Visual VM

Desde o JDK 1.4.2 até o Java SE 6, têm evoluído cada vez mais os recursos e as ferramentas para gerenciamento e instrumentação de máquinas virtuais Java (JVMs) e de aplicações executando nelas, local ou remotamente.

Estes potencialidades, em maior parte, são possíveis graças à tecnologia Java Management Extensions (JMX), que se tornou parte padrão da plataforma Java SE no J2SE 5.0. Através de JXM, pode-se construir mecanismos padronizados para desde coletar informações e estatísticas até atuar dinamicamente em parâmetros e recursos de componentes Java. A própria máquina virtual Java HotSpot da Sun usa extensivamente JMX para oferecer amplos recursos de instrumentação para os mais diversos aspectos da JVM, como alocação de memória, uso de CPU, threads e opções de execução. Servidores de aplicação Java livres (Tomcat, JBoss, Glassfish…) e comerciais também utilizam JMX para oferecer recursos de monitoramento e gerenciamento em tempo real.

VisualVM - tela com telemetria básica de uma aplicação Java A iniciativa mais recente é a ferramenta gráfica VisualVM, projeto de software livre (licença GPLv2+CE) sendo desenvolvido no portal java.net. A VisualVM visa integrar diversas ferramentas de gerenciamento de software existentes no JDK e recursos para profiling de memória e CPU, mas creio que principalmente o JConsole.

VisualVM ainda está no Milestone 3 (lançado em 19 de fevereiro), mas já mostra bem suas possibilidades de aplicação no monitoramento, instrumentação e profiling.

Para saber mais, artigos e guias das ferramentas de gerenciamento Java (em inglês):

Mais fraudes na selva da Internet

Há muito tempo que eu não comentava ou alertava sobre fraudes circulantes na Internet. Não que elas tenham diminuído, pelo contrário, continuam circulando por e-mail todos os dias aos milhões, inundando caixas postais de todo mundo.

É que as fraudes por e-mail haviam se proliferado tanto nos últimos, e já há tanta informação e alertas sobre elas, que assumi que o assunto já não representava grande novidade e utilidade. Que nada!

As fraudes circulantes no Brasil praticamente sempre têm uma regra geral: Fazem proliferar em grande escala mensagens de correio eletrônico (spam) com um texto mentiroso qualquer — chamado de isca pesca-bobo ou phishing scam — que induza o usuário a clicar em um link, baixar e executar em seu computador um programa espião roubador de dados bancários e pessoais.

Monitorei e coletei por quase três anos (2004 a 2007) centenas de exemplos dessas mensagens de fraude, resultando no artigo Phishing Scam – A fraude inunda o correio eletrônico, que exibe imagens (inócuas) das amostras, que classifiquei em sete grupos de temas:

  • Cartões e Mensagens
  • Notificações Financeiras e Cadastrais
  • Informações e Notícias Bombásticas & Apelos Dramáticos
  • Download de Aplicativos/Utilitários
  • Prêmios, Promoções e Campanhas
  • Temas Adultos
  • Formulários bancários

Também nesse artigo, listei os principais indícios de fraude, um ou mais aspectos que costumam ocorrer em uma mensagem fraudulenta e que devem aguçar a atenção e desconfiança do destinatário:

  • Link destino suspeito
  • Apresentação descuidada
  • Informação improvável
  • Impessoalidade
  • Remetente desconhecido

Pode acontecer, porém, de uma fraude ser sofisticada de forma a evitar a maioria ou até todos desses aspectos. Por exemplo, o texto e a aparência da mensagem de fraude podem ser copiados de alguma mensagem legítima de algum serviço ou fonte notória, conferindo-lhe uma apresentação bem cuidada e conteúdo verossímil.

Outras fraudes podem combinar a técnica de capturar os dados do catálogo de endereços de e-mail de um computador infectado, fazendo parecer que o remetente e o destinatário sejam pessoas realmente conhecidas entre si, mitigando assim os aspectos de impessoalidade e uso de um remetente desconhecido aleatório. E é importante lembrar que a informação de remetente de um e-mail pode ser fraudada com certa facilidade, da mesma forma que se pode escrever qualquer coisa no campo de remetente ao enviar uma carta (papel) pelo Correio convencional.

Mesmo o aspecto de endereço destino suspeito em links apresentados nas mensagens às vezes podem ser dissimulados quando a fraude utiliza um domínio ou endereço que tenham correspondência lógica com o texto da fraude (por exemplo, a fraude fala de uma promoção da loja X e o fraudador consegue utilizar um endereço do tipo http://promolojax.atalho.com).

Programas antivírus e outros mecanismos de proteção Internet automatizada dificilmente conseguem ser muito efetivos para proteger os usuários nesses casos, pois fraudes diferentes se proliferam aos milhões a todo momento, com pequenas variações e mudanças entre uma e outra, o que dificulta a identificação de padrões comuns que permitam aos programas de proteção interceptarem com precisão toda a diversidade de fraudes.

Assim, o único instrumento realmente efetivo é o discernimento do usuário de Internet, ou seja, o exercício constante da desconfiança, da cautela e do bom-senso por todos que usam Internet.

