Mauro Segura é líder de marketing e comunicação da IBM Brasil e blogueiro. Estudioso do tema redes sociais nas empresas, ele aborda frequentemente o assunto em seu blog AQO – A Quinta Onda – Comunicação e Comportamento na Era da Sociedade Digital.
Sua visão pessoal a respeito dos executivos não blogarem é tão simplista e direta que ele até se desculpa se decepciona alguém: — Os executivos não blogam porque eles têm coisas mais importantes para fazer. Tão simples quanto isso.
Em junho do ano ano passado, o site norte-americano UBERCEO — que cobre a “vida” dos CEOs, Chief Executive Officers de empresas — afirmou que a maioria dos 100 principais executivos do planeta não frequenta rotineiramente as redes sociais.
Segundo a pesquisa do UBERCEO, os principais motivos são os riscos que as redes podem trazer para a reputação da empresa, pelo vazamento de informações estratégicas, pela falta de conhecimento em como lidar com as redes e pela paranoica percepção de que o acesso livre às redes gera improdutividade do funcionário.
UBERCEO pesquisou comunidades como Facebook, Twitter, LinkedIn e Wikipedia. O resultado é que apenas 2 CEOs tinham contas no Twitter, 13 deles tinham perfis no LinkedIn, 81% não tinham página pessoal no Facebook e nenhum deles tinha um blog.
O próprio Mauro Segura fez uma pesquisa junto a CEOs de algumas empresas — divulgada também na revista Época Negócios de novembro 2010 (ano 4, número 45) — e apontou Dez motivos por que os executivos não blogam:
- Falta de tempo.
- Medo de entrar em discussões polêmicas.
- Percepção de que não é relevante.
- Insegurança de até onde vai a conversa.
- Insegurança para escrever.
- Risco de imagem.
- Vazamento de informação.
- Medo de dizer que não deu certo.
- Imagem perante os colegas executivos.
- A comunidade não está preparada.
Observando a lista de motivos, eu ousaria complementar a constatação de Mauro Segura. Com tantos receios e desconhecimento apontados pelos executivos ante às mídias sociais da internet, seu potencial e seus impactos, eles realmente não priorizam tempo a elas.
Recentemente, Mauro Segura abordou outros aspectos do tema em seu artigo CEOs perdem tempo nas redes sociais, 2010-12-07, que comenta uma matéria de Lucy Kellaway em sua coluna do Financial Times, reproduzida no jornal brasileiro Valor Econômico. O mote aí foi a pronta interação do presidente da Starbucks no Reino Unido, Darcy Willson-Rymer, com um consumidor no Twitter.
Seja como for, creio que as empresas brasileiras ainda estão muito longe de aproveitarem ampla e plenamente o potencial das redes sociais não só como elemento integrador e propulsor da comunicação interna, mas também como um canal mais direto e intimista com seus consumidores, parceiros e sociedade em geral.
Na era da internet, essa é uma fronteira à parte a ser galgada pelas instituições.
Para saber mais, no blog A Quinta Onda, por Mauro Segura:
- Estudo: Mídias sociais nas empresas no Brasil, 2010-06-01, sobre o estudo da Deloitte chamado “Mídias sociais nas empresas – O relacionamento online com o mercado”.
- Os executivos não têm blog, 2010-06-07, sobre o estudo do UBERCEO.
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