Referências em Engenharia e Arquitetura de Software

Reestruturei bastante a página sobre Engenharia de Software em meu site de meta-referências, hoje.

Organizei uma série de tópicos em uma seção própria: Produto de Software – Qualidade, Métricas e Teste.

Nesta seção estão os seguintes temas:

  • ISO/IEC 25000 e 9126 – Qualidade do Produto de Software
  • IEEE Std 1061 – Padrão IEEE para Metodologia de Métricas de Qualidade de Software
  • Métricas de Software – Complexidade e Qualidade
  • Medição de Software – Tamanho Funcional
  • Teste e Qualidade de Software

Os outros temas gerais sobre Engenharia de Software, na mesma página (por enquanto, pois já penso em dividi-la devido ao grande tamanho e extensão), são:

  • Engenharia de Software
  • ISO/IEC 12207 – Processos do Ciclo de Vida de Software
  • Análise e Modelagem Orientada a Objetos
  • UML – Unified Modeling Language e SysML – OMG Systems Modeling Language
  • Engenharia Dirigida a Modelo (MDE) e Desenho Dirigido a Domínio (DDD)
  • Metodologias baseadas no Processo Unificado (UP)
  • Metodologias baseadas no Desenvolvimento Ágil

É um vasto universo de temas em uma única disciplina. E nem sei se fui suficientemente abrangente.

Outra parte igualmente vasta e que vem se estendendo a passos largos em meu site é a de Arquitetura de Software, sendo que estão em páginas à parte também os temas de Integração e Arquitetura Corporativa, e de Arquitetura da Informação, Interação, Usabilidade e Acessibilidade.

Aproveitando o assunto, gostaria de recomendar os artigos Tales from the IT Crypts – O analista Frankenstein, 2010-08-12, e O Desenvolvedor “Cozinheiro Italiano”, 2010-2009-05-25, do meu amigo e grande arquiteto e engenheiro de software Marco Aurélio Mendes.

Livro de Arquitetura Java

Capa do livro
Seis consultores e instrutores Java da Caelum estão escrevendo o livro Arquitetura e Design de Software: Uma visão sobre a plataforma Java, fruto de mais de dois anos de experiência ministrando o treinamento de Arquitetura e Design Java, consultorias e projetos realizados pela empresa e discussões no GUJ.com.br.

No site do livro está disponível a estrutura de conteúdo proposta, com diversos trechos rascunho para baixar em PDF.

O livro tem prefácio de Phillip Calçado. O lançamento, pela editora Campus Elsevier, foi inicialmente previsto pelos autores para novembro de 2009 e depois primeiro semestre 2010, mas pelo atraso creio que eles devem estar sofrendo na pele a Regra de Pareto: os 20% finais do livro tomando 80% do tempo… vamos aguardar.

Líderes BPM Suites

Existem mercados verticais específicos, que tem como base o mercado de servidores de aplicação, como o segmento de sistemas de gerenciamento de processos de negócio (BPM Suites).

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Fonte: Decision Matrix: Selecting a Business Process Management Vendor, por Vuk Trifkovic, fevereiro 2010, Ovum (Datamonitor). Reproduzido por Oracle (PDF), por Metastorm (PDF, ver press release e blog), por VOSibilities (PDF).

O relatório do Gartner mostrava um cenário de mercado similar há um ano atrás.

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Fonte: Magic Quadrant for Business Process Management Suites, 2009-02-18, por Janelle B. Hill, Michele Cantara, Marc Kerremans e Daryl C. Plummer, Gartner Research. Reproduzido por Software AG (PDF), por Lombardi Software (ver press release).

Ver também Gartner Publish BPMS Magic Quadrant for 2009, por Ian Louw, 2009-02-20, no blog BPM Insights; e Metastorm Positioned in Leaders Quadrant in 2009 Business Process Management Suites Magic Quadrant, press release, 2009-02-25, Metastorm.

