O artigo que recomendo é de 11 de setembro, mas a tragédia que ele descreve não é a das torres gêmeas.
Fala da crise na relação entre empresas e seus fornecedores de serviços de desenvolvimento e manutenção de sistemas, que nunca foi muito harmonioso, mas parece estar chegando ao fundo do poço.
Leia o artigo No Fundo do Poço, por Paulo F. Vasconcellos (*), em seu blog Finito. Estou certo que, se você é profissional de TI/software — contratante ou fornecedor — o relato ilustrativo da crônica vai soar no mínimo plausível, quiçá familiar.
Acrescento a seguir minha reflexão sobre o tema.
Terceirização de TI é um caminho de fluxo intenso nas empresas. Já foi do desenvolvimento de software ao SaaS, da consultoria em infraestrutura ao cloud computing.
As motivações mais comuns são economia — de dinheiro, tempo, ou pessoal. Já as mais nobres incluem busca por flexibilidade, eficiência e até agregar valor ao negócio. Mas os resultados concretos muitas vezes são recheados de casos de problemas, frustrações e insucessos.
Para as empresas contratantes, creio que o mais importante é perceber que terceirização não é uma válvula de escape nem eliminação de um trabalho, mas sim a troca de um modelo de trabalho — baseado em produção interna — por outro — baseado em contratação.
Se por um lado libera a empresa da execução interna de uma série de atividades que passam a ser realizados por terceiros, por outro lado cria ou intensifica outras.
A terceirização exige que a empresa invista internamente na inteligência e análise de negócios, no estreitamento das relações da TI com as áreas demandantes e suas reais necessidades — o que costuma ser sintetizado pela expressão “alinhamento estratégico” — e na gestão de projetos e contratações.
O ambiente empresarial propício da contratante ainda suscita boa padronização e maturidade dos seus processos de trabalho (pelo menos das áreas que demandam a TI). E ao lidar com fornecedor, por mais “parceiro” que este seja, deve-se sempre seguir o princípio “confiar mas vigiar”.
Se na terceirização de TI, especialmente em software, não houver a devida preocupação e investimento da empresa contratante nestes aspectos que citei, essa troca corre o sério risco de não ser vantajosa, não colher a economia, a melhoria ou o produto esperados.
(*) Paulo F. Vasconcellos é consultor e palestrante com mais de 20 anos de experiência em projetos de tecnologia da informação, pioneiro na Formação de Analistas de Negócios (FAN).
Concordo Paulo,
Passei algumas vezes isso na pele, do lado da empresa de software.
No caso de terceirização o cliente “imagina” que a empresa de software vai “extrair” toda a regra de negócios da empresa com meras observações e reuniões relâmpagos. Conseguir a participação das cabeças pensantes e tomadores de decisão da empresa cliente torna-se quase que um garimpo para a empresa de software.
E isso leva a um resultado frustrante para ambos os lados. Prazos estouram e o produto final não atende. As empresas de software hoje tem que buscar o máximo de “garantias” (se é que isso existe) de que o cliente irá participar de todo o processo de desenvolvimento do sistema.
Obrigado pelo espaço…
Olá Márcio,
Muito obrigado pela referência. E parabéns pelos alertas colocados. Concordo com todos! Particularmente com o necessário reforço “da inteligência e análise de negócios” pelas contratantes.
Abraços,
Paulo Vasconcellos
Esse termo, utilizado com muita ênfase no final dos anos 1990, entrou no Século XXI como sendo uma “solução” empresarial para a tão buscada redução de custos operacionais. Em um país onde a soma de salários, vantagens e tributos a serem pagos ao empregado e para o estado, custa para o empresário o quanto este pagaria para mais 1,2 funcionários, a terceirização de serviços não destinados à atividade-fim de determinado empreendimento, pode ser – e muitas vezes é – a melhor solução para resolver o problema dos custos. “Varias empresas oferecem essa solução com toda segurança necessária ao contratante” é o que diz o Gestor de Negócios da Conceito Serviços Terceirizados que atua em Minas Gerais(www.conceito-mg.com.br), algumas medidas como buscar saber referencias, situação fiscal, podem ajudar a selar parcerias de sucesso e ter na terceirização a ferramenta gerencial de ótimo custo-benefício.