Um amigo meu que morou uns anos nos Estados Unidos me disse que uma das características que ele lembrava como mais marcante daquele país é que praticamente toda informação que uma pessoa precisa para realizar uma atividade ou se informar sobre algo geralmente está escrita em algum lugar.
Esta prática de documentar informação é algo que gostaria que os brasileiros aprendessem mais amplamente. Aliás, já seria um avanço se as pessoas por aqui tivessem hábito de escrever mais, de preferência com ortografia e gramática corretas.
Quanto mais eu aprendo sobre o mundo, os países e suas culturas, mais vejo que meu amigo tinha razão. Faz parte da cultura americana ter regras e informações quase sempre por escrito. Creio até que, em muitas atividades profissionais nos EUA, os poucos que realmente sabem sobre uma atividade definem regras e escrevem manuais; e um monte de gente com pouco ou nenhum conhecimento especializado segue esses manuais e regras igual a robôs.
As franquias são um exemplo típico desse fenômeno: o aspirante a empresário escolhe um negócio, elege uma das provavelmente muitas opções de franquias existentes e, entrando com um bocado de capital inicial, o empresário e seus funcionários provavelmente terão seus guias do “negócio tal para leigos”. 😉
Navegando pela Internet, cada vez mais encontro provas de que americano realmente tem manual para tudo. Eis um exemplo:
O professor Jonathan A. Dantzig, da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign (UIUC) mantém, desde 1995, o manual “Landing an Academic Job — The process and the pitfalls”, baseado em suas observações pessoais como membro do comitê de recrutamento de professores da sua Universidade. O texto é um verdadeiro tratado em 29 páginas sobre o processo de contratação de docentes nas universidades americanas. Inclui orientações detalhadas, dicas e exemplos para quem quer se candidatar a um emprego de professor universitário nos EUA. A última atualização do documento foi ontem.
E você, conhece algum outro manual curioso?