Tecnologias RIA

O site Stat Owl disponibiliza uma série de relatórios com estatísticas e tendências relacionadas ao ambiente e ao mercado de web, com base no que os usuários de internet usam, como: navegadores e seus plugins, sistemas operacionais e configurações (resolução de tela, cores, arquitetura).

Em especial, achei interessante o relatório especializado Rich Internet Application Market Share – RIA Market Penetration and Global Usage.

Este relatório compara a penetração de mercado e o uso mundial das tecnologias Adobe Flash, Microsoft Silverlight e Java, considerando os diversos navegadores e sistemas operacionais.

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Analisando os dados disponíveis desde setembro de 2008, vemos facilmente que:

Adobe Flash pode ser considerado pleno padrão de mercado, com uma penetração beirando a totalidade (97% maio/2010).

A adoção de Java, em torno de 80%, é ampla mas não tão unânime quanto Flash.

Há gradativa evolução no suporte ao Microsoft Silverlight, mas sua penetração ainda é baixa, disponível em aproximadamente metade dos clientes (51% em maio/2010).

RIA

O Termo RIA — Rich Internet Applications — foi introduzido em março de 2002 no white paper “Macromedia Flash MX — A next-generation rich client”, por Jeremy Allaire, da Macromedia – empresa criadora da tecnologia Flash e de outros produtos para multimídia e internet, que foi adquirida pela Adobe em 2005.

Frameworks RIA de destaque no mercado:

Veja também uma Lista de frameworks para RIA disponível na Wikipedia.

Existem também tecnologias RIA que visam integração de aplicações web com o ambiente cliente desktop do sistema operacional e com dispositivos móveis, em geral baseando-se no conceito que tem sido denominado Site-Specific Browser (SSB).

Exemplos:

Para saber mais:

Modelo de Qualidade de Software de McCall

Qualidade de software é um tema que vem sendo abordado e evoluído há muito tempo em engenharia e arquitetura de software, tanto em relação à qualidade do processo (da concepção à construção e à manutenção) quanto em relação à qualidade do produto, o software em si.

Nas décadas de 70 a 90, organizações internacionais de normatização e padronização — como ISO/IEC, ANSI, IEEE e outros — definiram qualidade de produto como:

A totalidade dos recursos, aspectos e características de um produto ou serviço que suportam a sua capacidade de satisfazer os requisitos dados, as expectativas e as necessidades explícitas e implícitas.

Em seu estudo sobre qualidade de software, Software Quality: Definitions and Strategic Issues (PDF, abril 1996), o pesquisador Ronan Fitzpatrick propõe uma visão mais moderna e ousada de qualidade do produto de software, definindo assim:

Qualidade de software é a medida em que um conjunto definido pela indústria de características desejáveis são incorporadas em um produto, de modo a aprimorar seu desempenho durante sua existência.

O Modelo de Qualidade de Software proposto por James A. McCall e outros, em 1977, foi um dos primeiros largamente difundidos neste campo. Ele organiza os critérios de qualidade de software em três pontos de vista, a saber:

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  • Operação: características relativas ao uso do produto.
  • Revisão: capacidade do produto ser modificado e evoluído.
  • Transição: adaptabilidade a novos e diferentes ambientes.

Os critérios de qualidade elencados no Modelo de McCall em cada ponto de vista estão listados na tabela a seguir.

Operação Revisão Transição
Correção Manutenibilidade Portabilidade
Confiabilidade Flexibilidade Reusabilidade
Eficiência Testabilidade Interoperabilidade
Integridade
Usabilidade

Atualmente existem outros modelos de avaliação da qualidade do produto de software, em especial o padrão internacional de engenharia de software ISO/IEC 9126, que trata da Qualidade do Produto. A norma se divide em quatro partes, sendo a primeira uma visão geral do modelo de qualidade, e as outras três, os grupos de métricas definidas para este modelo:

  • Parte 1: Modelo de qualidade.
  • Parte 2: Métricas externas.
  • Parte 3: Métricas internas.
  • Parte 4: Métricas de qualidade em uso.