No meu artigo citado, eu apresento mais informações que podem ajudar qualquer usuário a ser mais cuidadoso. Para lidar com os links suspeitos, por exemplo, a dica de segurança é relativamente simples: Sempre verifique o endereço de destino de um link antes de clicar nele. E, na dúvida, não clique.

Como quase todas as fraudes no Brasil tentam executar um programa malicioso em seu computador, outra dica central de extrema efetividade é a seguinte: se um link de uma mensagem solicitar a execução de um programa, não execute prontamente. Mesmo que a mensagem pareça ter vindo do seu melhor amigo, do seu banco, do Governo ou da sua loja preferida na Internet, duvide, questione, pergunte antes, mas não execute!

E um alerta adicional sobre a execução de programas a partir de links: Para piorar a situação, vez por outra ainda surgem fraudes que descobrem e se valem de uma falha ou vulnerabilidade de segurança de um programa de e-mail ou navegador Internet popular para conseguir fazer com que, uma vez que o link seja clicado, o programa consiga executar sem confirmação ou aviso prévio. Ou seja, é realmente melhor nem clicar em um link de uma mensagem suspeita de fraude.

Ficou assustando(a)? Infelizmente, é para ficar mesmo. A imensidão da Internet de hoje em dia é como viver nas grandes metrópoles: existe perigo em cada esquina e cada cidadão (e internauta) precisa ficar permanentemente alerta.

Apresento agora uma fraude brasileira que anda circulando por correio eletrônico nos últimos dias e que me motivou a escrever o presente post. Vi, com tristeza, que alguns conhecidos meus caíram na lorota e foram infectados!…

A fraude se faz parecer como o envio de uma charge (ilustração ou animação de humor) do UOL Charges, com um link para a suposta visualização (na verdade, instalação do programa malicioso). Esse é o tipo de tema que classifico como “Cartões e Mensagens”. Além disso, a fraude ainda combina o uso de nomes e endereços de e-mail de computadores infectados e, por isso, costuma indicar como remetente alguém que você realmente conhece.

Conforme citação que encontrei no fórum portal de segurança Linha Defensiva, esta fraude já circula há muito tempo. Eis um exemplo que coletei ontem (há variações do assunto e do texto da mensagem em circulação):

Assunto: Muito boa essa precisa ver
Remetente: (Alguém conhecido com computador infectado )

Olá [email protected] ,

Seu Amigo (a) Beltrano – ( [email protected] )
Enviou uma WebCharges do UOLCharges no dia 15/02/2008!.

Para a visualização da Animação Utilize:

[:: Visualizar UOL Charge de [email protected] – lN4AIaCEGZkh5Sa::]

Caso o link não responda, Tente:

[:: Visualizar UOL Charge de [email protected] – lN4AIaCEGZkh5Sa_9::]

Veja uma imagem reproduzida da mensagem (por questão de privacidade, omiti o nome e e-mails do remetente e destinatário originais):

[photopress:scam_uolcharges.png,full,centered]

Note que o link destino (destacado em vermelho na barra de endereço, na imagem), nesse caso é suspeito e dá claro indício que nada tem a ver com o real portal de humor UOL Charges, cujos endereços são www.charges.com.br ou charges.uol.com.br. O link destino está no suspeitíssimo domínio restauracionesfr.com (existem variações desta fraude apontando para diversos outros domínios, todos eles sem nenhuma ligação ou sequer semelhança com o real Charges.com.br).

Por sinal, o portal UOL Charges já foi tão vitimado como tema freqüente de fraudes que desde 2006 tomou uma medida radical: parou de incluir links nas mensagens legítimas que o serviço permite a alguém enviar convidando um conhecido a ver uma charge. Eis a seguir reprodução do Aviso Importante divulgado no portal Charges.com.br:

Prezado(a) Internauta,

Devido o aumento do número de SPAM e vírus utilizando de forma criminosa nossa marca e a de vários outros sites de sucesso, o Charges.com.br modificou a sua forma de enviar os cartões.

À partir do dia 12/01/2006 o cartão do Charges.com.br terá apenas o código que deverá ser inserido no campo correspondente do endereço: http://charges.uol.com.br/cartao/.

O Charges.com.br está adotando a Política de Segurança de não enviar links nos cartões virtuais. Caso você receba um cartão que tenha um link, pedimos que apague, pois trata-se de um e-mail falso.

Uma sugestão final: Atualmente recomendo o uso do antivírus Kaspersky, que utilizo pessoalmente (não, não recebo nada por recomendar esse programa) há vários anos e posso atestar que é um dos mais rápidos e efetivos em detectar programas maliciosos usados nesse tipo de fraude. O Kaspersky, por sinal, foi recentemente avaliado como o melhor programa de proteção pessoal pela revista INFO Exame (fevereiro/2008) e a empresa Kaspersky Lab eleita como melhor desenvolvedor de soluções de segurança pelos leitores da revista em junho de 2007. Mas nunca se esqueça que as fraudes sempre surgem primeiro que as proteções contra elas, ou seja, nenhum programa garante proteção total nem instantânea.

É, a Internet continua uma selva.

Para saber mais: