Boas blogadas do dia

Artigos diversos que me interessaram na blogosfera hoje, com temas profissionais e/ou na área de tecnologia:

Você conhece mesmo o Google?, por Aguinelo Pedroso, 2007-09-04. Veja também FGG – Estude você também, 2007-08-08, citado no artigo.

Sua diretoria gerencia você. Mas você gerencia a sua diretoria?, por Augusto Campos, 2007-09-05. Cita também outro artigo interessante seu, Criando apresentações efetivas – e mantendo a platéia acordada, 2006-07-13.

Slides da Apresentação sobre Desenvolvimento WEB, por Marcelo de Melo Madeira, 2007-09-05.

Palestra sobre qualidade no desenvolvimento de software, por Diego Tremper, mas a palestra é de autoria de Daniel Wildt, Just Java 2006.

Blogday 2007, boas indicações de blogs por Thiago Arrais, 2007-09-04.

Linguagem Ruby em alta no Brasil, aponta estudo Evans Data, citação do interessante artigo da ComputerWorld Brasil, enviada por Carlos Brando, 2007-09-03. Mesmo tema em Mais desenvolvedores e empresas usando Ruby em 2008, por e-Genial (RoadHouse, Fernando Meyer, Charleno Pires), 2007-09-03.

Seleção de mais de 200 sites de Torrent, por Anderson, 2007-09-03.

Certificação não combina com desenvolvimento ágil, por José Oliveira, 2007-09-03.

Modelo de Maturidade para SOA, comentário e indicação de artigo por Leo Borges, 2007-09-03.

Migrando suavemente de PHP para Java, por Marcos Peron, 2007-09-02.

Cuidado com o .htaccess, por Rodrigo Urubatan, 2007-09-05.

Nova geração de iPods

Hoje, neste belo 7 de Setembro, estou dois dias atrasado em falar da maior novidade geek da semana, ocorrida lá no país em que o Dia da Independência é 4 de Julho. 😉
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Estou falando do lançamento dos novos iPod. O próprio CEO da Apple, Steve Jobs em pessoa, subiu ao palco em 5 de setembro para anunciar as novas gerações de iPod. Além do já lançado (e recém-crackeado) smartphone iPhone, a linha Apple iPod agora tem:

  • 6ª geração do iPod, agora chamado iPod “Classic”, com interface melhorada e capacidades 80 ou 160 GB;
  • 3ª geração do iPod Nano, ainda menor na altura, ligeiramente mais largo para comportar a nova tela de 2 polegadas resolução QVGA 320×240 mais brilhante, 5 opções de cores re-estilizadas e tamanhos 4 ou 8 GB;
  • novo iPod Touch, com ampla tela de toque (touchscreen) e design no estilo do iPhone, capacidades 8 ou 16 GB;
  • o minúsculo iPod Shuffle continua na 2ª geração, apenas trazendo a mesma atualização de cores do Nano.

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E os preços continuam os mesmos. O Nano até barateou: agora o de 4 GB custa o preço do antigo de 2 GB (capacidade agora extinta) e o de 8 custa os mesmos US$199 do de 4 GB da geração anterior. Isso lá nos Estados Unidos, porque no Brasil, o iPod tem os preços mais caros do mundo e a novidade só deve estrear oficialmente em outubro, com a chegada prevista do iPod Touch.

Preços também foram assunto quente para o iPhone, com a drástica redução de 200 dólares anunciada por Jobs, de $599 para $399 nos EUA. A redução do preço do iPhone deve turbinar ainda mais as vendas, mas incomodou os early adopters, aqueles loucos por novidades que até passaram o dia na fila para comprar as primeiras unidades. Para amenizar os protestos de quem pagou mais caro, Jobs anunciou que a Apple dará um crédito ou desconto de 100 dólares para quem comprou o iPhone há mais de 14 dias.

O iPhone já vinha sendo notícia na semana passada com o anúncio de pelo menos duas técnicas bem-sucedidas para desbloquear o aparelho a outras operadoras. O iPhone vem bloqueado apenas para chips da AT&T, mas o jovem americano George Hotz, de 17 anos, conseguiu desbloquear através de um ousado curto-circuito por solda e posteriores modificações por software. Outra técnica já divulgada, menos invasiva, utiliza um dispositivo “replicador de identificação” Turbo SIM que, uma vez anexado a um chip original da AT&T, salva os dados trocados entre o chip e o iPhone; depois, é só inserir qualquer chip com o replicador igualmente anexado, para ele enganar o iPhone.

Para saber mais:

Nota: Se você é desses que não compram o estilo fashion das novidades da Apple, talvez se interesse mais por um tocador de mídia como o Sandisk Sansa e280, que por US$150 tem 8 GB (expansível por cartão microSD), tela de 1,8 polegadas, rádio FM, grava voz e FM.

* Imagens reproduzidas da Apple, em http://www.apple.com/ e http://www.apple.com/ipodnano/gallery/index8.html respectivamente.

OOXML não aprovado como padrão ISO

[Atualização: Em abril de 2008, o padrão OOXML conseguiu ser aprovado como a norma ISO/IEC DIS 29500. Veja o artigo Nem Microsoft consegue implementar todo OOXML.]

O conjunto de formatos de documento Office Open XML (OOXML), oriundo dos formatos do Microsoft Office 2007 padronizados pela ECMA International, não foi aceito como padrão ISO na votação que se encerrou domingo, dia 2 de setembro. A decisão final ocorrerá em Genebra, de 25 a 29 de fevereiro de 2008.

O processo de votação durou nove meses e foi aberto a 104 países membros da ISO/IEC, que avalia o padrão ECMA-376 como a proposta ISO/IEC DIS 29500, Office Open XML file formats, no subcomitê técnico JTC1 / SC34.

O subcomitê é composto por países membros, representados por seus órgãos nacionais de padronização, divididos entre países participantes (P) e observadores (O). Tem ainda conexão com os organismos internacionais ISUG, OASIS e W3C. O Brasil é membro participante (P), representado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Uma aprovação na ISO/IEC requer que pelo menos 2/3 (i.e. 66,66%) dos votos emitidos por países participantes (P) do comitê sejam positivos; além disso, não pode haver mais que 1/4 (25%) do total de países votantes negativo. Computam-se apenas os votos válidos, não incluídas abstenções.

Nenhum destes critérios foi atingido na votação do DIS 29500, que teve 53,12% positivos nos votos válidos dos 41 participantes “P” (17 dos 32, com 9 abstenções) e 26,1% negativos totais (“P” + “O”), 18 dentre 69 válidos. Detalhes da votação podem ser conferidos em OOXML Perdeu, por Avi Alkalay, IBM Brasil, 2007-09-04; e Results of the OOXML Ballot of 2nd September (em inglês), por NoOOXML.

A secretaria da ISO decidiu levar a questão adiante até um Ballot Resolution Meeting (BRM – encontro de resolução de votação), para decisão final. De 25 a 29 de fevereiro do ano que vem, representantes nacionais vão se encontrar em Genebra, na Suíça, para discutir e realizar a votação final do OOXML.

Até lá, as especificações do OpenXML devem ser editadas e adaptadas para atender aos 63 comentários submetidos à ISO, por órgãos nacionais de padronização de países membros, durante o período de revisão.

Histórico

A Microsoft havia submetido o formato OOXML para padronização pela ECMA em novembro de 2005. Foi uma reação à padronização do formato aberto de documentos do OpenOffice.org Open Document (ODF) versão 1.0 pelo OASIS, em maio de 2005 e então aprovado como padrão internacional ISO/IEC 26300, em novembro de 2006.

A especificação OOXML, gigante nebuloso de mais de 6000 páginas, teve seu rascunho aprovado pela ECMA em novembro de 2006 e logo submetido à ISO/IEC, para avaliação como padrão internacional. O processo na ISO/IEC corre em caráter de “via expressa” (fast track), valendo-se de acordos existentes entre ECMA e ISO.

Em dezembro de 2006 a ECMA aprovou a especificação OOXML como o padrão ECMA-376. Já na ISO, a controversa proposta não teve aceitação tão fácil.

Durante os nove meses que se passaram desde então, o formato OOXML foi duramente criticado por especialistas e organizações em torno da comunidade de software livre mundial, tanto quanto às falhas e inconsistências no formato quanto à lisura do pretenso padrão, que de tão complexo e intrincado mostra não ser verdadeiramente aberto, de forma que só o Microsoft Office seria efetivamente capaz de implementá-lo.

Bastidores da votação

A ABNT votou “não com comentários” pelo Brasil. O voto brasileiro contra o OOXML é coerente com o país onde o governo, a diplomacia e grande parte da comunidade de desenvolvedores e usuários apóia e é engajada no software livre no Brasil e no mundo. Em contraposição, OOXML é um padrão proposto por um único fornecedor comercial e implementado por um único produto proprietário, o Microsoft Office.

As discussões no Grupo de Trabalho (GT2) da ABNT para o OOXML, em 21 e 22 de agosto, foram conturbadas e inconclusivas, conforme relatos do membro Avi Alkalay, IBM: Indefinição Marca Fim da Votação do OOXML na ABNT; Impressões Sobre Reunião Final da ABNT; e OOXML: Brazil Says NO. Foi consenso porém que não se queria abstenção de voto do Brasil e que todos concordavam com os 63 comentários recebidos na ISO para o OOXML. Assim, restavam as opções “sim com comentários” e “não com comentários”. Com a ponderação de que o “não” daria mais força aos comentários, decidiu-se finalmente pelo voto brasileiro “não com comentários”.

Sobre o GT2 da ABNT e sua decisão, veja também os artigos sobre OpenXML por Cezar Taurion, IBM; e a explicação sobre os resultados da votação na ISO por Eugenio Guilherme Tolstoy De Simone, atual diretor da ABNT, divulgada pelo blog Homembit em “Valeu ou não valeu?”, 2007-09-05.