Qualidade externa diz respeito ao produto final como percebido pelo usuário, enquanto qualidade interna se refere à estrutura e às características do produto em seu projeto e construção.

Mais recentemente, desde 2005, as normas ISO/IEC 9126 e a série ISO/IEC 14598, de avaliação de produto de software, tem sido integradas na nova Série de normas ISO/IEC 25000 – Software Engineering — Software product Quality Requirements and Evaluation (SQuaRE), que tem seu núcleo principal composto por cinco divisões:

  • ISO/IEC 2500n – Divisão Gestão da Qualidade;
  • ISO/IEC 2501n – Divisão Modelo de Qualidade;
  • ISO/IEC 2502n – Divisão Medição da Qualidade;
  • ISO/IEC 2503n – Divisão Requisitos de Qualidade;
  • ISO/IEC 2504n – Divisão Avaliação da Qualidade.

Além deste núcleo principal, o SQuaRE contempla extensões, que tratam de temas específicos, como ISO/IEC 25051, SQuaRE Requisitos para qualidade de produtos comerciais de prateleira (Commercial Off-The-Shelf – COTS), e ISO/IEC 2506n, SQuaRE Common Industry Format (CIF) para usabilidade.

Os critérios de qualidade no Modelo de McCall são muito similares aos preconizados por outros modelos para classificação de atributos de qualidade de software, como o FURPS+ (Robert Grady e Deborah Caswell, HP, 1987-1992) e o da própria ISO/IEC 9126, quanto a requisitos não funcionais:

FURPS+ ISO 9126 McCall
Functionality (Funcionalidade) Funcionalidade – (n/a, funcional)
Usability (Usabilidade) Usabilidade Usabilidade (Operação)
Reliability (Confiabilidade) Confiabilidade Correção,
Confiabilidade,
Integridade (Operação)
Performance (Desempenho) Eficiência Eficiência (Operação)
Supportability (Suportabilidade) Manutenibilidade Manutenibilidade,
Flexibilidade,
Testabilidade (Revisão)
+ (outros requisitos/restrições) Portabilidade Portabilidade,
Interoperabilidade,
Reusabilidade (Transição)

.

Vale ressaltar que qualidade do software, abordada aqui, se entende por qualidade do produto de software em si, o que é distinto de qualidade do processo de software, que diz respeito à qualidade das atividades e forma pelas quais se produz software.

Para saber mais:

Relatórios de mercado TI atualizados

[Expandido em 02/07/2010.]

Tenho acompanhado relatórios de análise de mercado (panoramas, tendências) de pelo menos três segmentos em tecnologia da informação (TI):

  • Servidores de Aplicação;
  • Soluções de BI (Business Intelligence / inteligência de negócios), ferramentas analíticas de negócios e dados (business analytics) e DW (data warehouse / armazém de dados);
  • Soluções de gestão de conteúdo, ECM (Enterprise Content Management) / WCM (conteúdo Web).

Institutos e relatórios de análise de mercado

Os principais institutos que fazem análises de mercado de TI — hardware, software e serviços — são:

Existem diversos outros, como Aberdeen Group (ver Aberdeen Blog), Yankee Group (especializado em conectividade; ver Yankee Blog), Burton GroupIT1 (ver blogs sobre Plataformas de aplicação, Redes, Segurança, Conteúdo e outros), iSuppli, Standish Group (especializado em gestão de projetos de TI), Real Story Group (especializado em gestão de conteúdo; ver CMS Watch e RS Blog) etc.

Embora os relatórios de mercado de institutos de análise sejam vendidos e bem caros, alguns grandes fornecedores licenciam e franqueiam cópias gratuitas destes relatórios, quando estão bem posicionados:

Mercado de Análise de Dados, BI e DW

O mercado de manipulação e análise de grande volume de dados tem vários segmentos: armazém de dados (DW – data warehouse), inteligência de negócios (BI – business intelligence, que o Forrester prefere denominar BPS – business performance solutions), análise, análise preditiva, mineração de dados.

