas de documentos — ou slides, quadros etc.

Organizar e acessar

No Evernote cada nota tem seu título e está associada a um “caderno” (você pode mover para outro caderno a qualquer momento), que é a forma oferecida de organização em categorias/assuntos. Além disso, pode-se criar e atribuir a notas múltiplas etiquetas (rótulos, tags), associar uma geolocalização (obtida automaticamente se o dispositivo tiver GPS) e um lembrete de data. Todos esses são atributos que facilitam a organização e a busca por notas.

O Evernote tem ainda um poderoso serviço de OCR (reconhecimento de texto em imagens). Toda imagem (PNG, JPG ou GIF) enviada passa por um reconhecimento e indexação de textos nela contidos, de forma que a busca localiza texto inclusive contido em imagens.

E como estamos falando em vida móvel e na nuvem, o Evernote oferece essa mobilidade armazenando suas notas na nuvem, nos servidores da Evernote, associada a uma conta pessoal que você cria, gratuita (Basic) ou paga (Premium, assinatura R$80/ano). Você pode trabalhar com suas anotações diretamente pela web em qualquer navegador, acessando o site do Evernote, ou instalando aplicativos em seus dispositivos, disponível para Windows, Mac, Android e iOS (iPhone/iPad), além de plug-in de navegadores (Chrome, Firefox, Safari, Opera, IE7) Web Clipper para capturar páginas (ou trechos) de sites.

A conta Basic permite adicionar até 60MB de novos conteúdos/mês, e sincroniza em até 2 dispositivos (por exemplo, um computador e um celular). A assinatura Premium permite nada menos que 10GB de novos uploads/mês, e ainda oferece recursos muito úteis como cadernos off-line (conteúdo acessível sem internet) e pesquisa (indexação) de texto também em anexos PDF e documentos do Office, e sincroniza em todos os dispositivos onde você usar o Evernote.

É possível também compartilhar notas com outras pessoas, por e-mail ou pelo recurso Work Chat, que permite inclusive que vocês conversem sobre a nota.

Manter todas as suas anotações na nuvem (e sincronizar com seus dispositivos) é a grande força de mobilidade do Evernote, mas também gera pontos de atenção. Primeiro, suas notas estarão tão seguras quanto for a segurança provida pela Evernote — que considero boa. E o mais crítico: em computadores desktop (Windows, Mac), as notas ficam sempre mantidas em um repositório local e são sincronizadas em sua conta pela internet, mas em dispositivos móveis, são mantidos apenas os títulos, atributos e um pequeno trecho das notas e o acesso ao conteúdo integral depende de internet, a menos que esteja em cache (acessada recentemente) ou você tenha a assinatura Premium com cadernos mantidos off-line. Considerando que dispositivos móveis em geral tem uma capacidade de armazenamento limitada, considero esta característica muito razoável, principalmente se ao longo do tempo você acumular toneladas de notas incluindo imagens, vídeos e anexos.

Para finalizar

Existem alternativas ao Evernote? Há concorrentes de peso como Microsoft OneNote e Google Keep. O que posso dizer é que considero o Evernote completo o suficiente e tenho estado muito satisfeito com ele; e se você começar a armazenar cada vez mais notas e precisar delas a todo momento, em algum momento deve achar vantajoso atualizar para a assinatura Premium.

Este artigo apresentou minha experiência e impressões sobre trabalhar com anotações na era da mobilidade, sem pretender ser um comparativo (veja referências a seguir) nem exaurir o tema. Espero que tenha sido proveitoso pra você!

Comparativos de ferramentas para anotações

Bodas de Prata do mhavila

Se você já esteve aqui e estranhou um visual totalmente diferente, calma, você está no meu blog sim!

25 anos

Em homenagem aos 25 anos de presença do meu site na internet, e 15 anos deste blog, e para prestigiar os leitores, já estava mais do que na hora de um visual novo para o blog, mais limpo e moderno.

