ITIL, gerenciamento de capacidade e maturidade

Gerenciamento de Capacidade (capacity management) é um dos cinco componentes na área de Service Delivery do ITIL (V2) — Information Technology Infrastructure Library (conjunto de boas práticas em gerenciamento de serviços de TI). No ITIL V3, passou a ser organizado como um processo de Projeto/Desenho de Serviço (Service Design).

O trabalho deve ser de natureza proativa ao invés de reativa e responsável por garantir que as necessidades do negócio e definições de serviço sejam satisfeitas usando um mínimo de recursos computacionais.

Atividades de Gerenciamento de Capacidade incluem:

  • Monitoramento, análise, calibração e implementação de alterações necessárias em utilização de recursos.
  • Gerenciamento de demanda por recursos computacionais, o que requer compreensão das prioridades do negócio.
  • Modelagem para simular desempenho da infraestrutura e compreender as futuras necessidades de recursos.
  • Dimensionamento de aplicações para garantir que os níveis de serviço requeridos podem ser atingidos.
  • Gerenciamento da capacidade de armazenamento de dados.
  • Criação de um plano de capacidade (capacity plan) que documente a atual utilização de recursos e preveja necessidades, bem como custos de suporte, para novas aplicações e versões.
  • Construção do plano anual de crescimento da infraestrutura com subsídio de outras equipes.

Algumas referências básicas sobre o tema:

A empresa TeamQuest oferece, além de soluções para Gerenciamento de Capacidade ITIL, material informativo sobre Gerenciamento de Capacidade ITIL. Define inclusive um Modelo de Maturidade de TI em cinco estágios:

Nível 0: Caótico
Nível 1: Reativo
Nível 2: Proativo
Nível 3: Serviço
Nível 4: Valor

Best Management Practices – White Papers, parte do portal oficial da OGC sobre ITIL (e outros), traz bom conteúdo introdutório e correlações de ITIL com outros padrões, modelos e melhores práticas de governança.

Para saber mais:

Stallings em português sobre segurança

Há poucos meses, no artigo Referências sobre segurança, eu citei os livros sobre segurança de computadores do pesquisar Matt Bishop.

Ele tem um livro de “introdução” sobre segurança de computadores, com 784 páginas, e outro ainda mais completo, com 1.136 páginas. Os livros, por enquanto disponíveis apenas em inglês, podem ser usados como livro texto em cursos acadêmicos sobre segurança de computadores, em nível de regular (graduação) e avançado (pós), respectivamente. O autor disponibiliza inclusive slides para um curso baseados em cada um dos livros, em seu site.

Outro grande autor acadêmico que segue a mesma linha de oferecer um livro mais fundamental e outro mais avançado em segurança de computadores é William Stallings.

Com foco em criptografia e segurança de redes, os livros de Stallings também são excelentes como livro texto em cursos acadêmicos introdutório e avançado. As edições originais americanas dos livros de Stallings foram atualizadas recentemente em 2010.

Capa do livro: Network Security Essentials Capa do livro: Crytography and Network Security

Network Security Essentials: Applications and Standards
Autor: William Stallings. 432 páginas. Publisher (Editora) Prentice Hall, 4th edition, 2010-03-12. ISBN-10: 0136108059, ISBN-13: 9780136108054.

Cryptography and Network Security: Principles and Practice
Autor: William Stallings. 744 páginas. Publisher Prentice Hall, 5th edition, 2010-01-14. ISBN-10: 0136097049, ISBN-13: 9780136097044.

Capa do livro Stallings em português

A boa nova que descobri recentemente foi que o livro mais completo do Stallings também está disponível em português. Embora tradução da penúltima edição de 2008, já é um importante incentivo para ampliar a popularidade e adoção do livro em escolas no Brasil.

Melhor ainda será se a Pearson Brasil continuar o trabalho de localização, trazendo para o português a atualização de edições e também a tradução do livro introdutório.

Criptografia e segurança de redes – Princípios e práticas
Autor: William Stallings. 512 páginas. Editora Pearson Brasil. 4ª edição, 2008. ISBN-13: 9788576051190, ISBN-10: 8576051192.

Recursos adicionais para professores e estudantes.

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Para saber mais:

Consulta × pesquisa: características, técnicas e ferramentas

Este artigo apresenta e diferencia os dois tipos básicos de busca e recuperação de informação por nome ou descrição, a consulta e a pesquisa, e aborda técnicas e ferramentas típicas para cada caso, tomando como base banco de dados Oracle e plataforma de programação Java.

Quando se disponibiliza buscas para uma quantidade grande e diversificada de usuários, é cada vez mais frequente utilizar um nome como parâmetro de identificação para a busca, ao invés de um código.