Os fornecedores gigantes “de sempre”, como Oracle, IBM e Microsoft, continuam sua estratégia agressiva de aquisições em busca da hegemonia e consolidação do mercado. Em alguns segmentos específicos, empresas como SAS Institute, SAP, Teradata e outras mantém sua forte presença especializada. Existem diversos relatórios de análise nesse mercado.

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Fonte: Quadrante Mágico para Business Intelligence Platforms, 2010-01-29, por Rita L. Sallam, Bill Hostmann, James Richardson e Andreas Bitterer, Gartner. Reproduzido por Oracle (ver BI blog), por SAS, por Microstrategy, por QlikView.

[photopress:DW_Gartner_2010.png,full,centered]

Fonte: Quadrante Mágico para Data Warehouse Database Management Systems, 2010-01-28, por Donald Feinberg e Mark A. Beyer, Gartner. Reproduzido por Oracle, por Microsoft.

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Fonte: The Forrester Wave™: Predictive Analytics And Data Mining Solutions, Q1 2010, 2010-02-04, por James Kobielus, Forrester. Reproduzido por SAS Institute, por Oracle.

[photopress:BPS_Forrester_2009.png,full,centered]

Fonte: The Forrester Wave™: Business Performance Solutions, Q4 2009, 2009-11-19, por Paul D. Hamerman, Forrester. Reproduzido por Oracle (ver nota de imprensa).

Artigos relacionados deste blog sobre análise de dados (BI e DW):

Mercado de Servidores de Aplicação

Depois da aquisição da BEA pela Oracle e a adoção da renomada família de produtos WebLogic como motor em servidores de aplicação da empresa (em detrimento do inexpressivo Oracle Application Server), o mercado se consolidou de vez.

Oracle (WebLogic), IBM (WebSphere) e Microsoft (IIS + .NET Framework) reinam isolados na liderança dos produtos comerciais, seguidos pelo único competidor de peso oriundo do mundo software livre: Red Hat (JBoss). Exceto a Microsoft, os demais líderes se baseiam na plataforma tecnológica Java EE.

[photopress:EAS_Gartner_2009.png,full,centered]

Fonte: Quadrante Mágico para Enterprise Application Servers, 2009-09-24, por Yefim V. Natis, Massimo Pezzini e Kimihiko Iijima, Gartner. Reproduzido por Microsoft, por Microsoft India (PDF) em Bitpipe, por Oracle (ver nota de imprensa), por RedHat (form), por Caucho (PDF).

Artigos relacionados deste blog sobre servidores de aplicações:

Mercado de Gestão de Conteúdo Corporativo (ECM) e Web (WCM)

O relatório do Gartner sobre o mercado de Gestão de Conteúdo Corporativo (Eenterprise Content Manamgement – ECM) e gestão arquivística (records management) deve ser atualizado no terceiro quadrimestre de 2010.

Já a CMS Watch, agora parte do Real Story Group, atualizou em junho seu interessante 2010 Content Technology Vendor Map (PDF 42k, JPG 868k), no estilo “mapa de metrô” onde as linhas representam segmentos de gestão de conteúdo — documentos/corporativo, Web, portais, colaboração, mídia digital etc.

CMS Watch - 2010 Content Vendor Map

Sobre o segmento específico de conteúdo Web (Web Content Management – WCM), em agosto de 2009 o Gartner lançou relatório atualizado em agosto de 2009. Ver Parsing Gartner’s 2009 Magic Quadrant for Web Content Management, por Irina Guseva, 2009-08-10, CMS Wire.

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Fonte: Quadrante Mágico para Web Content Management, 2009-08-05, por Mick MacComascaigh, Toby Bell e Mark R. Gilbert, Gartner. Reproduzido por Microsoft, por Day (PDF), por Oracle.

