A revista Veja desta semana tem como capa uma reportagem sobre “Falar e escrever bem” (Veja edição 2177, ano 43, nº 32, 11 de agosto de 2010, páginas 94 a 101).
Esse tema já foi capa de outras edições da revista. Pesquisando no Acervo Digital VEJA em anos recentes, encontrei por exemplo:
- “Falar e escrever certo”, edição 2025, ano 40, nº 36, 12 de setembro de 2007.
- “Falar e escrever bem” , edição 1725, ano 34, nº 44, 7 de novembro de 2001.
Como assinante de Veja há mais de 25 anos, é fácil observar os temas recorrentes em capas da revista. Quando não há furos de reportagem nem fatos emergentes ou de comoção nacional na semana — escândalos e destaques na política e na economia, o falecimento ou outro fato marcante de figuras notórias etc. –, temas coringas são sacados do cesto: Corpo e Mente, Alimentação, Avanços da Medicina, Plástica e Estética, Sexualidade, Ecologia, Casamento, Pais e Filhos. E no Natal, o tradicional tema Religião e Fé. Observo que a maioria gira em torno de saúde e comportamento.
Temas recorrentes não são necessariamente um sinal de falta de conteúdo. É saudável retomar assuntos de interesse geral de tempos em tempos, e acompanhar a sua evolução ao longo do tempo, em função das mudanças no mundo e no comportamento da sociedade, bem como nas descobertas da ciência.
Falar e escrever bem, por sinal, é um algo que me interessa muito. Tomara que continue sempre assunto recorrente nessa e em outras publicações. A atual reportagem de Veja teve como ponto de partida os tropeços de clareza e gramática dos candidatos à Presidência, no primeiro debate da Band.
Vejo com imensa tristeza como o brasileiro mediano realmente lê pouco, tem preguiça em ler e escrever, não domina o português como deveria nem na escola nem no cotidiano e, como consequência, frequentemente escreve e fala mal.
Isso sem falar na praga das mensagens curtas e instantâneas na internet e nos celulares, o que dá brecha à meninada da “nova geração conectada” para escrever errado, abreviado, truncado, sem nem pontuação.
Escrita e oratória falhas levam a comunicação e informação falhas. Quem não dá o devido valor a isso não percebe que informação e comunicação são, provavelmente, a maior riqueza e um dos principais instrumentos de poder da humanidade, em todos os tempos.
Porque a Veja fala tanto da DIlma.Nao sou petista mais e demais as criticas que fazem sobre Dilma.Sou assinante da veja e nao tenho mais vontade de ler.Fala a propostas dos dois canditato.Propaganda tambem esta demais.
@Graça: Realmente, também estou um pouco assustado com isso. Creio que boa parte dessa crítica é resposta ao que o Lula, PT e governo criticam os meios de comunicação e, pior, tem buscado criar conselhos oficiais para fiscalizar e vigiar a imprensa… http://www1.folha.uol.com.br/poder/819621-apos-ceara-tres-estados-planejam-vigiar-midia.shtml
Me parece extremamente indignante e muitíssimo perigoso para a plena democracia e liberdade de expressão de um país as iniciativas que soam a censura e autoritarismo, sem dúvida. Mas também um ataque constante e insistente a tudo que diz respeito a PT, Lula, Dilma etc. nas capas e páginas da revista começa a soar no mínimo chato.
Mas política, religião e futebol são temas que tento deixar de fora desse blog (em geral isso não raro acaba em bate-bocas intermináveis…)