Finalmente, lei que tipifica crime informático de invasão

A tipificação específica de crimes cibernéticos no Código Penal brasileiro vem sendo debatida e proposta há mais de dez anos, sempre com polêmica e, até então, sem resultar em lei. No passado, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) foi relator de projeto de lei que tipificava vários crimes cibernéticos e ficou conhecido como “Lei Azeredo”. Eu ja havia abordado o assunto aqui no blog em 2007.

Mas como tudo no Brasil só gira em torno de celebridades e manchetes, o tema só decolou após o roubo de 36 fotos íntimas da atriz Carolina Dieckmann, que foram parar na internet. A polícia identificou quatro suspeitos de terem roubado as fotos do computador da atriz. Como ainda não há definição no Código Penal de crimes cibernéticos, os envolvidos foram indiciados por crimes convencionais como furto, extorsão e difamação.

Agora, a proposta apresentada em 2011 pelos deputados Paulo Teixeira (PT-SP), Luiza Erundina (PSB-SP), Manuela D’Ávila (PC do B-RS), João Arruda (PMDB-PR), além do suplente Emiliano José (PT-BA) e do atual ministro do Trabalho Brizola Neto (PDT-RJ), com o objetivo de substituir o projeto de Azeredo, foi aprovada e sancionada sem vetos pela Presidente Dilma Rousseff em 30 de novembro, como a Lei nº 12.737, publicada no D.O.U. de 03/12/2012 e conhecida como Lei “Carolina Dieckmann”.

A nova lei acrescenta artigos ao Código Penal (Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940), tipificando como crime: Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.”

Pelo parágrafo primeiro, “na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput.”

Outro artigo acrescido define, porém, que só se procede com ação penal nesse tipo de crime mediante representação do ofendido, salvo se o crime for cometido contra a administração pública, qualquer dos Poderes da República e empresas concessionárias de serviços públicos. Ou seja, se o ofendido (particular) não denunciar o crime, nada acontece.

A lei define também condições de agravamento dos crimes, e faz outras duas tipificações criminais. Primeiro, inclui no Art. 266 do Código Penal (Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico ou telefônico, informático, telemático ou de informação de utilidade pública) quem “interrompe serviço telemático ou de informação de utilidade pública, ou impede ou dificulta-lhe o restabelecimento”.

E, no Art. 298 do Código Penal (Falsificação de documento particular), tipifica a falsificação de cartão, acrescentando parágrafo que define “Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito.”

Em matéria no portal de notícias G1 da Globo.com, advogados especializados em crimes digitais ressaltam um ponto importante da nova lei. Como deve haver “violação de mecanismo de segurança”, invadir um computador sem antivírus nem firewall ativos, ou uma rede sem fio aberta sem ao menos uma senha definida, pode não caracterizar violação. Ou seja, se seu computador/tablet/smartfone/etc. é uma porta aberta sem nenhuma segurança ou proteção, nem essa lei dará amparo. Por isso, como sempre digo, proteja-se!

Para saber mais:

IBM centenária

Quantas pessoas você conhece com cem anos de idade? Se essa meta de longevidade já é um desafio para o homem, mais ainda o é para empresas. Os números revelam o quanto isso é raro. Segundo análise da Standard & Poor’s Capital IQ para o noticiário USA TODAY, de um universo de mais de 5 mil empresas de capital aberto dos Estados Unidos, apenas 488 completaram 100 anos de idade, e somente 23 firmas americanas privadas (com declaração financeira auditada) tem 100 anos ou mais.

IBM 100 anos E é nesse raro universo que a IBM — International Business Machine — completou 100 anos de existência em 16 de junho de 2011.

Mais impressionante ainda é chegar ao centenário inteiríssima, com um valor de mercado de US$197 bi, o que faz da IBM atualmente a quinta empresa mais valiosa dos EUA — pouco atrás de Microsoft e bem à frente da Google (Financial Times US 500) –, e a 18ª no ranking anual Fortune 500 das maiores corporações da América para 2011 — a primeira no ramo de Tecnologia da Informação.