Interessante comparar os líderes específicos em WCM com o mercado mais abrangente de ECM. Enquanto Oracle e Open Text mantêm liderança nos dois enfoques, os outros líderes de ECM — IBM, EMC e Microsoft — em WCM se tornam desafiantes por lhes faltar abrangência nesse foco específico. Já Autonomy e SDL surgem como líderes em WCM.

Já o relatório do Forrester no 2º trimestre de 2009, teve foco específico para sites externos. Pelos critérios do Forrester, SDL Tridion é o maior líder, seguido de FatWire e Interwoven (adquirida pela Autonomy em janeiro de 2009), enquanto Open Text, Vignette (ainda não contemplava a aquisição da Vignette pela Open Text ocorrida em maio daquele ano), Oracle, Day Software e Microsoft aparecem como desafiantes (sólido desempenho).

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Fonte: The Forrester Wave™: Web Content Management For External Sites, 2009-06-01, por Stephen Powers e Tim Walters, Ph.D., para profissionais de gestão da informação e conhecimento, Forrester. Reproduzido por SDL Tridion (PDF, requer identificação; ver Analyst ReportsForrester on SDL, press release).

O relatório do Forrester traz as seguintes constatações:

  • SDL Tridion, Autonomy Interwoven, e FatWire lideram com um rico conjunto de componentes WCM.
  • Vignette e Day oferecem funcionalidade similar aos líderes, mas a estabilidade destes fornecedores ainda é uma questão.
  • Open Text e Oracle oferecem funcionalidade sólida em WCM dentro de um portfólio ECM.
  • Microsoft ainda não oferece funcionalidade WCM comparável aos líderes, mas evoluiu os recursos do SharePoint para Web sites.
  • O WCM básico da IBM se integra ao WebSphere Portal, enquanto EMC foca uma estratégia de conteúdo unificado e ECM.

O relatório do Forrester mostra ainda que uma pesquisa com 187 tomadores de decisão em TI elencou que as duas principais diretrizes para a adoção de gerenciamento de conteúdo Web são: melhorar a experiência de seus usuários Web (63%) e redução de custos com operação (publicação) Web (37%).

Artigos relacionados deste blog e de CMS Wire sobre gestão documental e de conteúdo:

Aplicações Internet Ricas e Acessíveis

Há pouco tempo ouvi de um programador web que ele estava em um dilema quando foi demandado a construir uma aplicação com facilidades de usabilidade e, ao mesmo tempo, acessível a deficientes visuais.

Para o objetivo da boa usabilidade, o programador introduziu recursos baseados em Ajax de forma a tornar a interface mais dinâmica e interativa. Bibliotecas Javascript como Scriptaculous, Prototype e jQuery, e componentes de frameworks em Java, ASP.NET e PHP oferecem amplo uso de Ajax.

A técnica de Ajax é uma das principais engrenagens para RIA (Rich Internet Applications), as Aplicações Internet Ricas. Consiste basicamente em programar eventos Javascript na página web que disparam requisições HTTP assíncronas, que por sua vez retornam dados (em formato XML, JSON etc.) para atualizar dinamicamente a página (via seu modelo de objetos — o DOM). Isso oferece ao usuário respostas imediatas e sensíveis ao contexto da sua interação. Em suma, mais interatividade.

Mas ao utilizar Javascript modificando dinamicamente a interface e o conteúdo das páginas web, parte da aplicação ficou inacessível a pessoas com deficiência, principalmente aqueles que necessitam de um leitor de tela e os que não conseguem utilizar mouse.

O dilema então é: Usabilidade × acessibilidade podem conviver harmonicamente?

Um padrão emergente do W3C, Consórcio de Padronização da Web, visa trazer um solução para isto. É o Accessible Rich Internet Applications (WAI-ARIA), RIA Acessível. Atualmente o padrão está em versão preliminar (public working draft) WAI-ARIA 1.0 de 15 de dezembro de 2009.