BR-Linux.org divulgou em 30 de agosto que às vésperas do final do prazo, EUA e Suécia mudaram seus votos. Nos Estados Unidos, seu comitê representante INCITS teve dia 29/08 uma inesperada decisão de voto a favor depois que quatro membros — grupo GS1, Lexmark, National Institute of Standards and Technology (NIST) e o Departamento de Defesa (DoD) Americano — mudaram seus votos, anteriormente contrários. Veja o resultado completo da votação no INCITS.

Na Suécia a coisa foi ainda mais feia. A subsidiária sueca da IDG divulgou o conteúdo vazado de um memorando da Microsoft em que um empregado oferecia vantagens financeiras em troca de seus parceiros se juntarem ao Swedish Institute of Standards (SIS) para votar sim ao OOXML. A Microsoft confirmou a informação, mas disse que a oferta, tão logo descoberta, foi prontamente retirada e que os gerentes da Microsoft Suécia voluntariamente notificaram o SIS do fato.

Antes disso, já haviam ocorrido críticas ao lobby da Microsoft Portugal em favor do OOXML. Veja em Portugal: Balanço da votação da proposta de norma DIS 29500, vulgarmente conhecida por OOXML, por Redação PSL Brasil, 2007-08-06; e Microsoft Stuffs OOXML Ballot Box in Sweden? (em inglês), por Jeff Kaplan, 2007-08-27.

Apesar de tudo, a Microsoft divulgou o esperançoso press release Strong Global Support for Open XML as It Enters Final Phase of ISO Standards Process (em inglês) ontem. O otimismo e súbito interesse em padrões da Microsoft foi comentado com espanto no artigo Microsoft OOXML ballot stuffing comes up short (em inglês), por David Hunter, 2007-09-04.

Para saber mais:

Gravando screencast em Linux

O Rodrigo Urubatan publicou hoje o artigo “Gravando ScreenCasts no Linux(Ubuntu/Kubuntu)! E rodando em qualquer PC ou disponibilizando via web”, com um passo a passo simples e direto para se gravar sessões de uso da tela, o chamado screencast, no Linux.

O guia dá como exemplo o Ubuntu (que por sinal é excelente e o que eu uso), mas as ferramentas servem para outras distribuições Linux.

O kit de ferramentas — todas software livre, claro — utilizadas é:

  • recordMyDesktop, principal programa, é o gravador de sessão de uso do desktop, para GNU/linux, capaz de capturar e codificar em vídeo o que acontece na tela. Utilitário de linha de comando (escrito em C) e front-ends gráficos (escritos em Python), com opções de toolkits gráficos pyGtk (gtk-recordMyDesktop) e pyQt4 (qt-recordMyDesktop). Também pode gravar áudio via ALSA, OSS ou JACK.
  • Formato de compressão de vídeo Theora Ogg gerado pelo recordMyDesktop.
  • MEncoder, codificador de vídeo incluso com o MPlayer, capaz de converter o formato de vídeo OGG para AVI mais comum.
  • FFmpeg, conversor de aúdio e vídeo, permite converter o vídeo AVI para formato Flash Video (FLV), para ser facilmente disponibilizado pela internet.
  • JW FLV PLAYER, script Flash Player criado por Jeroen Wijering, que pode ser usado como exibidor do vídeo.

O passo-a-passo de Urubatan começa desde o download e instalação dos pacotes necessários (no caso do Ubuntu, com apt-get ou outro gerenciador de pacotes Debian). Confira no artigo citado!

Coincidência MyEclipse e Globo.com

[photopress:MyEclipse_Newsletter_2007_07_11.png,thumb]MyEclipse jul/07

Recebi agora a Newsletter de 1º de setembro do IDE Java MyEclipse.

Observei que o layout da mensagem, em formato HTML, era de três colunas e nas cores vermelha, laranja e verde. E para compor o restante, azul. Coincidentemente, são basicamente as mesmas cores utilizadas nas seções e colunas da nova página da Globo.com, que comentei dia 30 passado.

O layout da Newsletter MyEclipse havia sido inaugurado na edição de 11 de julho deste ano, que pode ser vista no Archived Mailers da Genuitec MyEclipse e na imagem de preview ao lado.

Home-page Globo.com em Setembro de 2006
Globo.com set/06

Já a Globo vinha utilizando essa combinação de cores associadas às seções principais desde 2006, como pode ser conferido no histórico visual “Evolução desde 2000” que encerra a reportagem Globo.com estréia nova home, no portal G1, e no preview ao lado.

Não há, contudo, motivo para suspeita de plágio ou alguma ligação exotérica entre os layouts. Na verdade, a escolha comum das quatro cores — laranja, vermelho, verde e azul — representa uma combinação lógica, harmonicamente distribuída no espectro de cores do círculo cromático de Newton, sendo laranja e vermelho duas cores quentes e verde e azul duas frias.

Para saber mais, veja o artigo Para encerrar a questão de cores (por enquanto), 2006-08-06, por Luli Radfahrer, Ph.D. em comunicação digital e professor da ECA-USP.