Quando se fala em tecnologia, a invenção do computador pessoal — ou Personal Computer, o famoso PC — pela IBM em 1981 já parece um passado remoto. Ter em 1913 sua máquina de tabulação Holerith em aplicação industrial, então, isso sim é história da tecnologia. E em 1917 a IBM chega ao Brasil, sendo a primeira filial fora dos Estados Unidos!

O senhor Thomas J. Watson assumiu a presidência da empresa em 1915. Em 1924, renomeou a empresa, de Computing Tabulating Recording Corporation (CTR) para International Business Machines (IBM). Seu lema sempre foi “THINK” (pense). A crença do senhor Watson é simples e profunda:

“Todos os problemas do mundo podem ser facilmente resolvidos, se as pessoas estiverem dispostas a PENSAR”.

Isso e muito mais está no vídeo IBM 100 × 100 (13 minutos), que pode ser visto legendado em português, em que 100 IBMers — com idades em ordem decrescente — contam fatos marcantes da empresa ocorridos no ano em que nasceram:


Fonte: IBM 100:100 x 100 — Um centenário de conquistas que mudaram o mundo (legendado em português), IBM Brasil em Youtube.

Em 100 anos de existência, a IBM soube evoluir não apenas a tecnologia mundial, mas o perfil da própria empresa, que passou pelas máquinas automáticas, grandes computadores, computadores pessoais e software, e hoje continua com produtos líderes de mercado, em famílias de software como Rational, WebSphere, Cognos, Tivoli, Lotus e FileNet, além de sistemas, servidores e storages de grande porte.

Parabéns IBM!

Para saber mais:

Sucesso de projetos atualizado

Lendo o artigo CHAOS Report: Métodos Ágeis Aumentam Taxa de Sucesso de Projetos, postado no Blog ScrumHalf em 11/02/2011, obtive os dados do mais recente relatório do Standish Group CHAOS Manifesto 2011, atualizado para dados sobre o sucesso e falha de projetos de TI da pesquisa realizada em 2010.

Em comparação com o relatório CHAOS Manifesto 2010, relatando a pesquisa realizada em 2008, a taxa de projetos rotulados como Sucesso aumentou de 32% para 37% enquanto a taxa de projetos rotulados como Fracasso diminuiu de 24% para 21%. A taxa de projetos com o rótulo de Deficit também reduziu de 44% para 42%.

A taxa de sucesso de 37% é a maior encontrada pelas pesquisas do Standish Group desde 1994.

Segundo o artigo, o Standish Group aponta quatro razões para a melhoria significativa encontrada em 2010 em relação a 2008:

  1. Processos Ágeis: A utilização desses processos cresce a uma taxa de 22% CAGR (Compound annual growth rate). Hoje representam 9% de todos os projetos de TI e são adotados em 29% do desenvolvimento de novas aplicações. O instituto conclui que o crescimento da taxa de sucesso está diretamente relacionado ao aumento da adoção de metodologias ágeis.
  2. Modernização: Esses projetos, que entre outros focam na conversão de código/banco de dados, tem taxa de crescimento anual menor do que a dos processo ágeis. Entretanto tem taxa de projetos rotulados como sucesso maior. O instituto conclui que isso acontece devido ao mecanicismo desses processos e de um ambiente relativamente mais homogêneo de perfil de profissionais.
  3. Pacotes Empresariais: O número de novos projetos de implantação de ERP e CRM diminuiu. Como, segundo o instituto, consistem em projetos de grande risco com resultados questionados, a diminuição de novas implantações contribuiu para aumentar a taxa de projetos rotulados como sucesso.
  4. Processos em Cascata: Consistem nos métodos tradicionais e já representaram quase 50% do número de novas implementações. Como crescem a 1% CAGR, sua utilização relativa diminuiu, contribuindo, assim, positivamente para a taxa de sucesso.