O navegador Mozilla Firefox 3 provê suporte quase total a WAI-ARIA — as versões 1.5 e 2 já ofereciam algum suporte. Outros navegadores que oferecem suporte parcial ou planejam incluir suporte a WAI-ARIA incluem Internet Explorer 8, Opera e Apple Safari (Web Kit).

Para saber mais:

Comparando ITIL e ISO 20000

O interessante artigo A ITIL E A ISO/IEC 20000 – O que elas têm em comum?, por Luciene Rosa, publicado em 11 de janeiro no portal de conteúdo da empresa Módulo, aborda e correlaciona dois dos principais modelos amplamente reconhecidos para o Gerenciamento de Serviços de TI (GSTI): ITIL e ISO 20000.

ITIL — Information Technology Infrastructure Library — é um conjunto de melhores práticas aplicáveis a infraestrutura, operação e manutenção de serviços de tecnologia da informação (TI). Foi desenvolvido no final dos anos 1980 pela CCTA (Central Computer and Telecommunications Agency) e atualmente está sob custódia do OGC (Office for Government Commerce) da Inglaterra.

Já a NBR ISO/IEC 20000 — Tecnologia da Informação – Gerenciamento de serviços — é a primeira norma internacional que visa definir um padrão mundial para o GSTI, através da uniformização dos conceitos e da visão dos processos que o implementam. Oriunda do padrão britânico BS 15000, foi evoluída para norma internacional pelo ISO/IEC em 2005, e publicada em português no Brasil pela ABNT em 2008.

Ficou de fora do artigo citado o modelo COBIT — Control Objectives for Information and related Technology — publicado pelo IT Governance Institute (ITGI), Information Systems Audit and Control Association (ISACA), EUA, que tem foco na gestão dos serviços de TI, abordando aspectos como controle, segurança e governança nos domínios de planejamento e organização, aquisições e implementação, entrega e suporte, e monitoramento e avaliação.

Para saber mais: referências sobre Governança e Gerenciamento de Serviços de TI, por Márcio d’Ávila.

Mercado de ECM 2009

Finalmente! Esperava pela atualização das análises do mercado de ECM pelos principais institutos, desde a aquisição da Vignette pela Open Text, e foram publicados o Quadrante Mágico do Gartner, e o Forrester Wave, para 2009.

No que os dois relatórios 2009 tem consenso: EMC, IBM, Oracle e Open Text mantém forte liderança nesse mercado.

No que divergem: Para o Forrester, Microsoft avança e ganha momento mas tem diversas lacunas de funcionalidade, se posicionando apenas como forte competidor. Além disso, por seus critérios Hyland e HP são alternativas competitivas no nicho de conteúdo transacional e de negócios, sendo competentes em document management, imaging and capture, e records management; mas ficam devendo forte suporte em áreas como Web (WCM), document output management e digital asset management. E o open source Alfresco, embora mais atrás, tem aumentado sua amplitude na cobertura de ECM para desafiar os players proprietários como alternativa de baixo custo.

Já no critério do Gartner, Microsoft se posiciona tão líder quanto os outros quatro grandes, e Hyland (OnBase) e Autonomy (que adquiriu a Interwoven em março 2009) são respectivamente um desafiante e um visionário muito próximos de adentrarem o quadrante líder.

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Fonte: Forrester, The Forrester Wave™: Enterprise Content Management Suites, Q4 2009 [PDF] (outro endereço); 2009-11-12; por Stephen Powers, Brian W. Hill, and Craig Le Clair; para profissionais de Information & Knowledge Management; reproduzido por Oracle.

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Fonte: Gartner, Quadrante Mágico para Enterprise Content Management, 2009 [PDF]; 2009-10-15; por Toby Bell, Karen M. Shegda, Mark R. Gilbert, Kenneth Chin, Mick MacComascaigh; reproduzido por EMC, também por Oracle e por Microsoft.

Veja também o relatório do instituto Datamonitor Documents and Records Management: An Analysis of Market Trends to 2013 (Strategic Focus), fevereiro 2009, em Scribd.