Para não perder totalmente a referência com o visual anterior, mantive uma barra lateral direita e uso de tons de verde. Na medida do (pouco) tempo, pretendo retocar o visual aqui e acolá.

No mais, só espero poder continuar postando coisas interessantes e úteis.

Abraços!

Vida móvel na nuvem – arquivos e imagens

Na série Vida móvel na nuvem, introduzi três ferramentas que considero essenciais. Vamos falar agora da primeira, armazenamento e compartilhamento de arquivos e imagens.

Este tipo de serviço tem como essência a disponibilização de um espaço de armazenamento na internet, vinculada a uma conta protegida por usuário e senha. A partir daí, você pode usar para armazenamento, backup (cópia de segurança) e compartilhamento de arquivos e pastas, incluindo fotos (imagens) e vídeos.

Como falei na introdução, minhas escolhas são Google Drive (integrado ao Google Photos) ou Microsoft OneDrive. As características que descrevo a seguir se aplicam a ambos. Quando há alguma diferença relevante, isto é apontado no texto.

OneDrive, Google Drive, Dropbox
Crédito: Dazeinfo, Google Drive vs Microsoft OneDrive vs Dropbox: Which Cloud Storage Is The Best?, por John Porter, 2016-04-04.

Outros bons serviços similares existentes são Dropbox, Box e Syncplicity. Os dois últimos não são muito populares no Brasil. Todos tem versões individuais (pessoa física) e corporativas (oferecidas a empresas).

Arquivos e pastas

Vida de Suporte: Colocando arquivos na nuvem
Fonte: Vida de Suporte – “Colocando na Nuvem” (humor).

O recurso básico é o uso similar a um “disco virtual” na nuvem, onde se podem armazenar arquivos e pastas em geral.

Em dispositivos móveis (smartphones e tablets), instala-se o aplicativo que permite navegar pelo repositório na nuvem, baixar (download), visualizar arquivos ou abrir em um app específico, enviar arquivos (upload) para o repositório — integrando-se com outros apps em geral a partir do recurso Compartilhar — e configurar sincronização automática de fotos e outros arquivos locais do dispositivo com o repositório na nuvem.

Para integrar seu uso ao computador Windows ou Mac, um aplicativo cria um vínculo entre pastas (à sua escolha) nos discos locais do computador e o disco virtual, fazendo a sincronização bilateral automática e transparente (em segundo plano): arquivos e pastas novos ou atualizados no disco virtual são baixados para o computador e os do computador são enviados para a área de armazenamento. As aplicações do computador acessam as cópias locais dos arquivos e pastas, por isso, uma vez que o arquivo desejado esteja disponível localmente no dispositivo, não deve haver problema de desempenho (velocidade de acesso) ou compatibilidade.

O aplicativo de sincronização tem habilidade de identificar eventuais conflitos de atualização de arquivos ou pastas, isto é, objetos que tenham sido modificados tanto no repositório na nuvem quanto no dispositivo local, desde a última sincronização. Em geral, o aplicativo avisa sobre a existência do conflito, preserva as duas versões modificadas do arquivo e aguarda que o usuário resolva o conflito.

Se um arquivo é excluído no repositório ou no dispositivo local, ele também será excluído na sincronização em todos os dispositivos. Tanto Microsoft OneDrive quanto Google Drive mantêm arquivos excluídos na Lixeira por 30 dias, permitindo que possam ser restaurados dentro desse prazo.

Por manter sincronizadas cópias locais nos dispositivos e no repositório na nuvem, o serviço de disco virtual se presta como uma forma de backup (cópia de segurança). E você ainda tem a opção de desmarcar a sincronização com o dispositivo atual para uma ou mais pastas, contudo mantendo a(s) pasta(s) no repositório na nuvem.