Estes dados me permitem atualizar o gráfico do artigo Sucessos e falhas em projetos de TI, postado exatamente um ano atrás. Agora ele fica assim:

Chaos Report 1994 a 2010, por Standish Group

No campo da Modernização, o Standish Group disponibiliza, na área de Amostra de Pesquisas (requer registro gratuito), o relatório NonStop Modernization (abril 2011) em que lista as prioridades de investimento em TI para 2011, The Standish Group’s annual Top 10 Areas of IT Investiments:

  1. Modernização de aplicações (SOA, BPM, etc.)
  2. Upgrade de infraestrutura (hardware, software)
  3. Melhoria da segurança
  4. Computação em nuvem (SaaS, Utility Computing)
  5. Desenvolvimento de novas aplicações
  6. Capacitação da equipe
  7. Disponibilidade de aplicações e sistemas
  8. Conformidade e governança
  9. Consolidação e otimização
  10. Presença web e comércio eletrônico

E destaca os Três Conceitos e Seis Passos para a Modernização Contínua:

Conceitos:

  1. Compreender seu projeto de modernização e o ambiente deste: a organização deve dominar o projeto de evolução que vai executar, compreender seus custos, riscos e benefícios, as diferentes opções e suas implicações, e deve ter um plano claro para seguir e guiar sua condução.
  2. Refatorar: Standish Group estima que cerca de 80% dos recursos e funcionalidades de uma típica aplicação missão-crítica não são usados; deve-se, portanto, remover as partes não utilizadas antes de se migrar programas, evitando esforço inútil.
  3. Modernizar a infraestrutura: atualizar hardware defasado e proprietário para sistemas blade comuns, aumentando a consolidação e trazendo mais simplicidade e flexibilidade.

Passos:

  1. Modernize o banco de dados
  2. Modernize a experiência do usuário
  3. Modernize a aplicação
  4. Modernize a disponibilidade
  5. Modernize a segurança
  6. Modernize a operação

Quanto aos processos ágeis, é interessante citar que o Manifesto Ágil completou 10 anos em 2011. Para abordar os desafios encarados por desenvolvedores de software, um grupo inicial de 17 metodologistas formou a Agile Alliance, em fevereiro de 2001. Este grupo formulou um manifesto para encorajar melhores maneiras de se desenvolver software, e baseado nesse manifesto definiu quatro valores e doze princípios que formam os fundamentos do movimento ágil.

Os quatro Valores do Manifesto Ágil:

  • Indivíduos e interações acima de processos e ferramentas;
  • Software funcionando acima de documentação abrangente;
  • Colaboração com o cliente acima de negociação de contrato;
  • Responder a mudanças acima de seguir um plano.

Dentre as metodologias ágeis, o Scrum é um processo de desenvolvimento iterativo e incremental para gerenciamento de projetos e desenvolvimento ágil de software.

Para saber mais sobre o manifesto ágil e scrum:

Aproveitando o assunto de projetos, também atualizei meu artigo introdutório PMBOK e Gerenciamento de Projetos, um dos mais acessados e citados do meu site, refinando as seções sobre o gerente de projetos e suas habilidades interpessoais, e também aquela sobre a instituição IPMA com sua filosofia e certificações.

Para saber mais:

Atualização 2015:

Em 2015, o Statndish Group disponibilizou o CHAOS Report 2015. Até então, a definição Tradicional de resolução e sucesso de projetos era medida pela composição de três atributos: OnTime (prazo), OnBudget (custo) e OnTarget (escopo). Por esses parâmetros, o resultado atualizado ficava assim:

Chaos Report Tradicional, 1994 a 2015, por Standish Group

Contudo, medindo atributos adicionais OnGoal, Value e Satisfaction, o Sandish Group observou que em muitos projetos a tripla restrição de prazo, custo e escopo era atendida, mas ainda assim o cliente não ficava satisfeito com o resultado. Assim, a definição Moderna passou a ser OnTime, OnBudget, com um resultado Satisfactory. Isto significa que um projeto com Sucesso foi concluído dentro de um prazo estimado razoável, dentro do orçamento e entregando satisfação aos clientes e usuários, independente do escopo original. Pelos novos critérios adotados a partir de 2011, parte dos projetos que eram considerados como Sucesso passaram a ser classificados como Ameaçados. O gráfico com a definição de resolução Moderna a partir de 2011 fica assim:

Chaos Report Moderno, 1994 a 2015, por Standish Group

O Relatório CHAOS 2015 completo ainda apresenta resultados segmentados por tamanho dos projetos e por tipo de segmento/mercado.

Universo de desenvolvimento Google

Recentemente recebi divulgação do novo ambiente de desenvolvimento MyEclipse G, uma lançamento da Genuitec (produtora do MyEclipse) e Skyway Software que reúne ferramentas de desenvolvimento essenciais para as plataformas, frameworks e serviços de aplicações da Google.