Códigos são mais eficientes como critério de busca, porém pressupõem um grupo especializado de usuários que tenha familiaridade com estes códigos. Nome ou descrição textual é mais natural e intuitivo, por isso mais adequado para um público amplo e diversificado.

Contudo, é importante diferenciar os dois tipos de busca possíveis: a consulta e a pesquisa.

Consulta

Na consulta, o pressuposto é que o usuário sabe especificamente o que procura, e deve fornecer uma identificação o mais completa e precisa possível. Nessa situação, o objetivo da busca é ser restritiva de forma a trazer, idealmente, apenas o registro específico desejado.

Quando se trata de uma pessoa, instituição ou outro item que possua nome (ou razão social etc.) que pode ser composto (várias palavras), a identificação precisa textual é o nome completo.

Para busca por um nome completo, as ferramentas de facilidade devem apenas evitar pequenos equívocos e diferenças irrelevantes. Falando especificamente em dados armazenados em tabelas de banco de dados, em geral usa-se uma coluna ou índice de busca em que o nome completo tenha um tratamento de homogenização, como:

  • eliminar acento, cedilha e outros modificadores, convertendo para a letra simples correspondente;
  • converter todas as letras para maiúscula;
  • substituir caracteres especiais (apóstrofo, aspas etc.) por espaço em branco;
  • suprimir espaços em branco no início e no fim e espaços duplicados entre palavras.

Dependendo da situação, outros critérios mais amplos e flexíveis de homogenização podem ser usados, como:

  • eliminação de conectivos ou termos secundários como “de”, “da”, “e”, “Ltda” etc.;
  • conversão de abreviaturas e numerais para extenso como “Cia” para “Companhia”, “Ind” para “Indústria”, “15” para “quinze” etc.

A regra geral, portanto, de uma consulta por nome completo é fazer uma comparação direta do tipo:
normalizar(nome_fornecido) =? tabela de normalizar(nome_armazenado)

Técnicas ou ferramentas típicas:

1) No banco de dados, é recomendável criar uma função (procedimento armazenado / stored procedure) para realizar as operações de normalização do nome, e disponibilizar para uso geral. Uma função SQL Oracle que pode ser usada para remover acentos é TRANSLATE(), como translate(nome, 'âàãáÁÂÀÃéêÉÊíÍóôõÓÔÕüúÜÚÇç', 'AAAAAAAAEEEEIIOOOOOOUUUUCC'). É importante lembrar que nomes estrangeiros podem ter acentuações não existentes na língua portuguesa, como “ñ”, “ä”, “è” e outros. Para maiúsculas usa-se UPPER(nome), e brancos antes e depois podem ser removidos com TRIM(nome) ou LTRIM(RTRIM(nome)), e no meio com repetidos REPLACE(nome, ‘__’, ‘_’) de 2 brancos por 1, ou no Oracle 10g usando REGEXP_REPLACE(nome, ‘[[:space:]][[:space:]]+’, ‘_’).

2) Igualmente, na linguagem de programação é recomendado criar um método para normalização e torná-lo disponível para as aplicações em uma biblioteca. Em Java e outras linguagens, expressões regulares são excelentes para substituição de acentos, caracteres especiais e espaços em branco repetidos. Veja este exemplo sobre Remover acentuação.

3) Criar uma coluna adicional na tabela, como o nome completo homogenizado, e indexar e utilizar essa coluna no momento da busca, gerando a coluna dinamicamente (via gatilho) na inserção ou atualização do nome.

4) Criar um índice por função (disponível no Oracle 9i em diante) aplicando no índice a função de normalização do nome. Isso dispensa a criação de uma coluna adicional como em (3), delegando isso para o índice.

Pesquisa

Diferente da consulta, o objetivo da pesquisa é maximizar a capacidade de busca. A busca não precisa ser exata (ou quase exata), mas sim permite imprecisões, erros ou falhas.

A pesquisa tipicamente traz uma lista ou conjunto de resultados possíveis, de acordo com os critérios de busca.

O usuário não necessariamente deve conhecer previamente o que especificamente procura, muitas vezes se quer descobrir informação (e não apenas recuperar informação, como no caso da consulta).

No caso de pesquisa por nome, o caso típico é o usuário não ser obrigado a conhecer o nome completo, podendo em geral omitir ou errar partes:

  • omitir uma ou mais palavras (de um nome composto);
  • errar a grafia correta/exata;
  • permitir também expressões com o uso de símbolos “curinga” ou de lacuna/substituição, que demarcam um ou mais caracteres indefinidos ou não conhecidos (? e * em expressões regulares, ou _ e % no Oracle).