E de qualquer dispositivo, sem a necessidade de instalar o aplicativo de sincronização, você pode acessar o repositório na nuvem por meio de um navegador web: Microsoft OneDrive (onedrive.live.com) ou Google Drive (drive.google.com), entrando com seu usuário e senha. A interface web permite gerenciar os arquivos e pastas do repositório, bem como fazer downloads e uploads.

Outros dois recursos fundamentais e poderosos do armazenamento em nuvem são:

  • A pesquisa textual, tanto no nome de arquivos e pastas quanto no conteúdo de documentos e imagens. Tanto Google Drive quanto OneDrive conseguem pesquisar texto em imagens (OCR) quanto identificar objetos em imagens (por exemplo, você pesquisa “cachorro” e ele traz como resultado imagens que exibem um cachorro.
  • O compartilhamento de arquivos ou pastas inteiras com outros usuários. Você pode compartilhar conteúdo seu e acessar conteúdo que outros compartilharam com você.

Até o momento desse artigo, um recurso muito útil só estava disponível no OneDrive: No Windows 10 em diante, ele tem a opção de Arquivos Sob Demanda, de modo que pastas e arquivos armazenados na nuvem podem aparecer listados localmente no Explorador de Arquivos do Windows, com suas propriedades (nome, data, atributos, compartilhamento), mas não ocupam espaço de armazenamento local, de forma que o conteúdo é baixado sob demanda apenas quando você abre o arquivo (para visualizar ou editar). Isso permite grande economia de espaço local, além de agilizar a sincronização. Você pode ainda definir para “Sempre manter neste dispositivo” arquivos que deseje que o conteúdo fique sempre disponível localmente.

Fotos e vídeos

Os serviços incluem opção de salvar automaticamente fotos, vídeos e capturas de tela do dispositivo no repositório na nuvem, suportando grande variedade de formatos de imagem e vídeo. Também imagens e vídeos em mídias/dispositivos removíveis inseridos (como cartões de memória e unidades flash USB / “pendrive”) Isso é excelente tanto como backup de dispositivos móveis e câmeras fotográficas como consolidação de todas suas fotos e vídeos em um repositório unificado.

Existem serviços na nuvem especialmente voltados a imagens, como o tradicional Flickr ou o profissional SmugMug. Mas os discos virtuais integram o gerenciamento de arquivos de fotos, vídeos e capturas, com a vantagem de organização e pesquisa unificadas. No caso do Google Drive, isso se integra com o serviço Google Photos.

O salvamento automático de imagens e vídeo tem um tratamento diferenciado quanto à sincronização, uma vez copiadas para o repositório. Em geral permitem que você posteriormente possa excluir imagens ou fotos em um dispositivo, mantendo o armazenamento no repositório. Isso faz sentido porque o espaço (tamanho) de armazenamento interno de dispositivos móveis e removíveis costuma ser muito mais limitado que o de um disco de computador, e é comum você necessitar apagar imagens e, principalmente, vídeos para liberar espaço.

Coleções de imagens e fotos podem ser organizadas e compartilhadas em álbuns. Tanto Google Drive/Photos quanto Microsoft OneDrive ainda facilitam essa organização, sugerindo a criação automática de álbuns para sequências de imagens e vídeos que tenham data e horários próximos, o que sugere que representem um evento ou momento específico. O Google ainda vai além, sugerindo também colagens, animações, clipes e efeitos especiais.

O Google Photos tem pelo menos um recurso de destaque que até o momento desse artigo ainda não havia nos demais: o agrupamento e a pesquisa de fotos por pessoas, desde que ativado o reconhecimento facial. Embora exista esse recurso no Microsoft Fotos no Windows 10 e 11, ainda não está disponível para fotos na nuvem no OneDrive.

Espaço e custo

Ok, tudo parece interessante e maravilhoso, mas quanto espaço posso ter na nuvem? E quanto custa?