MyEclipse G - Recursos

Fonte: MyEclipse G.

Observando a descrição do produto, pude refletir sobre a imensidão da abrangência de tecnologias que o Google tem disponibilizado, em pelo menos três grandes frentes:

  • Desenvolvimento de aplicações web: Frameworks como o Google Web Toolkit (GWT) (a home-page em português parece desatualizada, falando do GWT 1.7, enquanto a em inglês já destaca o GWT 2.3 mais recente) e Google Guice. O projeto GWT, além de ampla documentação, oferece para download: GWT SDK, com as bibliotecas essenciais e compilador que você precisa para escrever aplicações web; o Google Plugin for Eclipse que inclui no IDE Eclipse suporte para projetos GWT e GAE, além de uma versão simplificada do GWT Designer; Speed Tracer, uma extensão para o navegador Google Chrome que permite pontuar problemas de desempenho em aplicações web; e o GWT Designer standalone (full), um ambiente de desenho de Java GUI poderoso e bidirecional para criação visual de interfaces de usuário, assisência de layout e geração automática de código GWT.
     
  • Infraestrutura para execução de aplicações web: Google App Engine (GAE) permite que você execute seus aplicativos da web na infraestrutura do Google.
     
  • Plataforma para dispositivos móveis: Android: camada de software para celulares e tablets que inclui um sistema operacional, middleware e aplicações. O Android SDK, disponível no portal Android Developers, provê ferramentas e APIs necessárias para se iniciar o desenvolvimento de aplicações para a plataforma Android usando a linguagem de programação Java. Há também o Android Development Tools (ADT) Plugin for Eclipse IDE. As muitas milhares de aplicações disponíveis para Android, boa parte delas gratuitas, ficam disponíveis no Android Market (assim como o iPhone tem o Apple Store).

Isso fora o navegador web Google Chrome (dica: para obter o instaldor offline standalone, acrescente o parâmetro &standalone=1 na página de download) e o sistema operacional Google Chrome OS, baseado no sistema operacional Linux e totalmente voltado para Internet (Já ouviu falar no Chromebook?). Ambos são desenvolvidos através do projeto de software livre Chromium.

Todas as ferramentas oferecem ampla documentação. O Google ainda aproveita seus canais de mídia para divulgar informação, como os blogs no Blogger — GWT blog, GAE blog, Google Mobile blog, Official Google Blog, blog oficial Google Brasil — e o canal Google Developers de vídeos no Youtube. E ainda realiza o grande evento anual Google I/O.

Mesmo com a Microsoft tendo comprando a Skype em seu maior acordo de aquisição, por US$ 8,5 bi em maio último, estou achando que agora é a vez da Google “dominar o mundo” do software na era da Internet.

Roteadores sem-fio Linksys nos EUA

Enquanto aqui no Brasil o design arredondado e sem antena dos roteadores Linksys (by Cisco) ainda me parece o máximo…

[photopress:linksys_brasil.png,full,centered]
Fonte: Linksys by Cisco – Roteadores sem fio, LATAM/Brasil.

… Lá nos EUA, a nova linha E-Series da Linksys deixa o nosso topo de linha WRT160N no chinelo.

Linksys E2500 Linksys E3200 Linksys E4200
Fonte: Cisco Linksys E-Series Specs, USA.

Com design ultra liso e arrojado, os modelos topo de linha contam com dual band simultânea atingindo velocidades até 300+300 Mbps (E2500 e E3200) e 300+450 Mbps (E4200), compatibilidade com o padrão “a” (dispositivos Wireless-n/b/g/a), portos ethernet Gigabit (ao invés dos tradicionais 10/100) para cabos de rede, entrada para disco (storage) USB, e facilidades super legais como Parental Control (Controle dos Pais) — bloqueio de acesso para domínios e horários do dia direto no roteador — e Guest Access (Acesso de Visitantes) — uma rede sem fio separada para visitantes, evitando que você tenha que fornecer a senha da sua rede sem fio principal.