Em alguns casos, pode-se ser ainda mais tolerante na combinação de palavras fornecidas, permitindo que a ordem exata de palavras seja alternada ou até retornar resultado em que parte das palavras ou expressões procuradas exista, mas outra parte não.

Técnicas e ferramentas típicas:

1) Combinar o uso das técnicas de homogenização usadas em consulta com o uso de máscaras como _ e % e pesquisa SQL com LIKE. Esta técnica, porém, é bastante ineficiente e limitada, por isso tipicamente inadequada para o uso mais geral.

2) Usar o recurso Oracle Text do banco de dados Oracle (9i em diante), que cria índices complexos e flexíveis de pesquisa ampla em texto (full text search), do tipo árvore de pesquisa, aceita operadores e expressões complexos de
pesquisa no estilo “Google”, e tem mais uma infinidade de recursos (veja referências a seguir).

3) Usar mecanismos de busca fonética e múltiplas combinações de palavras. Nesse sentido, um artigo muito interessante da revista Mundo Java de junho/2010 (edição 41) apresenta esse tipo de técnica e o demonstra utilizando uma biblioteca Java brasileira disponível como software livre (licença GPL), desenvolvida pelo INCOR (Instituto do Coração, SP) utilizando um algoritmo fornecido pela PROCEMPA (Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre, RS) e aperfeiçoada pela empresa P2D.

Os fontes da reportagem estão disponíveis no site da revista em http://www.mundojava.com.br/NovoSite/codigos.shtml: BuscaFonetica.rar.
E a biblioteca GPL aperfeiçoada está disponível na P2D e a original no InCor.

Relatórios de mercado TI atualizados

[Expandido em 02/07/2010.]

Tenho acompanhado relatórios de análise de mercado (panoramas, tendências) de pelo menos três segmentos em tecnologia da informação (TI):

  • Servidores de Aplicação;
  • Soluções de BI (Business Intelligence / inteligência de negócios), ferramentas analíticas de negócios e dados (business analytics) e DW (data warehouse / armazém de dados);
  • Soluções de gestão de conteúdo, ECM (Enterprise Content Management) / WCM (conteúdo Web).

Institutos e relatórios de análise de mercado

Os principais institutos que fazem análises de mercado de TI — hardware, software e serviços — são:

Existem diversos outros, como Aberdeen Group (ver Aberdeen Blog), Yankee Group (especializado em conectividade; ver Yankee Blog), Burton GroupIT1 (ver blogs sobre Plataformas de aplicação, Redes, Segurança, Conteúdo e outros), iSuppli, Standish Group (especializado em gestão de projetos de TI), Real Story Group (especializado em gestão de conteúdo; ver CMS Watch e RS Blog) etc.

Embora os relatórios de mercado de institutos de análise sejam vendidos e bem caros, alguns grandes fornecedores licenciam e franqueiam cópias gratuitas destes relatórios, quando estão bem posicionados:

Mercado de Análise de Dados, BI e DW

O mercado de manipulação e análise de grande volume de dados tem vários segmentos: armazém de dados (DW – data warehouse), inteligência de negócios (BI – business intelligence, que o Forrester prefere denominar BPS – business performance solutions), análise, análise preditiva, mineração de dados.

Os fornecedores gigantes “de sempre”, como Oracle, IBM e Microsoft, continuam sua estratégia agressiva de aquisições em busca da hegemonia e consolidação do mercado. Em alguns segmentos específicos, empresas como SAS Institute, SAP, Teradata e outras mantém sua forte presença especializada. Existem diversos relatórios de análise nesse mercado.

[photopress:BI_Gartner_2010.png,full,centered]

Fonte: Quadrante Mágico para Business Intelligence Platforms, 2010-01-29, por Rita L. Sallam, Bill Hostmann, James Richardson e Andreas Bitterer, Gartner. Reproduzido por Oracle (ver BI blog), por SAS, por Microstrategy, por QlikView.

[photopress:DW_Gartner_2010.png,full,centered]

Fonte: Quadrante Mágico para Data Warehouse Database Management Systems, 2010-01-28, por Donald Feinberg e Mark A. Beyer, Gartner. Reproduzido por Oracle, por Microsoft.

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Fonte: The Forrester Wave™: Predictive Analytics And Data Mining Solutions, Q1 2010, 2010-02-04, por James Kobielus, Forrester. Reproduzido por SAS Institute, por Oracle.

[photopress:BPS_Forrester_2009.png,full,centered]

Fonte: The Forrester Wave™: Business Performance Solutions, Q4 2009, 2009-11-19, por Paul D. Hamerman, Forrester. Reproduzido por Oracle (ver nota de imprensa).