Records Management / Gestão Arquivística Documental

No meio do ano o Forrester já publicara uma análise específica sobre os fornecedores de soluções em Records Management (RM), que em português podemos chamar de Gestão Arquivística de Documentos (GAD). GAD/RM é um dos componentes do universo de ECM.

De acordo como normas como o padrão internacional ISO 15489:2001 – Information and documentation — Records management Part 1: General e Part 2: Guidelines (originário do Padrão Australiano – AS), assim como normas e legislação do Brasil, os documentos arquivísticos são a informação registrada, produzida e recebida no decorrer das atividades de um órgão, entidade ou pessoa, dotada de organicidade e que sirva de prova dessas atividades. Os documentos e arquivos podem ser públicos (relativos ao poder, órgãos, agentes, empresas e serviços públicos) ou privados.

E a gestão arquivística consiste nos procedimentos referentes à produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento destes documentos em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. (Resolução nº 20 Conarq, Art. 1º) Um elemento essencial para a gestão arquivística é a manutenção e aplicação de uma tabela de classificação (por assunto), temporalidade e destinação (ciclo de vida) de documentos.

Os quatro grandes de ECM também se posicionam na liderança desse segmento, mas existem outros dois líderes até mais fortes que os demais quando o foco é RM/GAD: Computer Associates (CA) e Autonomy (baseada na aquisição da Meridio em 2007).

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Fonte: Forrester, The Forrester Wave™: Records Management, Q2 2009 [PDF]; 2009-06-23; por Brian W. Hill; para profissionais de Information & Knowledge Management; reproduzido por Oracle.

A área de Records Management nos Estados Unidos é muito direcionada em torno dos padrões de conformidade exigidos pelo Departamento de Defesa Americano (DoD). Mas os fornecedores de GAD também tem buscado certificação aderente aos dois mais proeminentes modelos mundiais: o Victorian Electronic Records Strategy (VERS) do Governo Australiano, e o MoReq2 – Model Requirements for the management of electronic records Europeu.

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O MoReq2 é originário do modelo inglês MoReq. Estes modelos foram a base de referência para o padrão brasileiro e-ARQ Brasil [PDF] do CONARQ – Conselho Nacional de Arquivos, bem como o recente MoReq-Jus – Modelo de Requisitos para Sistemas Informatizados de Gestão de Processos e Documentos do Poder Judiciário do CNJ – Conselho Nacional de Justiça.

Para saber mais:

Quadrantes Mágicos BI atualizados

Ontem falei da atualização de mercado do relatório de Quadrante Mágico do Gartner para ECM/WCM.

Hoje atualizo os quadrantes mágicos para as plataformas de inteligência de negócios (business intelligence – BI), desde meu artigo com a visão geral das ferramentas e do mercado de BI em 2008.

Magic Quadrant for Business Intelligence Platforms, 2009, por James Richardson, Kurt Schlegel, Rita L. Sallam e Bill Hostmann, 2009-01-16, Gartner. Reproduzido por MicroStrategy (PDF, requer registro gratuito); Oracle (Press: Oracle Placed in Leaders Quadrant in Latest Business Intelligence Platforms Magic Quadrant, 2009-01-22; Industry Analyst Reports sobre Oracle BI).

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Fonte: Gartner, janeiro 2009.

Líderes:
IBM (Cognos), Oracle, SAS, Microsoft, SAP (Business Objects), Information Builders, Microstrategy.

Magic Quadrant for Corporate Performance Management Suites, 2009, por Neil Chandler, Nigel Rayner, John E. Van Decker e James Holincheck, 2009-04-30, Gartner. Reproduzido por Oracle (Press: Leading Analyst Firm Positions Oracle’s Hyperion in Leaders Quadrant for Corporate Performance Management Suites, 2009-01-07; Industry Analyst Reports sobre Oracle EPM).

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Fonte: Gartner, abril 2009.

Líderes: Oracle (Hyperion), SAP (Business Objects), IBM (Cognos).