Nos EUA, a linha de entrada Valet ainda tem o design dos nossos, só que ao invés de preto são nas cores azul e prata. Mas já incluem os recursos de Parental Control e Guest Access. E o Valet Plus (M20) tem inclusive Gigabit ethernet. O “charme” da linha Valet é o utilitário configurador que vem em um dispositivo USB, ao invés de um CD.

Quando é que isso chega ao Brasil, hein?

Ajax e RIA – Radar do mercado

O instituto Gartner atualizou recentemente seu relatório “MarketScope for Ajax Technologies and RIA Platforms”. Aproveito para apresentar o resumo dessas tendências e alguns diagramas explicativos e estatísticas sobre Ajax e RIA.

Introdução

A técnica de interação e troca de dados assíncrona entre o cliente e o servidor web, identificada pelo acrônimo Ajax — Asynchronous Javascript And XML –, termo introduzido pela Adaptive Path em 2005, se populariza cada vez mais nas aplicações web e tem contribuído significativamente para melhorar a interatividade e experiência do usuário, oferecendo respostas imediatas à interação do usuário.

Vão se multiplicando as alternativas de bibliotecas e frameworks para desenvolvimento de aplicações web com suporte a Ajax, visando tornar o uso da técnica mais fácil, organizado e produtivo na construção de aplicações, de forma cada vez mais transparente, integrada e sistematizada.

Também têm se popularizado o uso de plataformas tecnológicas para web visando RIA — Rich Internet Applications –, termo introduzido pela Macromedia (Adobe) em 2002, que significa uma interface com usuário web mais rica — em componentes e comportamentos — e responsiva (resposta imediata, sensível ao contexto), similar a aplicações desktop.

As plataformas RIA podem ter como base um runtime específico, incorporado ao navegador web cliente através de plug-ins, ou se beneficiar do avanço da sofisticação das técnicas e componentes nativos baseados em Ajax.

O diagrama de blocos a seguir correlaciona esquematicamente RIA, Ajax e DHTML.

[photopress:RIA_AJAX_DHTML.png,full,centered]
Créditos: Márcio d’Ávila, 2008-2011.

RIA

Enquanto as aplicações gráficas Cliente/Servidor trouxeram riqueza à experiência de usuário que não havia no ambiente mainframe, plataformas RIA fazem o mesmo em relação às aplicações web primitivas.

[photopress:RIA_IU.png,full,centered]
Créditos: Uday M. Shankar, Adobe Flex – an introduction, mar/2008 (em Slideshare).

Segundo estatísticas do site Stat Owl, levando em consideração os diversos sistemas operacionais e navegadores web existentes, em setembro de 2008 o suporte runtime instalado para Adobe Flash já era 97,48% (verdadeiro padrão de facto), Java 81,37% e Microsoft Silverlight apenas 17,64%. Em abril de 2011, estas mesmas plataformas evoluiram para percentuais de penetração 95,65%, 77,31% e 63,92% respectivamente.

Percebe-se, portanto, uma notável expansão do suporte à tecnologia RIA da Microsoft no período medido, enquanto o pequeno decréscimo de Flash pode ser explicado pela ausência de suporte ainda existente em alguns ambientes operacionais de dispositivos móveis que vem se popularizando, como Apple iOS (iPhone e iPad).

[photopress:Suporte_RIA.png,full,centered]
Fonte: Stat Owl, Rich Internet Application Market Share – RIA Market Penetration and Global Usage comparing Adobe Flash, Microsoft SilverLight and Java, set/2008 a abr/2011.

2009

Em 2009, o mercado ainda estava incipiente e muitos produtos foram considerados pelo Gartner em tecnologias Ajax e plataformas RIA, dez deles classificados com tendência positiva ou muito positiva.