Artigos relacionados deste blog sobre análise de dados (BI e DW):

Mercado de Servidores de Aplicação

Depois da aquisição da BEA pela Oracle e a adoção da renomada família de produtos WebLogic como motor em servidores de aplicação da empresa (em detrimento do inexpressivo Oracle Application Server), o mercado se consolidou de vez.

Oracle (WebLogic), IBM (WebSphere) e Microsoft (IIS + .NET Framework) reinam isolados na liderança dos produtos comerciais, seguidos pelo único competidor de peso oriundo do mundo software livre: Red Hat (JBoss). Exceto a Microsoft, os demais líderes se baseiam na plataforma tecnológica Java EE.

[photopress:EAS_Gartner_2009.png,full,centered]

Fonte: Quadrante Mágico para Enterprise Application Servers, 2009-09-24, por Yefim V. Natis, Massimo Pezzini e Kimihiko Iijima, Gartner. Reproduzido por Microsoft, por Microsoft India (PDF) em Bitpipe, por Oracle (ver nota de imprensa), por RedHat (form), por Caucho (PDF).

Artigos relacionados deste blog sobre servidores de aplicações:

Mercado de Gestão de Conteúdo Corporativo (ECM) e Web (WCM)

O relatório do Gartner sobre o mercado de Gestão de Conteúdo Corporativo (Eenterprise Content Manamgement – ECM) e gestão arquivística (records management) deve ser atualizado no terceiro quadrimestre de 2010.

Já a CMS Watch, agora parte do Real Story Group, atualizou em junho seu interessante 2010 Content Technology Vendor Map (PDF 42k, JPG 868k), no estilo “mapa de metrô” onde as linhas representam segmentos de gestão de conteúdo — documentos/corporativo, Web, portais, colaboração, mídia digital etc.

CMS Watch - 2010 Content Vendor Map

Sobre o segmento específico de conteúdo Web (Web Content Management – WCM), em agosto de 2009 o Gartner lançou relatório atualizado em agosto de 2009. Ver Parsing Gartner’s 2009 Magic Quadrant for Web Content Management, por Irina Guseva, 2009-08-10, CMS Wire.

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Fonte: Quadrante Mágico para Web Content Management, 2009-08-05, por Mick MacComascaigh, Toby Bell e Mark R. Gilbert, Gartner. Reproduzido por Microsoft, por Day (PDF), por Oracle.

Interessante comparar os líderes específicos em WCM com o mercado mais abrangente de ECM. Enquanto Oracle e Open Text mantêm liderança nos dois enfoques, os outros líderes de ECM — IBM, EMC e Microsoft — em WCM se tornam desafiantes por lhes faltar abrangência nesse foco específico. Já Autonomy e SDL surgem como líderes em WCM.

Já o relatório do Forrester no 2º trimestre de 2009, teve foco específico para sites externos. Pelos critérios do Forrester, SDL Tridion é o maior líder, seguido de FatWire e Interwoven (adquirida pela Autonomy em janeiro de 2009), enquanto Open Text, Vignette (ainda não contemplava a aquisição da Vignette pela Open Text ocorrida em maio daquele ano), Oracle, Day Software e Microsoft aparecem como desafiantes (sólido desempenho).

[photopress:wcm_forrester_2009_q2.png,full,centered]

Fonte: The Forrester Wave™: Web Content Management For External Sites, 2009-06-01, por Stephen Powers e Tim Walters, Ph.D., para profissionais de gestão da informação e conhecimento, Forrester. Reproduzido por SDL Tridion (PDF, requer identificação; ver Analyst ReportsForrester on SDL, press release).

O relatório do Forrester traz as seguintes constatações:

  • SDL Tridion, Autonomy Interwoven, e FatWire lideram com um rico conjunto de componentes WCM.
  • Vignette e Day oferecem funcionalidade similar aos líderes, mas a estabilidade destes fornecedores ainda é uma questão.
  • Open Text e Oracle oferecem funcionalidade sólida em WCM dentro de um portfólio ECM.
  • Microsoft ainda não oferece funcionalidade WCM comparável aos líderes, mas evoluiu os recursos do SharePoint para Web sites.
  • O WCM básico da IBM se integra ao WebSphere Portal, enquanto EMC foca uma estratégia de conteúdo unificado e ECM.

O relatório do Forrester mostra ainda que uma pesquisa com 187 tomadores de decisão em TI elencou que as duas principais diretrizes para a adoção de gerenciamento de conteúdo Web são: melhorar a experiência de seus usuários Web (63%) e redução de custos com operação (publicação) Web (37%).

Artigos relacionados deste blog e de CMS Wire sobre gestão documental e de conteúdo: