Alguns princípios e citações pautam meu pensamento, minha personalidade, minha vida.
Um do principais é custo × benefício. A análise de custo-benefício é uma disciplina científica, mas para mim é praticamente uma filosofia de vida. Aliás, gostei da definição da Wikipedia (inglês) que diz que pode ser também “uma abordagem informal para se tomar decisões de qualquer tipo”. Dê uma olhada em Answers.com e verá que a análise de custo-benefício se aplica às mais diversas situações e áreas.
Nem sempre o tal custo é algo facilmente mensurável, como é por exemplo o custo financeiro. Mesmo quando o assunto é dinheiro, na maioria das situações existem custos diretos e os — às vezes tortuosos mas ainda assim relevantes — custos indiretos. Existe até o custo de oportunidade, aquele relativo a oportunidades perdidas ou boas alternativas não escolhidas.
Benefício, então, pode ser ainda mais intangível e subjetivo. Ou seja, pesar o custo-benefício — das coisas e das ações — tem sempre um grau de subjetividade, mas nem por isso deixa de ser, para mim, um jeito sensato de pensar.
Eu sempre desconfio das medidas “a qualquer custo”. Praticamente nada, para mim, é digno de ser a todo e qualquer custo. Existem, sim, decisões que tem um alto grau de importância ou relevância (mas relativo a quê e a quem?), o que pode ser uma medida de alto benefício. Aí sim pode-se justificar alto custo.
Assim como dizem que “toda unanimidade é burra”, todo absoluto é radical. Os extremos são sempre perigosos. E o equilíbrio, essência do custo-benefício, nem sempre é fácil, mas é um padrão lógico e justo.
Por falar em fácil, me ocorre outro ponto relevante: É mais cômodo culpar os outros do que admitir as próprias deficiências. Ou, no pensamento de Jean-Paul Sartre e na música dos Titãs: “o inferno são os outros”.
Pode ser mais cômodo, mas não torna as coisas mais fáceis nem resolve a situação.
Afinal, não é mais fácil modificar a si mesmo — ou algo que depende exclusivamente de você — do que modificar os outros e o resto do mundo? Então, se uma deficiência — ou falha, ou problema, ou culpa — está em você, maiores as chances de você mesmo ter os meios para resolver a situação.
Contudo, admitir as próprias falhas curiosamente é, em geral, muito mais difícil do que possa soar. Exige boa dose de coragem. Talvez seja por isso que, embora nas (tantas) vezes que erro sou o primeiro a admitir, não raro vejo nas pessoas uma reação de espanto ou admiração. Serei corajoso? Acho que ajo assim mais por convicção e hábito do que por esforço e coragem.
Errar é humano. Errar só não pode ser a regra. E insistir no erro, aí sim, é bobeira. Admitir um problema pode ser o primeiro passo para resolvê-lo. Então, meu pensamento: seja o primeiro a reconhecer seus erros para se tornar uma pessoa melhor.
Quando falei em coragem, me lembrei imediatamente de Rubem Alves, no texto O Passarinho Engaiolado (in: Teologia do Cotidiano): “Somente podem gozar a liberdade aqueles que têm coragem”.