Forte
Negativo
Cuidado Promissor Positivo Forte
Positivo
Adobe Plataforma Flash RIA ($/L)
Backbase Ajax framework Ajax ($)
DevExpress para .NET RIA ($)
Dojo Ajax toolkit Ajax (L)
Ext JS JavaScript, Ext GWT Ajax ($/L)
Google GWT Java, Closure Ajax (L)
IBM Ajax, Lotus Expeditor Ajax/RIA ($/L)
ICEsoft ICEfaces JSF Ajax (L/$)
Infragistics para .NET Ajax ($)
Isomorphic Soft SmartCli, GWT Ajax/RIA (L/$)
JackBe Ajax framework Ajax ($)
jQuery JavaScript Ajax Ajax (L)
Magic Software uniPaaS RIA ($)
MB Tech Bindows Ajax ($)
Microsoft Silverlight, WPF RIA ($)
Nexaweb E.Web Suite Ajax/RIA ($)
Oracle ASF Faces JSF Ajax ($)
Prototype/
script.aculo.us
JavaScript Ajax (L)
Sun Microsystems JavaFX RIA (L/$)
Telerik para .NET Ajax ($)
Tibco Software GI Ajax (L)
Yahoo YUI toolkit Ajax (L)

Fonte: MarketScope for Ajax Technologies and RIA Platforms, Gartner, por Ray Valdes e outros, 2009-12-31, reproduzido por Adobe (PDF).

2011

Atualizando a pesquisa em 2011, o mercado ainda se mostra em evolução, com oito produtos apontados como tendência positiva ou muito positiva.

Comparando com 2009, Adobe Flash e Microsoft Silverlight tiveram sua tendência refreada (Positivo), enquanto a versátil biblioteca livre JavaScript jQuery obteve maior evidêcia (Muito Positivo).

Saíram da lista Magic Software uniPaaS e MB Tech Bindows; Ext JS se tornou Sencha, enquanto Sun foi incorporada à Oracle; e entram agora Canoo Engineering RIA Suite (UltraLightClient framework baseado em Java EE) e Vaadin (framework RIA Java baseado em GWT widgets e extensa coleção de componentes UI).

Forte
Negativo
Cuidado Promissor Positivo Forte
Positivo
Adobe ⇓ Plataforma Flash RIA ($/L)
Backbase ⇓ Portal Ajax ($)
Canoo Engineering UltraLightClient RIA ($)
DevExpress para .NET RIA ($)
Dojo Ajax toolkit Ajax (L)
Google GWT Java, Closure Ajax (L)
IBM Ajax, Lotus Expeditor Ajax/RIA ($/L)
ICEsoft ICEfaces JSF Ajax (L/$)
Infragistics para .NET Ajax ($)
Isomorphic Soft SmartClient, GWT Ajax/RIA (L/$)
jQuery jQuery JS lib Ajax (L)
Microsoft ⇓ Silverlight, WPF RIA ($)
Oracle ASF Faces JSF, JavaFX Ajax/RIA (L/$)
Prototype/
script.aculo.us
JavaScript Ajax (L)
Sencha Ext JS, Ext GWT Ajax ($/L)
Telerik ASP.NET Ajax Ajax ($)
Tibco Software General Interface Ajax (L)
Vaadin Vaadin RIA RIA (L)
Yahoo YUI Library Ajax (L)

Fonte: MarketScope for Ajax Technologies and RIA Platforms, Gartner, por Ray Valdes e outros, 2011-03-31, reproduzido por Microsoft.

Conclusão

Tecnologias RIA e Ajax têm se tornado cada vez mais difundidas e maduras.

Podemos inferir, pela evolução do Gartner MarketScope, que plataformas RIA com componentes ricos nativos (Ajax e DHTML) — boa parte delas baseadas em frameworks livres e Java server/EE) — tem ganhado força, em detrimento daquelas baseadas em runtime próprio.

É provável que o emergente padrão HTML 5, quando se estabelecer, reforce ainda mais esse movimento.

Para saber mais:

Vem aí o LibreOffice 3.4

Está em fase Beta a versão 3.4 do pacote de programas de escritório LibreOffice, mas você ainda pode chamá-lo de BrOffice.

LibreOffice é o mais popular e bem sucedido pacote de escritório como software livre, com editor de textos/documentos, planilha eletrônica, apresentações, desenhos/ilustrações e banco de dados, baseado no formato aberto de documentos OpenDocument (ODF), e também compatível com os formatos do Microsoft Office.

Contudo, o nome e andamento do projeto de software livre desse pacote tem passado por vários caminhos.

Nascida como StarOffice, a suíte foi rebatizada para OpenOffice.org após a compra da empresa alemã StarDivision pela Sun Microsystems em 1999.

O projeto OpenOffice.org surgiu em 2000 e contou com a participação brasileira a partir de 2001. Naquela época, surgiu a comunidade OpenOffice.org.br que o traduziu e o divulgou no Brasil até 2004. Em 2005, a comunidade enfrentou problemas com o registro da marca no país. Assim surgiu o BrOffice.org, o mesmo produto OpenOffice.org em português do Brasil (pt-BR), mais as ferramentas linguísticas para nosso idioma.

Depois que a Oracle comprou a Sun — principal mantenedora do projeto OpenOffice.org — em 2009, um grupo de desenvolvedores da suíte de produtividade OpenOffice.org, que não concordava com os rumos que o projeto seguia desde então, acabou por se desvincular da Oracle em setembro de 2010. Dessa dissidência surgiu a organização livre The Document Foundation (TDF), com a missão de apoiar e evoluir o conjunto de formatos de documentos OpenDocument e dar continuidade ao projeto original de software livre do OpenOffice.org, adotando o nome LibreOffice.

A comunidade brasileira de desenvolvedores do BrOffice apoia o projeto LibreOffice. Na versão 3.4 do produto, passará a adotar o nome LibreOffice, para maior homogeneidade. A TDF solicitou a marca original OpenOffice.org à Oracle e convidou a empresa a participar do projeto, mas sem sucesso até agora.

Um ponto central da dissidência é que o OpenOffice.org mantido pela Oracle tem seus release gerados por um ambiente de build proprietário, mantido por um pequeno time de engenheiros. O LibreOffice é software livre e baseado em ferramentas livres. Os mantenedores do projeto LibreOffice estão trabalhando na migração total para GNU Make como primeiro passo para facilitar compilações cruzadas de Linux para Windows. O objetivo é que, com o tempo, qualquer pessoa com tempo e um PC possa construir releases do LibreOffice a partir dos códigos-fonte.

StarOffice, OpenOffice.org, BrOffice.org, BrOffice ou LibreOffice, o que importa é que este é o mais competente pacote de programas de escritório em software livre disponível no Brasil, e se apresenta como uma alternativa realmente viável ao pacote comercial Microsoft Office.

Para saber mais:

Artigo impressora PDF atualizado

Ontem publiquei em meu site a revisão 20 do popular artigo PDF Livre com (ou sem) o Ghostscript.

Esta revisão traz as seguintes novidades:

  • Testadas e atualizadas as informações das versões mais recentes, até o momento, de Ghostscript (9.01) e dos utilitários de impressão PDF — doPDF 7.2.361, Bullzip PDF Printer 7.2.0.1304, PDF Creator 1.2.0.
  • Por causa da crescente popularização do uso de sistema operacional de 64 bits com Windows 7 e Vista, estão listadas mais claramente as duas opções de 32 e 64 bits para download do Ghostscript, bem como foi incluído um quadro explicativo de como identificar de quantos bits é o seu Windows.
  • Incluído um tópico detalhado (3.1) explicando como certificar-se que o tipo de papel está definido para A4, formato de papel padrão utilizado no Brasil.

Março foi o mês dos novos browsers

Este março de 2011 foi um mês marcante para reaquecer a saudável guerra de browsers (navegadores internet).

Em 08/03/2011, a Google lançou o stable release do Chrome 10 para Windows, Mac, Linux e Chrome Frame.

Em 14/03/2011, Microsoft fez o lançamento oficial do Internet Explorer 9, anunciado durante o evento South by SouthWest (SXSW 2011) em Austin, Texas.

E em 22/03/2011, a Fundação Mozilla lançou o Firefox 4 para Windows, Mac OS X e Linux, e brevemente disponível também para dispositivos Android e Maemo.

Foi um lançamento por semana.

Desde janeiro, tenho publicado alguns posts sobre os novos navegadores: Corrida dos navegadores rumo a HTML5 e CSS3; Firefox 4 Beta e a barra de status; Firefox 4 Beta – novidades na interface.

Como já comentei, duas temáticas importantes nestas novas versões foram: motores/mecanismos de renderização eficientes com suporte a HTML e os mais recentes padrões de JavaScript e Estilos CSS; e remodelagem da interface visando simplificação e maximização da área útil para exibição das páginas.