São serviços “freemium”, ou seja, oferecem opção gratuita (“free”) individual com um espaço de armazenamento limitado, com a opção de uma subscrição (assinatura, mensal ou anual) paga para mais espaço (e, eventualmente, recursos e suporte “Premium”). Como este serviço ainda está em plena expansão e é competitivo, tendo gigantes como Google e Microsoft, os espaços de armazenamento e os preços podem variar em razão da concorrência e da oferta-demanda. O espaço gratuito do OneDrive, por exemplo, já foi 5GB, 25GB, 7GB, 15GB e voltou para 5GB!

Veja um quadro comparativo, com espaços, preços e condições disponíveis à época deste artigo:

Serviço Plano Gratuito Plano 1+ TB Observações
OneDrive 5 GB R$359/ano ou R$36/mês Plano 1TB faz parte do pacote Microsoft 365 [1][3], para uso em desktop, smartphone e tablet, e inclui licença dos aplicativos do MS Office; permite limitar prazo de compartilhamento e manter pastas off-line em dispositivos móveis acessíveis sem internet.
Google Drive 15 GB 2TB por R$350/ano ou R$35/mês Integra o plano Google One [2]. O espaço de armazenamento é compartilhado com mensagens (e anexos) do Gmail e Google Photos com fotos e vídeos na qualidade/resolução original. Se você permitir que o Google compacte fotos e vídeos em alta qualidade para economizar espaço, o armazenamento do Google Photos é ilimitado.
Dropbox 2 a 16 GB US$10/mês Plano 1TB permite acesso a arquivos off-line e exclusão remota de dispositivos. O plano gratuito começa com 2GB, mais 500MB por amigos indicados, até o limite de 16 GB.
Box 10 GB Não tem Plano individual 100GB por US$11.5/mês.
Syncplicity 10 GB Não tem Plano individual 100GB por US$60/ano.

[1] Atualização: O pacote da Microsoft que inclui o aplicativos do Office e OneDrive se chamava Office 365, nas edições Personal (1 usuário) e Home (até 6 usuários). Em 21/04/2020, o pacote passou a se chamar Microsoft 365, e a edição Home passou a ser Family. Vide Microsoft 365 Press materials – FAQ: What is changing with Office 365 (em inglês), O Office 365 agora é o Microsoft 365 e Apresentamos as novas assinaturas do Microsoft 365 Personal e Family.

[2] Atualização: Em 28 de agosto de 2018, a Google lançou na América Latina o Google One, um plano de armazenamento com mais opções opções de espaço (de 100GB até 30TB) e possibilidade de compartilhar o plano com até 5 membros da família, similar ao plano familiar Home da Microsoft. As assinaturas do Google Drive foram migradas para o Google One e, pelos mesmos R$35 mensais que eram cobrados por 1TB no Google Drive, o Google One passou a oferecer o dobro de espaço, 2TB.

[3] Atualização 2021: Depois de anos mantendo os preços, a Microsoft reajustou duas vezes, em março e em julho de 2021, os preços dos pacotes Microsoft 365 no Brasil, passando a custar 50% mais. O Personal anual, por exemplo, passou de R$239 para R$279 e depois para R$359. O Family passou de R$299 para R$449 no Microsoft Store, sendo que em lojas de comércio eletrônico (Kalunga, Americanas, Magalu etc.) é possível encontrar assinaturas anuais muito mais baratas.

O melhor gratuito, sem dúvida, é o Google Drive. Se você permitir a compactação de fotos e vídeos no Google Photos, condição para o armazenamento ilimitado de imagens, 15 GB do Google One devem ser suficientes para muitos anos de documentos e e-mails do Gmail (desde que não exagere nos anexos). O Google ainda tem larga superioridade nos recursos de busca tanto do Drive quanto do Photos. Por exemplo, o Google Photos permite identificar nominalmente pessoas e depois buscar, por exemplo, todas as fotos onde o Márcio aparece.