Aos poucos vou observando pontos positivos e negativos em cada um. Por exemplo, adorei o recurso de escolha de complementos (plug-ins) do Internet Explorer 9, que mostra o impacto de cada complemento no tempo médio de inicialização do navegador:

[photopress:ie9_complementos.png,full,centered]

Isto é algo que tem me incomodado no Firefox: ele tem demorado muito a iniciar (abrir a janela inicial), acho que a culpa deve ser de uma das várias extensões que utilizo, mas não sei precisar qual nem tenho tempo e paciência para testar uma por uma.

Por outro lado, detestei saber que o Google Chrome, apesar de sua excelente compatibilidade com os novos padrões e a perceptível rapidez na exibição de páginas, ainda não tem recursos super básicos como configurar impressora (margens, cabeçalho e rodapé) nem previsualizar impressão.

Qual navegador é o melhor, ainda é cedo para dar um veredito, pois são muitos quesitos envolvidos. Vamos experimentar e ficar atentos ao que o público diz na internet!

Corrida dos navegadores rumo a HTML5 e CSS3

A corrida dos navegadores rumo ao melhor suporte aos padrões HTML5 e CSS3 está quente.

Correndo para emparelhar com Google Chrome 8.0, que já está disponível há um bom tempo oferecendo bom suporte a estes padrões, além de trazer uma interface limpa, simples e eficaz e ser bem rápido, os dois principais navegadores lançaram nesta primeira quinzena de maio a versão candidata a oficial (Release Candidate) de seus novos navegadores:

Sobre o Firefox 4, em suas versões beta, já andei avaliando alguns aspectos de sua interface, cada vez mais parecido com o Chrome.

Internet Explorer 9 – Primeiras impressões

As mudanças na interface visando maximizar a área útil da janela destinada à exibição da página web também estão presentes no Internet Explorer 9. Além da barra de menu convencional que já havia sido abolida no IE8, agora o IE9 exibe por padrão em uma única barra os botões de histórico de navegação (a lista de navegação, como no Firefox 4, também requer manter pressionado um dos botões Voltar ou Avançar para ser exibida), a caixa de endereço, as abas e os botões de Home e dos menus Favoritos e Ferramentas.

[photopress:ie9.png,full,centered]

A barra de estado também foi extinta. A exibição dos links de destino apontados pelo usuário (hover) é feita em uma faixa na parte inferior da tela, similar ao Chrome e Firefox 4. E não vi nenhum local de exibição de mensagens de estado durante o carregamento das páginas, exceto o pequeno ícone animado à esquerda na aba correspondente.

A barra de notificação, recurso primeiro trazido pelo Firefox em substituição a janelas de diálogo convencionais, já era utilizada no IE8 em algumas situações e agora é utilizada no IE9 em todas as notificações. No IE9, passou a ser posicionada na parte inferior da janela.

Também foi extinta a caixa de pesquisa, integrada na caixa de endereço como já fez o Chrome. Durante a digitação de um endereço ou expressão, o navegador já oferece dinamicamente uma lista sugestões de pesquisa gerada pelo provedor de pesquisa padrão.

Na visualização de páginas, o IE9 promete carregar o conteúdo mais rapidamente e, se combinado com os recursos gráficos do sistema operacional Windows 7, melhor desempenho, nitidez e definição nos vídeos e outros elementos gráficos. Há um site de demonstração beautyoftheweb.com.

Traz também o Chakra, novo mecanismo JavaScript.

Para saber mais: Windows Internet Explorer 9 – A internet nunca foi tão fácil; Introdução – O que há de novo no Internet Explorer 9?; Recursos do Internet Explorer 9.

A Microsoft lista também um tabela Compare o Internet Explorer 9, confrontando Firefox 4 Beta 11 e Chrome 9.0 Beta.

Conclusão

As novas versões de todos os navegadores estão buscando simplificar a interface, maximizar a área de exibição de páginas e oferecer suporte aos mais atuais padrões e recursos da web. Vamos ver brevemente qual deles entrega melhor o que promete.

Espero breve poder testar também algo sobre o suporte a HTML5 e a CSS3.

Tomara que quem ganhe essa briga seja o usuário, com opções cada vez melhores para escolher seu navegador internet, em termos de rapidez, precisão, segurança, compatibilidade e flexibilidade.