Mas se você quer salvar fotos e vídeos na qualidade original (sem alteração/compactação), rapidamente pode consumir dezenas de Gigabytes. Neste caso, os mais vantajosos devem ser os planos Microsoft que incluem OneDrive e Office 365. Com o aumento da Microsoft em 2021 [3], os planos individuais de Google e Microsoft têm preço de tabela similar. Mas a Microsoft tem plano familiar para até 6 usuários, oferecendo para cada usuário 1TB e Office 365 Home em computador, tablet e smartphone, por R$449/ano ou R$45/mês (era R$299 e R$29 até mar/21 [3]), ou seja, apenas 25% mais caro que o plano individual. Melhor ainda, em lojas de comércio eletrônico você consegue comprar assinatura anual dos pacotes Microsoft 365 (Family ou Personal) por muito menos, já vi chaves de assinatura anual com mais de 50% de desconto em relação ao preço oficial do Microsoft Store!

Segurança

Por último mas não por menos, não poderia deixar de falar sobre segurança. Se pretende manter arquivos pessoais armazenados na internet, é essencial tomar precauções e utilizar recursos de segurança apropriados.

Para segurança e proteção geral do acesso à sua conta na nuvem, e por consequência à todo conteúdo armazenado, siga as duas dicas a seguir:

  • Utilize uma senha forte para sua conta, com tamanho adequado e uso de letras minúsculas, maiúsculas, algarismos e símbolos. E é recomendável trocar a senha no mínimo anualmente. Lembre-se que Microsoft e Google usam contas de usuário universais para os diversos recursos e serviços oferecidos pela respectiva empresa, como login no sistema operacional ou dispositivo móvel, e-mail etc. Protegendo sua senha você estará, de quebra, reforçando a segurança de todos os demais serviços da Microsoft/Google que você também utiliza.
  • Ative os recursos de segurança disponíveis, como verificação em duas etapas (ou autenticação de dois fatores) na conta de usuário (tanto Microsoft quanto Google), PIN (senha numérica) para o acesso ao app em dispositivos móveis (OneDrive), criptografia de arquivos em dispositivos móveis (Google Drive).

Para proteção de arquivos sensíveis armazenados na nuvem, como documentos pessoais digitalizados, arquivos financeiros e outros arquivos contendo informações pessoais ou sigilosas, é importante você adotar recursos de criptografia (basicamente, manter o conteúdo “embaralhado” por um algoritmo seguro com chave de acesso própria) que mantenham esses arquivos seguros, mesmo caso alguém tenha acesso à conta.

  • [Atualização] A partir de junho de 2019, a Microsoft saiu na frente e disponibilizou um novo recurso exatamente para isso, chamado Cofre Pessoal, uma área protegida do OneDrive, que você pode acessar apenas com um método de autenticação forte ou uma segunda etapa de verificação de identidade, como impressão digital, verificação facial, PIN ou um código enviado por e-mail ou SMS. Os arquivos bloqueados no Cofre Pessoal têm uma camada extra de segurança (criptografia) que aumenta a proteção, caso outras pessoas obtenham acesso à conta ou ao dispositivo. Este recurso fica facilmente acessível como uma “pasta especial” no OneDrive no computador (Windows 10) e dispositivos móveis compatíveis. Saiba mais nos artigos de divulgação do lançamento no blog da Microsoft e no suporte em Proteja seus arquivos do Onedrive no Cofre Pessoal.
  • Como alternativa, utilize um programa que criptografa conteúdo de arquivos. Alguns aplicativos, como Microsoft Office e LibreOffice, oferecem opção de proteger por senha seus documentos. Também pode-se utilizar um compactador de arquivos que tenha opção de criptografia (preferencialmente um padrão seguro, como AES) como 7-Zip (livre) ou PowerArchiver (pago), ou um software específico, como o Axcrypt. Criptografar arquivos um a um é mais trabalhoso, mas lembre-se que segurança é um equilíbrio entre conveniência e proteção.

Para saber mais